Antonio Nunes de Souza*
Pela
aparente incoerência do título, acredito que você ficou encabulado. E com toda
razão, já que malandro, na expressão da palavra é um indivíduo astuto, sabido,
inteligente, enganador e, normalmente, desonesto. E se for olhado por esse
ângulo, o malandro é um tremendo malandro sem nenhuma dúvida!
Entretanto,
se formos mais observadores, podemos chegar à conclusão que: “malandro, se
realmente fosse malandro, literalmente, não seria malandro!” Embora essa
explanação pareça um grande saco de gatos, ela é claríssima, inclusive já foi
usada numa música do genial Jorge Benjor. Pois, ela quer apenas dizer, que se
ele fosse malandro (esperto, inteligente, astuto e sagaz), escolheria outra
profissão, uma vez que malandro, além de ser um eterno marginal, normalmente
tem vida curta, ou sempre está sendo caçado ou na prisão!
Mediante
essa certíssima lógica, podemos dizer, sem medo de errar, que os burros é que
se tornam malandros, sem ter a inteligência de discernir o mal do bem e,
lamentavelmente, são mortos ou presos com idades em torno de dezoito até trinta
e cinco anos. E por mais incrível que possa parecer, cada dia aumenta o número desses falsos malandros, já que são
burros e idiotas, que não enxergam o presente dos malandros (mortos, presos ou
foragidos), que, praticamente, espelha os seus próprios futuros!
Sendo
repetitivo e chovendo no molhado, volto a dizer que, lamentavelmente, a falta
de educação escolar, marginalização e discriminação das favelas e morros,
subúrbios, quilombolas e a pobreza em geral, são os itens preponderantes para
os jovens serem aliciados pelos grandes chefões de facções que, mesmo
aprisionados, dominam grande parte do nosso país, não dando tranquilidade e
segurança a população!
Não
precisa ser grande sociólogo ou cientista, para ver que, matematicamente, sai
muito mais barato e bem menos dispendioso, encher as cidades de escolas
(primárias, secundárias e superiores), que gastar um absurdo com policiais,
armamentos, penitenciárias, assistência médica/hospitalar, medicamentos, etc.
Mas, como todos sabem, entra e sai governo e só fazem paliativos ou nada, no
sentido de “deixar ficar, para ver como é que fica”, pois, na política, se faz
necessário ter uma corrente fácil de ser manipulada e, inegavelmente, essa é a
dos semi e analfabetos. Uma triste, vergonhosa e absurda realidade!
Ainda
continuaremos enfrentando esses malandros da ociosidade, que, por ignorância,
se tornam malandros perigosos e monstros criminosos!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros Fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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