Antonio Nunes de Souza*
Calma
que não acordei com humor negro. Mas, assim como é importante saber viver,
aproveitar todos os segundos que a vida está lhe proporcionando, principalmente
para que no futuro, não tenha arrependimentos, por não ter feito as coisas que
desejou, preocupado com o que os outros iriam pensar, pois é de igual
importância a ciência de também saber
morrer!
O
primordial para tanto é ser inteligente suficiente, para racionalmente, reconhecer
que começou a viver desde o momento que foi concebido, através de um ato
sexual, responsável ou não, mas, felizmente, lhe deu a dádiva de nascer para o
mundo. E partindo desse lógico raciocínio, deve aproveitar ao máximo esse
presente inesperado que não foi pedido, porém, lhe trouxe uma alegria
incomensurável: ser mais uma pessoa para desfrutar, as milhares maravilhas do
mundo!
A
partir desse reconhecimento, você deve também estar ciente, que sua vida tem
durabilidade, que você jamais será eterno e, depois de algum tempo, os
coloridos da vida vão, gradativamente, se apagando, as cores vão ficando meio
cinzas, chegando ao ponto de, praticamente, tornarem-se negras. E é exatamente
quando se aproxima essa hora, que é um privilégio (?) de todos. Aí é que está a
hora de você entender, veementemente, que: é preciso saber morrer!
Pode
parecer que estou sendo mórbido, que esse assunto é horrível, mas, seguramente,
trata-se de algo vital, literalmente, pois esse final faz parte da própria
vida. Reconheça que você teve muitos anos, para usa-la das maneiras mais
aprazíveis possíveis e, se algumas vezes não aproveitou, reprimindo-se pelo
medo ou inibição, faz parte da morte ter esses tristes arrependimentos, como
complementação das debilitações corporais, doenças inerentes a idade, que lhe
fragiliza de tal forma, que, muitas vezes, você até fica com pressa de morrer,
como se fosse um grande alivio. Não porque acha que vai para o paraíso, ou
simplesmente desencarnou para voltar em breve. Na maioria dos casos pensam assim,
porém, os mais sensatos, encaram esse ato de uma maneira mais palpável e bem
menos surreal!
Eu,
sinceramente, estou nessa última fase, minha aquarela ainda pinta algumas cores
forte e outras mais fracas, porém, na minha mente tenho todas essas informações
gravadas e, sinceramente, passei a vida fazendo tudo que tinha direito, poucas
vezes até as que não tinha, tenho raríssimos arrependimentos, vivendo feliz
porque, inteligentemente, aprendi a saber morrer com dignidade!
Tenho
certeza que você, assim como os que ainda tem tempo para viver, por favor, viva
intensamente. E se já está na fase final, passe a ser um aprendiz da melhor técnica
de morrer, gloriosamente e feliz, não levando nenhuma saudade. Apenas deixando!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros Fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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