Antonio Nunes de Souza*
Ela
dedicava-se de corpo e alma nas suas cotidianas atividades! O corpo entregava com
amor e carinho aos homens, e a alma a Deus com algumas orações eventuais, já
que acreditava que, seguramente, Ele tranquilamente a perdoaria, quando tivesse
de se apresentar no suposto paraíso celestial!
Essa
era Maria de Fátima Silveira Santos, apelidada desde criança como “Fatinha”.
Mulher bonita, morena mais para mulata, um corpo tão perfeito, que com quinze
anos já tinha sido eleita rainha da primavera, aos dezessete, foi miss
representando sua cidade no concurso estadual, não ganhando por terei
descoberto que ela era menor de idade. E foi depois dessa participação no
concurso de beleza, que começou a sua vida de amores, paixões e uniões
esporádicas, com aqueles que ela simpatizava, sendo que muitos nem precisava
esse detalhe, pois, entrava outro que era muito mais apreciado: a grana e os maravilhosos
presentes!
Depois
que a coisa passou a ser natural, ter sexo com os namorados, começaram as
relações com outros homens, que para isso, bastava que eles abrissem a
carteira, para que ela, imediatamente, abrisse as pernas. Isso para ela não era
nada demais, nenhum pecado e nem uma coisa vergonhosa. Na sua mente, como na
maioria das pessoas, o sexo não é coisa pecaminosa, pois, se assim fosse, Deus
não teria dado o orgasmo, que é uma satisfação inigualável. Seria apenas a
penetração, ejaculação sem gozo e a fertilização feita. Ela tinha certeza
absoluta, que se não sentissem aquele “choquinho gostoso”, o mundo hoje só
teria como habitantes Adão e Eva, ou ninguém, porque eles iriam achar a ideia
da serpente muito sem graça, não repetiriam e já teriam morrido. Mas, Deus na
sua sabedoria, fez com que todos os animais racionais e irracionais, na hora do
sexo sentissem um prazer delicioso, como se fosse uma bonificação divina
especial!
E
assim sendo, Fatinha não dava por menos, sempre que podia, e ela podia sempre,
estava encima ou embaixo de um homem, cumprindo a sua gloriosa sina, como já
disse “de corpo e alma”. No começo, haviam alguns comentários pejorativos, mas,
com o passar do tempo as coisas começaram a ser olhadas com mais naturalidade,
já que o número de “Fatinhas” foi se ampliando de tal forma, que atualmente,
quem não segue esse costume ou hábito salutar, é considerada doente ou
retardada, pois, a própria medicina recomenda a atividade sexual, como uma
maneira agradável de relaxar o corpo, sentir-se bem, feliz e realizado. Acho
que exatamente isso que Fatinha sentia depois de uma boa noitada. Pois, quando
sabia que diziam que ela cometia pecado, ela respondia dizendo, que pecado é
não aproveitar a vida, pensando que com isso vai para o céu!
Como
isso passou a ser uma normalidade, aconteceu dela encontrar um professor e
filósofo de nome Fernando, esse homem se apaixonou por ela, não casaram, porém,
moram juntos há alguns anos e são bastante felizes!
E
Fatinha diz, sem nenhuma vergonha ou pudor, na roda dos amigos: “Eu conheci
muitos homens, mas, ao transar com Fernando, descobri que ele era o homem da
minha vida!”
Somos
bons amigos, e na próxima semana iremos eu, minha mulher, Fernando e Fatinha
passar o fim se semana em Porto Seguro, dançar lambada, comer frutos do mar e,
com alegria, transar deliciosamente na terra que Cabral aportou!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros Fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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