Antonio Nunes de Souza*
Por
mais que tenhamos cuidados, previdências e atenções, sempre estamos passivos de
ser agraciados com um turbulento, desagradável e triste dia de cão!
E
eu não sou diferente, e nem exceção nesse caso, que normalmente acontece com
todos e, se não aconteceu com você, pode esperar que a merda vem aí pelo
caminho, pois, todos nós, um dia que Deus está de folga, ou tirou o dia para
sacanear, tudo de errado está sujeito a acontecer!
Acordei
molhado de suor, pois, durante a noite faltou energia e o ar condicionado parou
de funcionar, e com esse calor, o resultado foi a suadeira. Lógico que me
levantei já chateado para tomar um bom banho, mas, quando entrei no box vi que
a energia ainda não tinha voltado e teria que tomar um banho frio, isso as 6:30
da manhã. Puto da vida, abri o chuveiro e tremendo entrei embaixo, ao mesmo
tempo me ensaboando para me livrar logo da água gelada. Foi aí que tomei um susto,
quando olhei e vi que faltou água, o chuveiro apenas pingava, como se estivesse
chorando da minha miséria. Eu todo ensaboado, saí do banheiro esfregando a
toalha no corpo, que ia ficando pegajoso e grudento, imaginando ter que colocar
o terno para ir trabalhar, já que é minha indumentária diária!
Não
tendo alternativa, me vesti todo agoniado com a roupa grudando no corpo, e ao
chegar no corredor, vi que o elevador não funcionava pela falta de energia, que
tinha de descer dez andares, que era onde ficava meu apartamento. Claro que não
enlouqueci de raiva, porque já estava louco. Fui descendo as escadas, muito
movimentadas pelos moradores indo trabalhar, o fato é que cheguei no térreo
suando muito e com a camisa grudada nas costas graças o sabão do meio banho.
Até aí tudo mal, mas, ainda tive coragem de continuar minha rotina matinal!
Porém,
ao chegar na garagem do edifício, olhei para meu carro e, tristemente, vi um
pneu dianteiro furado. Falei mentalmente: Puta que pariu! Pensei esse palavrão
com tanta raiva, que cheguei a ficar com dor de cabeça. Porém, como devemos ter
calma nas horas de desespero, resolvi não trocar o pneu, deixando para fazer na
volta ou pedir ao zelador, indo de ônibus para meu escritório, que não fica tão
longe!
Fui
para o ponto em frente e, com muita sorte, imediatamente veio um que passava em
meu destino. Além da passagem rápida, o ônibus ainda estava meio vazio,
dando-me chance de me sentar. Porém, vocês não vão acreditar, pois, entraram no
próximo ponto três assaltantes armados, e fizeram uma varredora geral, levando
minha carteira, celular e meus documentos. Revoltado me levantei para reclamar
e, imediatamente, tomei uma coronhada na cabeça, que desmaiei, e quando acordei
estava num hospital, que o SAMU tinha me levado. Botei a mão na cabeça muito dolorida
e vi que ela estava enfaixada. Aí só me faltou fazer uma coisa que a muito
tempo não fazia: Chorei copiosamente, e não pude deixar de perguntar pra mim
mesmo: “É assim que Deus está no comando?”
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros Fundadores da Academia Grapiúna de
Letras!
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