Antonio
Nunes de Souza*
Nós,
no decorrer da vida, fazemos mil coisas que, depois de passado algum tempo e
paramos para pensar, chegamos a conclusão que agimos fora dos limites,
exagerando, barbaramente na atitude tomada!
Pesquisando
minha mente, atrás de algumas dessas lembranças inesquecíveis e, assustei-me
completamente, quando me floresceu com clareza que, numa tarde de inverno
estava eu na janela da minha casa, e chovia torrencialmente. Na rua encostado
na parede tentando se proteger, havia um cego, provavelmente pedinte com a
aparência de uns 50 anos. Mesmo não estando bem trajado, estava barbeado e,
infelizmente, todo molhado. Deduzi que era cego porque levava na mão, aquela
varinha típica usada normalmente pelas pessoas com problema de visão.
Eu,
uma mulher viúva, ainda jovem, mas, muito prestativa e paroquiana, fiquei
penalizada e chamei o pobre coitado para entrar e passar a chuva. Imaginando
que seria minha boa ação do dia.
-Senhor
entre aqui para passar a chuva, pois está forte e com tendência a aumentar.
Ele
virou-se para o lado que tinha vindo a voz e, imediatamente, disse: Obrigado
minha senhora, além de molhado estou tremendo de frio.
Andou
tateando pela parede até encontrar a porta, que eu já abrira e estava a sua
espera.
-Que
Deus lhe abençoe pela sua bondade. Eu estava aflito e sentindo-me mal.
Apanhei
uma toalha e dei para ele enxugar-se, mas, da forma que estava, nada adiantava
passar o pano pelo corpo. Então, como ainda conservo algumas roupas do meu finado
esposo, fui ao guarda-roupas e peguei uma calça e uma camisa de mangas
compridas, levando para a sala e ofereci para ele se trocar.
Ele,
mesmo sem enxergar, arregalou os olhos e novamente agradeceu a bondade. Eu o
levei para um cômodo e disse que ele ficasse a vontade e podia trocar de roupa
tranquilamente estando sozinho.
Ele
entrou e eu curiosamente e um pouco desconfiada, fiquei silenciosamente na
porta olhando ele tirar e vestir a roupa que havia lhe dado. Quando ele baixou
a calça, estava sem cuecas e pude ver como era grande o seu membro. Parece um
absurdo, mas imediatamente me deu uma tesão incrível, já que a muito tempo não
via um homem nu.
Impetuosamente,
como se fosse uma loucura, e era, encostei nele como se fosse ajuda-lo e,
taradamente, peguei no seu grande e grosso cacete e comecei a alisar. Ele se
assustou, mas logo se aclimatou se excitando, mostrando sua virilidade e os
acréscimos de alguns centímetros no seu também cego pau.
Eu
comecei a tirar a roupa e começamos a foder desesperadamente. Eu pela minha
secura de uns anos sem sexo, e ele por ser uma oportunidade rara em sua vida!
Acabamos
de transar, ambos cansados, mas, saciados, foi quando me veio a cabeça a
loucura que havia cometido. Ele tomou um banho, se vestiu, eu lhe dei um pedaço
de bolo, comeu, agradeceu, outra vez e pedi que fosse embora dizendo que lhe
chamaria em outra oportunidade que passasse ali!
Ele
saiu, levei-o até a rua, pois a chuva já havia passado.
Pedi
a Deus perdão pela minha loucura, pedindo que Ele me ajudasse a esconder essa
atitude impensada.
Passado
uns quinze dias eu estava com umas 12 paroquianas numa reunião em minha casa,
quando, inesperadamente alguém grita bem alto na porta: “Pelo amor de Deus, me
diga se foi aqui que fodi?”
-Eu,
ao ouvir tal pergunta, desmaiei, logicamente, dando bandeira que realmente
tinha transado com o cego. As religiosas ficaram horrorizadas, me deixaram no
sofá já me recuperando e, já sozinha, ainda tive forças para gritar:
“Vá
embora seu cego filho da puta!”
*Escritor-Membro
da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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