Antonio Nunes de Souza*
As influências maternas e paternas, muitas vezes nos faz seguir certos direcionamentos religiosos ou profissionais que, fatalmente, termina transformando nossa vida em uma verdadeira tragédia de insatisfações e desgostos!
No meu caso, desde menino achava um saco ir para os cultos evangélicos, aquele povo todo parecendo hipnotizado pelas estudadas palavras do pastor, vivendo cheio de regras e imposições, que se não obedecidas, iríamos para o inferno, que Deus castigava, como se Ele fosse um carrasco pronto para nos punir com rigor, se não cumprirmos as suas determinações. Determinações essas que fui saber quando adulto, que foram escritas por homens comuns e, para dar credibilidade aos tolos fiéis, disseram que foram escritas com as ordens e orientações de Deus. Quando na verdade, foram quarenta filósofos, obedecendo as ordens e determinações, daqueles que na época mandavam no mundo. Isso antes de Cristo, e o Novo Testamento depois de Cristo. Lógico que estou sendo sucinto, pois, esse assunto é o mais controverso do mundo. Ou você acredita, ou é um herege excomungado!
Com essa catequese, durante minha infância, juventude e puberdade, me colocaram numa escola para me preparar para ser Pastor, quando na verdade eu queria ser advogado, mas, a prepotência de meus pais, e as exageradas religiosidades, levadas pela pouca educação escolar, aliada as dificuldades, que são os maiores fatores, que fazem as pessoas passarem a ser subalternas as palavras daqueles que assombram e prometem lugares no céu, logicamente, pensando em seus lucros fáceis que adquirem com essa velha fórmula enganosa!
Estudei por cinco anos, li a Bíblia dezenas de vezes e, cada vez que lia, menos acreditava que era algo que deveria ser seguido ao pé da letra, já que a conceituação foi baseada nas coisas da época, ou seja, mais de mil anos atrás. E que muitas coisas que coincidentemente acontecem hoje, é porque o mundo sempre foi assim: Injustiças, crimes, torturas, mentiras, preconceitos, guerras, povo pobre sofrendo, ricos comandando, etc., logicamente em menor escala naquele tempo, pois, o mundo povoado era menor. E as ditas repetições Nela escritas, são normais e comuns, como os livros atuais serão no futuro, sem que seja Deus quem está inspirando ou orientando os escritores. É apenas uma questão de visão por pessoas que estudaram, vivenciaram e chegaram a conclusões plausíveis e lógicas. Para os que vem sofrendo lavagens cerebrais há tempos, tudo isso que estou dizendo é um escândalo e absurdo, como se eu estivesse comprando a vista, minha passagem direto para o inferno!
Essa minha confissão é porque, logo que terminei o meu curso, não quis nem proferir palestras experimentais nos cultos, conforme nesse estágio final é exigido. Contra a vontade de meus pais, peguei minha mala, comprei minha passagem e fui para São Paulo. Lá trabalhei em vários serviços, inclusive como garçom, entrei para uma faculdade, fui estudar direito como sempre desejei, e hoje sou advogado, passei na Ordem, me habilitei para exercer a função, votei para minha cidade e abri o meu escritório de advocacia. Meus pais já faleceram, e sinto-me atualmente liberto, fazendo o que sempre desejei e fui terrivelmente reprimido!
Continuo amando e louvando Deus com fervor, mas, sem a maneira tola e ridícula de ficar repetindo o nome de Deus e Jesus todo instante em todas as frases , querendo demonstrar que é a rainha ou rei da fé. Quanta tolice meu Deus, pois, usar o nome de Deus em vão, ou em todos as frases, jamais fará de você uma maravilhosa religiosa, ao contrário, todos lhe ouvem como uma repetidora de ladainhas, programadas pelos seus espertos e ricos ministros!
Não frequento igrejas, uma vez que Deus é onipresente e, consequentemente, está ao mesmo tempo em todos os lugares. Nunca preciso de intermediários para conversar com Ele!
*Escritor – Historiador – Membro da Academia Grapiúna de Letras - AGRAL
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