sexta-feira, 8 de setembro de 2023

LIBERAL SEM NENHUM PECADO! (Clique e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Ela dedicava-se de corpo e alma nas suas cotidianas atividades! O corpo entregava com amor e carinho aos homens, e a alma a Deus com algumas orações eventuais, já que acreditava que, seguramente, Ele tranquilamente a perdoaria, quando tivesse de se apresentar no suposto paraíso celestial!

Essa era Maria de Fátima Silveira Santos, apelidada desde criança como “Fatinha”. Mulher bonita, morena mais para mulata, um corpo tão perfeito, que com quinze anos já tinha sido eleita rainha da primavera, aos dezessete, foi miss representando sua cidade no concurso estadual, não ganhando por terei descoberto que ela era menor de idade. E foi depois dessa participação no concurso de beleza, que começou a sua vida de amores, paixões e uniões esporádicas, com aqueles que ela simpatizava, sendo que muitos nem precisava esse detalhe, pois, entrava outro que era muito mais apreciado: a grana e os maravilhosos presentes!

Depois que a coisa passou a ser natural, ter sexo com os namorados, começaram as relações com outros homens, que para isso, bastava que eles abrissem a carteira, para que ela, imediatamente, abrisse as pernas. Isso para ela não era nada demais, nenhum pecado e nem uma coisa vergonhosa. Na sua mente, como na maioria das pessoas, o sexo não é coisa pecaminosa, pois, se assim fosse, Deus não teria dado o orgasmo, que é uma satisfação inigualável. Seria apenas a penetração, ejaculação sem gozo e a fertilização feita. Ela tinha certeza absoluta, que se não sentissem aquele “choquinho gostoso”, o mundo hoje só teria como habitantes Adão e Eva, ou ninguém, porque eles iriam achar a ideia da serpente muito sem graça, não repetiriam e já teriam morrido. Mas, Deus na sua sabedoria, fez com que todos os animais racionais e irracionais, na hora do sexo sentissem um prazer delicioso, como se fosse uma bonificação divina especial!

E assim sendo, Fatinha não dava por menos, sempre que podia, e ela podia sempre, estava encima ou embaixo de um homem, cumprindo a sua gloriosa sina, como já disse “de corpo e alma”. No começo, haviam alguns comentários pejorativos, mas, com o passar do tempo as coisas começaram a ser olhadas com mais naturalidade, já que o número de “Fatinhas” foi se ampliando de tal forma, que atualmente, quem não segue esse costume ou hábito salutar, é considerada doente ou retardada, pois, a própria medicina recomenda a atividade sexual, como uma maneira agradável de relaxar o corpo, sentir-se bem, feliz e realizado. Acho que exatamente isso que Fatinha sentia depois de uma boa noitada. Pois, quando sabia que diziam que ela cometia pecado, ela respondia dizendo, que pecado é não aproveitar a vida, pensando que com isso vai para o céu!

Como isso passou a ser uma normalidade, aconteceu dela encontrar um professor e filósofo de nome Fernando, esse homem se apaixonou por ela, não casaram, porém, moram juntos há alguns anos e são bastante felizes!

E Fatinha diz, sem nenhuma vergonha ou pudor, na roda dos amigos: “Eu conheci muitos homens, mas, ao transar com Fernando, descobri que ele era o homem da minha vida!”

Somos bons amigos, e na próxima semana iremos eu, minha mulher, Fernando e Fatinha passar o fim se semana em Porto Seguro, dançar lambada, comer frutos do mar e, com alegria, transar deliciosamente na terra que Cabral aportou!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros Fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

 

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