quinta-feira, 24 de março de 2022

AMOR NA PANDEMIA!

 

Antonio Nunes de Souza*

Com todas as cautelas do mundo, saí silenciosamente de casa, depois de esperar por mais de duas horas minha esposa Jamile dormir. Nas ponta dos pés, abri a garagem, empurrei o carro para fora, fechando-a depois e, somente na rua, liguei o carro para evitar acordar minha mulher!

Toda essa movimentação me deixava com o cu no ponto com medo de alguma coisa acontecer, uma vez que Jamile mesmo sendo maravilhosa, é uma “barraqueira” filha da puta e, quando roda a baiana, “saia de baixo”!

Mas, todo esse perigo valia a pena, pois já se passaram trinta dias sem eu ver minha secretária, que é minha querida amante. E, sinceramente, sem aguentar mais a saudade, liguei para ela e combinei que a noite iria apanha-la para irmos a um motel. Ela achou uma loucura, mas, não quis me desagradar, como também adoraria uma aventura de amor no meio da quarentena!

Cheguei ao destino, peguei minha querida Luciana, baixei a sua máscara e dei logo um beijo na boca, deixando-a cheia de surpresa pela minha aguçada tesão!  

Sem muita conversa, parti para o Motel Rancho das Rosas que é muito bom e mais perto e, como desejávamos, pulamos na cama e fizemos tudo que tinha direito, em todas as posições, sentindo prazeres duplos, triplos e deslumbrantes devido a secura de um mês de ausência!

Aí como o diabo sempre se mete onde não deve, quando eu fui tomar banho, escorreguei e caí batendo a cabeça na parede me deixando completamente desmaiado. Jamile ficou apavorada, ligou para a portaria e pediu para alguém ir até o apartamento. O recepcionista ou gerente chegou e, preocupado, pegou meus documentos na carteira e ligou logo para minha casa, enquanto Luciana, agoniada nem percebeu o que estava sendo feito!

O fato é que, em minutos aparece Jamile apavorada, exatamente na hora que eu estava acordando. Jamile quando me viu abrir os olhos foi gritando: Seu filho da puta você deveria era ter morrido seu descarado, cachorro. Pegar essa vagabunda e vir logo para o Motel Rancho das Rosas. Eu devia era encher sua bunda e a dessa periguete de espinhos. Mas, seu canalha, vou pedir o divórcio e deixar você com sua cadela!

-O gerente falou: Calma minha senhora!

-Calma uma porra. Isso não é com você e vá dar conselhos a sua mãe!

Luciana chorando, saiu pegou um taxi e se picou para seu apartamento. Jamile falou que eu não voltasse para casa, que ela me enxeria de porrada e seria capaz de me matar. E era verdade, pois, quando ela perde o controle é capaz de qualquer merda!

Paguei a conta, pedi que não chamasse o SAMU, pois o gerente desejava fazer, saí com um galo na cabeça, meio atabalhoado e fui para um hotel!

Já no outro dia recebi no escritório uma carta de um advogado, convidando-me para as providências do divórcio. Não foi surpresa para mim, já que ela sempre dizia que nunca perdoaria alguma traição!

Como não tivemos filhos por um problema congênito dela, tudo foi mais fácil, dividimos os bens, e eu depois dessa merda toda, continuei com Luciana, já temos duas filhas lindas e sempre damos risadas quando nos lembramos do nosso: “AMOR NA PANDEMIA!”

*Escritor – Historiador - Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL

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