Antonio Nunes de Souza*
Sem
as menores dúvidas, que esse evento que mexe com milhões de pessoas, seja uma
coisa divina, ou tenha o apoio celestial para sua realização!
Talvez,
no remoto passado, quando realmente aconteceu a instauração dessa travessura
urbana no Brasil, poderia se considerar como algo inocente e puro, quando as
pessoas pelas ruas jogavam pó de arroz uns nos outros, esguichos de água, confetes
e serpentinas. As danças eram imitações das danças de salão francesas e
inglesas sem nenhuma malícia ou despudor! Até quando houve o advento da lança
perfume, esse instrumento era usado para refrescar, perfumar os foliões, esguichar
nas meninas para vê-las arrepiadas pela frieza do produto químico, usava-se
mascaras transparentes para proteger os olhos (ardia bastante), e era uma
bonita, doce e inocente alegria, principalmente pelas lindas fantasias
apresentadas pelos verdadeiros amantes da folia!
Meu
texto está longe de ser saudosista, trata-se apenas de dar uma ideia aos mais
jovens, sobre a mudança absurda e estranha do atual comportamental que, por
essa razão, estou inquerindo se realmente carnaval é uma festa demoníaca!
Vejam
vocês as transformações e novos hábitos e costumes que foram introduzidos na
festança do Rei Momo: A lança perfume virou uma droga perigosa e, em vez de ser
usada para perfumar, seu uso foi mudado para cheirar, tomar o tal do “porre”,
ficando louco por alguns minutos e, algumas vezes, levado a comas, ou mesmo a
mortes. Os pós de arroz e água que eram jogados uns nos outros, atualmente, um
bando de foliões idiotas, ficam com as latinhas de cerveja rodando acima das
cabeças, sujando todos que estão em volta. Com relação a drogas, infelizmente,
transitam das menos as mais perigosas (maconha, crack, cocaína, haxixe, estasy)
e outros danosos excitantes!
As
danças então, já não tem mais o que inventarem em termos de requebrar o corpo.
Se você tapar os ouvidos e ficar olhando sem ouvir as podres letras das
músicas, parece que passaram pimenta na bunda de todo mundo, e estão todos se
retorcendo, requebrando, revirando os olhos e esfregando as bundas, para
amenizar as dores. E cada uma tem o seu nome, dado pelos artistas, como dança
da manivela, da galinha, metralhadora, abaixadinho, da garrafa, no sapatinho e
outras anomalias, aceitas com o maior carinho pelo louco povo, adepto da
sacanagem coletiva!
Com
relação ao sexo, como não poderia deixar de acontecer, a liberalidade passou a
ser promíscua e normal. Pois, depois de enfrentar uma parada dessa, logicamente
o endereço é uma cama, ou outro lugar qualquer onde o coro come e as mães não
veem. Segundo estatísticas, nos nove meses seguintes ao carnaval, o avalanche
de “produções independentes” apresenta um volume assustador. Muitas coitadas,
transaram tanto, que nem sabe, verdadeiramente, que são os pais!
Eu
não sou careta e nem estou puto porque não estou vivenciando esse momento, pois
também peguei uma boa ponga dessa época, apenas o que exponho é para que você,
assim como estou fazendo, se pergunte: “Carnaval é uma festa demoníaca?”
*Escritor
– Historiador - Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL
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