sexta-feira, 15 de setembro de 2023

ESSES TERRÍVEIS HOMENS... (Clique e leia)

 

 

 Antonio Nunes de Souza*

Uma amiga que havia lido minha crônica a respeito do “desrespeito” dos porcos chauvinistas, com relação às mulheres, elogiou minha honrosa e justa defesa ao maravilhoso sexo, taxado antigamente de fraco, sugerindo que escrevesse algo sobre esses pulhas, uma vez que, embora não haja uma aceitação no meio machista, também temos denominações nada elogiáveis no mundo feminino, envergonhando a classe do primeiro ser criado na face da terra, considerado racional!

Gosto da imparcialidade nas opiniões, e nada mais justo, que traçar um perfil também bastante enfatizado, citando alguns dos diversos tipos de homens, que transitam, abundantemente, nas várias camadas sociais e, sem nenhum “semancol”, imaginam que estão abafando com seus comportamentais estranhos, ridículos e inadequados!

Para falar dos homens, tenho que ter um cuidado especial, pois, fazendo parte da classe, se facilitar, estou passivo de derrapar um pouco e ser tendencioso, escondendo certas facetas. Mas, como disse antes, serei bem mais imparcial do que os árbitros de futebol do quadro da Fifa, dando o cartão vermelho a quem realmente merece!

Vou começar pelo “Cafajeste”. Este abominável ser tem em sua cabeça, a idéia errônea que as mulheres os adoram. Aliás, esse conceito popular circula com uma freqüência tão acentuada, que algumas delas, para dizer que estão na onda, ou por curiosidade, cultivam certos relacionamentos, e terminam quebrando a cara com esses peçonhentos indivíduos. Geralmente são mal educados, se trajam com péssimo gosto, aparência de marginal de filme mexicano, falam utilizando gírias e expressões tolas, termina de comer e sai palitando os dentes, propositadamente erram nos plurais e verbos para dar ênfase as suas machezas (cinco milhão, tenho dois carro, uma porrada de mulé, tomano mé, etc.). Idiotamente, se taxam de “autênticos”. Realmente são autênticos babacas. Só sabem ou conseguem enganar, uma minoria de garotas suburbanas menos avisadas, e algumas dondocas emergentes excêntricas, em busca de aventuras paradoxais. Esse tipo é tão pobre de espírito que quando morrer seu espírito nem vai servir para reencarnação. Causa náusea e pena quando deparamos com algum, uma vez que eles infestam todos os ambientes, como se fossem formigas de doce. E para coroar sua condição de cafajeste, caráter para ele é algo inexistente. Será que as mulheres são culpadas pela perpetuação dessa espécie? 

Sei não! Mas, se faz necessário que elas trabalhem no sentido de exterminar esse troglodita moderno, dando-lhes menos oportunidades!

Aproveitando o modismo televisivo, desponta no cenário nacional, um tipo que está fazendo mais sucesso do que os empréstimos para aposentados: O Coroa Galã! 

Depois da série global “A presença de Anita”, a novela “América” e outros exemplos televisívos, qualquer grisalho está tendo uma cotação altíssima com as menininhas. Dizem os psicólogos que elas procuram nesses homens mais experientes e a presença paterna. Porém, mais parece que realmente procuram é alguém que lhes proporcionem prazeres materiais e físicos com maior qualidade, e façam com que se sintam realmente mulheres valorizadas, fatos que não ocorrem nas ligações com os “Sarados e Cocô-boys”, personagens que falarei adiante!

O coroa galão, embora tenha seu espaço com as mulheres, conquistado graças à mídia e o charme, imagino que os diretores das novelas, que geralmente são dessa faixa etária e, como gostam de ninfetas, procuram impingir esse comportamento como normal nas novelas e casos especiais, e como o povo imita tudo, passa a ser modismo na sociedade!

Não deixa de ser uma “cafajestagem” disfarçada, que existe em três classificações distintas: O casado descarado, o solteirão inveterado e o descasado aventureiro!

