Antonio Nunes de Souza*
Como
todo mundo diz, as histórias sempre se repetem. Essa, embora sendo um drama fictício,
também poderia acontecer em pleno século XXI e, logicamente, eu não perdi a
oportunidade de também me imortalizar, repetindo essa maravilhosa obra de
William Shakespeare, escrita no ano de 1594, que tornou-se uma história de amor
incomparável no mundo ocidental. Não sei a popularidade que alcançarei, porém,
tenho certeza que fará arrepiar os cabelos dos meus pobres e parcos leitores,
com o andamento da história esse casal da atualidade!
Romeu,
jovem morador de Sampa, estudante do melhor colégio da capital, filho de um grande
político Bolsonarista, milionário graças propinas e peculatos, tendo uma
projeção invejável não só no sul e sudeste, como em grande parte do Brasil. Já
a linda moça Julieta, bem criada e com todas suas vontades à disposição, já
tinha carta de motorista desde quinze anos, conseguida com a falsificação dos
amigos do seu pai, que era um grande político ficha suja, cheios de denúncias de corrupções e peculatos. Está claro que ambos os jovens eram filhos de famílias poderosas,
abastadas e verdadeiramente, canalhas!
Um
dia, numa parada que estava bombando num baile funk da sociedade, com a fina
flor da orgia social, artistas, jogadores de futebol, milicianos e outras
figuras, Romeu encostou no balcão pra queimar um “fumo” numa boa, afim de se animar
mais, chega aquela moça linda já ligadona pelo álcool, e sem que o conhecesse,
pediu-lhe um “trago” que em troca ela lhe daria um pouco de pó, para ele dar
uma cheirada!
Romeu
não se fez de rogado, deu o “bagulho” pra ela e, imediatamente, cobrou o pó
para dar uma cafungada inspiradora, que lhe deixaria doidão!
Depois
dessa permuta de drogas, ambos partiram para o salão, onde um tremendo paredão
mandava som pra todos os lados, e aos abraços beijos e esfregações, rolaram até
a madrugada, indo terminar a noite num quarto de motel. Nascendo aí uma grande
paixão recíproca, caracterizada como “amor à primeira vista”, ou melhor dizendo:
paixão incontrolável!
Dia
seguinte Romeu chegou em casa, e foi direto falar com seu pai, confessar sua
paixão. E quando disse que ela era filha do tal bicheiro contraventor, cheio de pepinos nas áreas judiciárias, deu o maior
pinote e disse: De jeito nenhum eu vou concordar com esse romance. O pai dessa
moça é um canalha, já me perseguiu muito, me deu grandes prejuízos, e eu nunca
vou querer ver e aturar essa safado, como avô dos meus netos. Romeu ficou
assustado com a reação, mas, como era esperto, e filho de peixe, peixinho é,
saiu calado, e logo em seguida ligou para Julieta contando o fato! E,
curiosamente, ela falou: Puta merda meu Ró, meu coroa falou a mesma merda, me
dando “ordem unida”, que nunca mais me encontrasse com você. Vamos nos
encontrar as escondidas, dentro de uma igreja, que ficaremos bem mocozados e
ninguém pode nos ver. Aí vamos traçar um plano, para que nosso amor não seja
afetado. Tá falado minha Jú. Tô contigo e não abro. Lhe encontro daqui a meia
hora na catedral. Valeu Ró!
E
foi o que aconteceu. Se encontraram, o Frade da paróquia arranjou um lugarzinho
reservado para eles e, tranquilamente, resolveram de comum acordo se suicidarem
por amor. Aí foram ao frade se confessarem antes de praticar o terrível ato.
Mas, quando falaram com o Frade, ele pulou fora assustado e disse: Vocês estão
loucos? Isso não tem cabimento, já que vocês se amam. Eles que se odeiam é que
devem morrer. Romeu olhou para Julieta, mas, antes dele falar algo, ela foi
dizendo: Gostei da ideia e vamos combinar que cada um cuida do seu devido pai.
O Frade deu um sorriso e disse: Tá vendo? Tudo será resolvido e vocês vão ficar
de boa! Obrigado Frade você foi maravilhoso com sua ideia santificada. Nada
meus filhos, nos estamos aqui para isso, ou seja, salvar a humanidade!
Resumindo,
eles contrataram quatro motoqueiros/pistoleiros por uma boa grana, eles
executaram as tarefas, não deixaram rastros, assim como muitos outros crimes no
país, esses também ficaram no esquecimento!
Romeu
e Julieta se casaram um mês depois, e foram passar a lua de mel em Dubai. Hoje Julieta
é deputada federal aproveitando os eleitores do pai, enquanto Romeu, herdou as
jogatinas do pai, continuando a rotina de contraventor, mas, tranquilamente, ao
lado da sua amada. E sempre eles vão na paróquia agradecer ao Frade, e dar uma
ajuda para a igreja!
Nada
melhor que um fim alegre, feliz e dentro dos comportamentos atuais e normais
desse nosso século!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros Fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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