sexta-feira, 29 de abril de 2022

A DOENÇA DA MODA!

 

Antonio Nunes de Souza*

Começo esclarecendo que não estou falando com bases científicas, não pretendo ser visto como dono da verdade, nem tão pouco mais um dos criadores de pânicos e apavoramentos, apontando e fazendo colocações, para justificar uma série de atitudes, reconhecidas e rotuladas como doença e debilitação!

Estou referindo-me a tão temida e discutida em todos os ambientes, oficializada como “depressão psíquica”. Que, normalmente, é oficializada não só pelos parentes, como também os médicos consultados, que baseando-se nas declarações dos comportamentos dos indivíduos, chegam à conclusão nada agradável, que seus clientes estão sofrendo de uma “deprê” aguda!

Dezenas de anos atrás, provavelmente, esses comportamentos poderiam ser vistos e encarados como realmente fatos estranhos, pois, tínhamos uma vida tranquila. Como ilustração posso dizer, que um crime, mesmo em uma grande cidade, era assunto para semanas de comentários, assaltos a bancos era impossível acontecer, a não ser nos filmes americanos, quando se sabia que havia uma pessoa na cidade que fumava maconha, era o maior reboliço e cochicho em todos os lares. Troca de tiros entre a polícia e marginais, nas principais ruas das cidades e em pleno dia, isso era completamente inconcebível e inacreditável. E quem falasse tal coisa era considerado louco exagerado. Então, com essa tranquilidade e normalidade de vida, aqueles que se retraiam em suas residências, cercando-se de medos e pânicos, trancando-se em suas redomas invisíveis, fugindo do convívio social e, em alguns casos, procurando o suicídio como uma maneira de livrar-se dessas ocorrências, demonstrando incapacidade psíquica para enfrentar situações complicadas, e inerentes do progresso (?), e ampliação dos novos hábitos e costumes, nada enriquecedores para as comunidades, poderiam até ser tratados como, realmente, depressivos ou personalidades fracas para enfrentar fatos novos e complicados!

Entretanto, como já esclareci em outras ocasiões, com as barbaridades que acontecem diariamente e durante todo o dia, não podemos em nenhuma hipótese, classificar alguém que se retrai e afasta-se do convívio social, procura refúgio em seus lares, diversão em seus computadores, restringe as amizades e apega-se a alguma religiosidade, como depressivos dignos de pena e tratamentos. Pois, se formos rotular aqueles que circulam livremente, enfrentando todos esses perigos e riscos com naturalidade, como verdadeiros “loucos varridos”, que não amam suas vidas e acham lindo viver perigosamente!

Eu faço parte do grupo dos coerentes, bom senso, previdentes e cautelosos, mas, não admito que seja cadastrado como depressivo. Vivo baseando-me num adágio que meu sábio avô sempre repetia para me alertar: “Meu netinho, nunca se esqueça que quem tem c.... tem medo!” Como eu tenho, procuro me resguardar para não cair nessa doença da moda!

*Escritor – Historiador - Membro da Academia Grapiúna de Letras - AGRAL

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