quinta-feira, 28 de setembro de 2023

É PRECISO SABER MORRER! (Clique e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Calma que não acordei com humor negro. Mas, assim como é importante saber viver, aproveitar todos os segundos que a vida está lhe proporcionando, principalmente para que no futuro, não tenha arrependimentos, por não ter feito as coisas que desejou, preocupado com o que os outros iriam pensar, pois é de igual importância  a ciência de também saber morrer!

O primordial para tanto é ser inteligente suficiente, para racionalmente, reconhecer que começou a viver desde o momento que foi concebido, através de um ato sexual, responsável ou não, mas, felizmente, lhe deu a dádiva de nascer para o mundo. E partindo desse lógico raciocínio, deve aproveitar ao máximo esse presente inesperado que não foi pedido, porém, lhe trouxe uma alegria incomensurável: ser mais uma pessoa para desfrutar, as milhares maravilhas do mundo!

A partir desse reconhecimento, você deve também estar ciente, que sua vida tem durabilidade, que você jamais será eterno e, depois de algum tempo, os coloridos da vida vão, gradativamente, se apagando, as cores vão ficando meio cinzas, chegando ao ponto de, praticamente, tornarem-se negras. E é exatamente quando se aproxima essa hora, que é um privilégio (?) de todos. Aí é que está a hora de você entender, veementemente, que: é preciso saber morrer!

Pode parecer que estou sendo mórbido, que esse assunto é horrível, mas, seguramente, trata-se de algo vital, literalmente, pois esse final faz parte da própria vida. Reconheça que você teve muitos anos, para usa-la das maneiras mais aprazíveis possíveis e, se algumas vezes não aproveitou, reprimindo-se pelo medo ou inibição, faz parte da morte ter esses tristes arrependimentos, como complementação das debilitações corporais, doenças inerentes a idade, que lhe fragiliza de tal forma, que, muitas vezes, você até fica com pressa de morrer, como se fosse um grande alivio. Não porque acha que vai para o paraíso, ou simplesmente desencarnou para voltar em breve. Na maioria dos casos pensam assim, porém, os mais sensatos, encaram esse ato de uma maneira mais palpável e bem menos surreal!

Eu, sinceramente, estou nessa última fase, minha aquarela ainda pinta algumas cores forte e outras mais fracas, porém, na minha mente tenho todas essas informações gravadas e, sinceramente, passei a vida fazendo tudo que tinha direito, poucas vezes até as que não tinha, tenho raríssimos arrependimentos, vivendo feliz porque, inteligentemente, aprendi a saber morrer com dignidade!

Tenho certeza que você, assim como os que ainda tem tempo para viver, por favor, viva intensamente. E se já está na fase final, passe a ser um aprendiz da melhor técnica de morrer, gloriosamente e feliz, não levando nenhuma saudade. Apenas deixando!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros Fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

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