O primeiro sempre se apresenta discreto, e como argumento diz ser “relativamente” solteiro, alegando não existir um bom relacionamento familiar, continua junto em função dos filhos, tem muita carência, etc., mas, quando encontrar uma pessoa legal, ele tomará uma posição definitiva. Mas, precisa que a pessoa mantenha um relacionamento antes, para ver se realmente merece uma separação marital. O pior é que essa farofa ou papo de jacaré, mesmo super batido e conhecido, ainda colhe bons frutos no meio das mulheres. Não sei se penalizadas, ou pelo desafio de fazer um homem feliz, pois, quando eles contam essa estória, sempre fazem aquela cara cínica de cachorro sem dono. Esse, além de casado descarado, ainda é mentiroso. Porém, geralmente, se dá muitíssimo bem nas investidas femininas!

Por que será que as mulheres acatam tanto esse tipo?  Sei não!  Nunca consegui entender!

Já o solteirão inveterado, que pra mim trata-se do individuo que não se definiu sexualmente, imaginando que pode casar e descobrir que sua tara é outra. Isso é fácil de ver (só ele que não percebe), pois, sempre está reunido com grupos de homens, faz questão de demonstrar sua masculinidade, dizer que já transou com todo mundo e alardear sua liberdade. Enfim, um garganteiro conversador, que na verdade não casou porque não achou ninguém que aguentasse seu papo e companhia nada agradável. É como chuchu: Parece uma pêra, mas não tem gosto de nada!

Mas, com certeza absoluta, esse tipo é o que melhor se dá bem nos relacionamentos relâmpagos, o popular “ficar”. Principalmente com as mulheres da faixa dos 25 aos 35 anos, não comprometidas, que com receio do encalhamento, sempre partem para o desafio de quebrar o celibato do indivíduo e, consequentemente, o seu. E se ele tiver alguma condição financeira, ou for profissional liberal, tem que andar até com segurança, pois, senão as mulheres (com todo respeito) atacam mesmo. Classifico esse tipo de homem como “altíssima periculosidade”. Creio que o Sebrae deveria dar um curso de destreza para as mulheres, qualificando-as para que tenham condições de lidar sem riscos, com essa classe que, além de tudo, ainda gosta de fazer uma produção independente, e sair debaixo negando a paternidade às responsabilidades!

Se os outros são perigosos, esse terceiro é pior ainda!  É o Descasado Aventureiro. Nessa classe tem uma subdivisão, onde encontramos uma diversidade comportamental, dependendo de como ele chegou a condição que ocupa: Ou foi por incompatibilidade de gênios, irresponsabilidade ou adultério!

No primeiro caso, não podemos nem condena-lo, pois, todos nós estamos passivos de uma separação por desentendimentos domésticos, ou desgaste amoroso com o passar do tempo. Quando é esse o caso, podemos dizer que é inofensivo e um cara até confiável, pois, já teve uma experiência familiar, geralmente habituou-se a vida caseira e pode ser um ótimo partido e marido. O maior cuidado que se deve ter é com relação ao seu temperamento, pois, essas separações acontecem sempre em função do cara ser chatíssimo e implicar com tudo. Mas, com uma dose de paciência, domina-se o bruto tranquilamente!

Entretanto, se foi por irresponsabilidade, pule fora que esse é super perigoso. É como diz o adágio popular: “Cesteiro que faz um cesto, faz um cento!”

Agora, se a causa da separação foi adultério e ele é que foi enganado. Saia de baixo meninas. Pois, nesse caso, as duas subdivisões são péssimas. Tem o Corno Manso e Conformado, normalmente um idiota perfeito, que jamais será um homem completo ao seu lado. Até a ex-mulher lhe enganou tanto e ele não reagiu, que ela preferiu larga-lo a ter um Zé Mané ao seu lado. E olhe que esse tipo descobre, perdoa e ainda pede pra ela não fazer mais e continuar numa boa. Esse, coitado, envergonha nossa classe. E mulher que pega corno de segunda mão, jamais será feliz, porque terá sempre ao seu lado um cara super desconfiado e ciumento!

