quinta-feira, 7 de setembro de 2023

SAUDADE DO PASSADO, SOFRIMENTO NO PRESENTE E PENA DO FUTURO! (Clique e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Para aqueles que como eu, nascidos em 1941 em plena segunda guerra mundial, todos vivendo um verdadeiro pânico, morando em cidade do interior, sem televisão internet, Zap, tendo somente (alguns privilegiados) uns rádios movidos a válvulas, que davam mais descargas e ruídos que as próprias notícias sobre os ataques aéreos. E além dessa tragédia, ainda a preocupação e tristeza de uma fatia de famílias brasileiras, já que estava sendo recrutado o batalhão de pracinhas, que foi lutar na Itália por solidariedade, onde venceram uma batalha, mas, infelizmente, com a morte de mais de 60% dos valentes soldados tupiniquins!

Vejam vocês que ano e ocasião meus pais acharam de me fabricar. Porém, durante os anos da maldita guerra, na minha inocência, achava uma festa aqueles corre, corre nas ruas quando passava no ar um avião, algumas vezes o tal zepelim, com sua forma estranha de charuto, que eu pequeno vibrava com alegria pelo seu enorme tamanho!

Nessa época nós éramos terceiro ou quarto mundo, talvez até quinto, eu não sei bem, entretanto, com toda merda, seguramente éramos todos felizes. Não tínhamos no nosso querido Brasil, deslizamentos de morros, chuvas torrenciais, enchentes avassaladoras, tremores de terra, ventanias de 100 quilômetros, tufões, trombas d’aguas, neves, geadas, chuvas de granizos, rios e mares poluídos, altas temperaturas, secas deploráveis, dezenas de viroses, drogas, crimes, sequestros, assaltos, e mais uma infinidade de problemas outros!

Será que com essas tragédias todas, você tem coragem de dizer que estamos progredindo?

Se você não é desse meu tempo, e nunca se preocupou em ler sobre o passado, com certeza deve achar que essas podridões fazem parte de uma evolução do planeta e dos homens. Pois, saiba que seu conceito de evolução está completamente fora da realidade, uma vez que isso tudo representa, simplesmente, uma destruição em massa da natureza que, fortemente e com razão, responde enraivada provocando uma destruição sem precedentes, querendo abrir os olhos da humanidade, dizendo por linhas tortas, que se não mudarem os comportamentos, terão como castigo as perdas dos seus bens e suas próprias vidas. Observem que cada vez que os fatos acontecem, são sempre com maiores intensidades e violências, contabilizando maiores perdas e destruições!

Nós do passado éramos felizes, e sabíamos sim, com toda certeza. Podíamos brincar nos jardins, sair andado a noite pelas ruas, tomar banho nos rios, as praias eram limpas e as águas puras e deliciosas, podíamos respirar ar puro e oxigenar bem nossos pulmões, coisas que hoje, por culpa do tal progresso, ninguém tem mais o privilégio de fazer!

Com essas boas lembranças, eu parto a qualquer hora com uma brutal tristeza, por não ter podido fazer nada para mudar essa amarga situação, que, infelizmente, meus descendentes cruelmente herdarão!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros Fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

 

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