Antonio Nunes de Souza*
Quando
era para ir à faculdade, era um verdadeiro drama para tira-la da cama. Mas, quando
se tratava de ir a uma balada, pagode ou funk, Rita ficava de rabo em pé, num
assanhamento que nem dormia na noite anterior. Veja você as preferências como
fazem as pessoas mostrarem, como são suas personalidades e comportamentos!
E
com o estilo comportamental bem similar ao da juventude atual, Rita, além de
dançar pela madrugada a dentro, ainda bebia, fumava e transava. Essa trilogia
para ela era essencialíssima em sua vida. A faculdade servia apenas para
satisfazer a vontade dos pais e, ao mesmo tempo, eles a liberarem para suas
constantes farras e financeiramente! Literalmente, uma vida invejável para qual
quer jovem: casa, comida, roupa lavada, dinheiro, e os grandes babados das
festas movidas a paredões de mil decibéis!
Todas
essas coisas, geralmente passam despercebidas para a família, pois, já que
estão na faculdade, tem o direito de se divertir, que até tem sentido, mas,
deve-se colocar certos freios em alguns desses procedimentos, já que são
prejudiciais e nocivos. Porém, por acomodação ou negligência, quando vão
perceber as merdas, as coisas estão tão avançadas que será difícil retroagir!
E com Ritinha, como era tratada em casa, nada
foi diferente, pois, começou a se envolver também com drogas e, além de
viciada, ainda engravidou sem nem saber quem era o pai, já que nos embalos,
depois de dopada, ia para cama com o parceiro do momento. E foi a partir dessa
hora que seus pais foram abrir os olhos, quando Ritinha já tinha aberto as
pernas para meio mundo, e não podia viver sem suas doses cotidianas!
No
desespero, seus pais a internaram numa clínica, mesmo a contragosto dela, tendo
que gastar uma grana preta, que para uma família classe média é pesado. Sua
gravidez continuou, os exames acusaram, para piorar mais ainda, que eram gêmeos!
Uma verdadeira produção independente em duplicidade. Isso todo mundo sabe e diz,
que quando a desgraça vem, pode sair debaixo que ela vem derrubando tudo!
Ainda
hospitalizada, Rita teve seus dois filhos, colocando os nomes de Adalmir e
Rommel, que eram os caras que ela mais saía e transava, imaginando que podiam
ser de um deles!
Com
mais alguns meses, ela voltou para casa curada do vício, já com outros
pensamentos e cuidando das crianças. E no ano seguinte, voltou para completar a
faculdade, já que faltavam apenas dois semestres. Mas, sabe o que aconteceu?
Voltou a se encontrar com Adalmir e Rommel, a sacanagem voltou toda outra vez,
e novamente a família só descobriu tarde demais, quando ela novamente estava
grávida e, curiosamente, outra vez de gêmeos. Aí ela teve certeza que os filhos
eram de Adalmir, que é danado pra fazer gêmeos!
Mas,
desta feita, os país putos da vida, como ela não estava se drogando, resolveram
tira-la da faculdade para cuidar dos quatro meninos, ficando em casa cuidando
de todas funções domésticas. Infelizmente, seus pais morreram em um acidente automobilístico
um ano depois, e Rita passou a ter privações, e hoje trabalha como caixa em um
banco, afim de sustentar seus queridos, porém, indesejados filhos, já que
Adalmir sumiu da cidade e nunca deu porra nenhuma e nem registrou!
Essa
triste história de Rita, infelizmente, acontece constantemente, não só na
hipócrita sociedade, como nas classes baixas e médias, pois, a atual juventude
não mede os riscos e sempre pensam que sabem tudo!
Pobre
mundo, que será governado por esses jovens de hoje, grandes ouvintes de músicas
sertanejas, bregas, evangélicas, pendurados nos celulares, não lê um livro, se
exibem nas redes fazendo caras e bocas, e as escolas e faculdades particulares
que frequentam, todas deixam muito a desejar!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros Fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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