Já o valentão, aquele que pegou a mulher e encheu de cacetadas, fez escândalo, perseguiu o Ricardão, ameaçou de morte e outras baboseiras mais, é perigosíssimo. Só é comparado aos homens bombas das Arábias. Pra matar e morrer ele não muda a camisa. É desconfiado, tende a aprisionar a nova mulher, achando que com isso evita uma reprise, tornando a convivência intolerável. Mulher com juízo nem se aproxima desse tipo explosivo. Fora à possibilidade dele ter na mente uma grande dose de ódio, e querer destila-lo vingando-se com a nova parceira!

Só dou um conselho para as mulheres: Se pintar em sua área um corno valentão, carinhosamente, mande-o tirar os chifres e ir tocar berrante nos rodeios de Barretos!

Somente um livro e com volume avantajado, poderia enumerar e classificar o comportamento dos homens, portanto, vou finalizar voltando-me para o grupo dos mais jovens e solteiros, citando apenas duas categorias simplesmente ridículas e idiotas, que estão crescendo abundantemente no mercado com o apelido da moda de influencer!

Primeiro: O Sarado. Que tem na sua mente a idéia tola, que as mulheres estão procurando homens para carregar geladeira, servir de segurança, mudar os móveis de lugar na hora da faxina, ou estrangula-las com apenas dois dedos. Aí, com essa ilusão, ficam o dia todo nas academias correndo numa esteira, abraçados em um aparelho, comendo frutas e verduras. Resultado: Não fumam, não bebem e também não fodem. Sentem-se felizes somente em mostrar os bíceps da grossura de uma coxa de elefante, acreditando ser o padrão da beleza masculina. Não sabendo eles que as mulheres gostam na hora do vamos ver é de carinho, doçura, conhecimentos do que fazer e como fazer, e não precisa ser o “exterminador do futuro” para fazer uma mulher perder as forças e suspirar de prazer!

O segundo, taxado jocosamente como Cocô-Boy, embora atinja mais especificamente o adolescente (17 a 21), pode-se também encontrar outra faixa etária englobada nessa classificação. Nela você ainda encontra expressiva quantidade de adeptos com MS e PHD na matéria. Esse orgulhoso e vaidoso é o Cocô-Boy Sarado!

Você não precisa procurá-lo e nem terá dificuldade de identificá-lo, pois, ele já aparece com o som do carro estrondando milhares de decibéis, tocando uma música de péssima qualidade e gosto, para nas conveniências dos postos ou bares, amarrar a camisa na cintura (isso quando estão com esse acessório), pegar uma lata de cerveja e, reunidos em grupos, começam a dançar e jogar cerveja um no outro. Em algumas ocasiões pode-se ver patricinhas, com as cabeças mais vazias do que panela de pobre, fazendo companhia a esse produto inútil, criado pela cultura e educação que é dada aos jovens do nosso país. Olhe que isso que estou dizendo não é caretice não. Fui um garoto que amei os Beatles e os Rolling Stones, vi nascer o Rock, o movimento dos Hippes, Mini Saia, a libertação sexual das mulheres, a explosão das drogas, milhares de porra-louquices, etc., mas, nunca tive um comportamento que pudesse ser considerado idiota. Esse tipo espero que seja temporário e sazonal, pois, se por acaso houver reencarnação, imagino ter que voltar daqui a alguns anos, e ver o mundo dirigido por esses jovens, que hoje valorizam tantas banalidades!

Graças a Deus, acreditamos que esses últimos sejam passageiros, mas, quando estão passando, só faltam estourar nossos tímpanos. O som alto é, exatamente, o sinal que se trata de um idiota que está atrás do volante!

Não vou me alongar, mas, esses homens... daria um grande e volumoso livro!

 

*Escritor, Historiador, Cronista, poeta e Um dos Membros Fundadores da Academia Grapiúna de letras!

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