Antonio Nunes de Souza*
A alegria era total e contagiante dentro do ônibus, que em velocidade seguia para Porto Seguro, num passeio organizado por um grupo de médicos e enfermeiras do Hospital das Clínicas de Salvador!
Os participantes eram nove casais e uma viúva bastante jovem que perdeu seu jovem marido para a fatídica Covid-19 e eu!
Aloysa era bonita, charmosa, elegante, gostava de usar decotes generosos mostrando parte dos seus lindos seios que, consequentemente, mesmo sem querer, provocava até os mais calmos e pudicos do departamento de cirurgia, setor que eu pertencia. E, se não bastasse, seu corpo era com todas as carnes e curvas nos devidos lugares, sem uma grama de excesso nos seus trinta anos de idade!
Eu era único solteiro e por Deus ser meu amigo íntimo, dois dias atrás Aloysa foi escalada para me instrumentar, já eu estava precisando e era sua especialidade. Com isso, por interesses profissionais e para nos conhecermos melhor, resolvemos nos sentar juntos, conversarmos e melhor nos entrosarmos para uma desenvoltura nos posteriores procedimentos cirúrgicos!
Todos cantando, rindo, contando piadas, bebendo umas cervejinhas geladas, até que depois de algum tempo, fomos nos acomodando, já era meia noite, as luzes foram apagadas para dormirmos, pois, chegaríamos ao amanhecer na maravilhosa terra de Cabral!
Aloysa meio sonolenta pelos drinques, assim que as luzes apagaram, ela apagou junto. Eu, ainda jovem, nos meus trinta e quatro anos, sentei-me, recurvei a poltrona como ela tinha feito, fechei os olhos e, pela primeira vez imaginei como seria bom se eu me armasse com minha bela companhia. Mas, por uma questão de profissionalismo, mudei logo os pensamentos e, rapidamente, caí no sono também!
Depois de algum tempo, acordei sentindo um peso em minha barriga, e quando foi averiguar, era Aloysa que, no maior sono, simplesmente virou para o meu lado, mesmo com o braço da poltrona no meio, colocou a sua perna em cima de mim. Ela dormia tão tranquila, que eu não tive coragem de desperta-la, ou retirar a sua bonita e torneada perna, exposta pela bermuda sumária que ela estava usando. Mas, com o balançar do ônibus, aquela coisa deliciosa sacudindo nas minhas partes íntimas, fiquei excitadíssimo e fingindo estar também dormindo, desci o braço da poltrona e a abracei carinhosamente, e ficamos os dois bem coladinhos, como se fosse um acidente de percurso, sem maiores intenções!
Depois disso, não consegui dormir hora nenhum, até que Aloysa acordou meio assustada por estar em meus braços, mas, mesmo sem pedir desculpas, deu risada e disse que ela era um pouco inquieta quando dormia e que eu não ligasse não. Lógico que não liguei e disse que, coincidentemente, eu também procedia assim, para justificar o meu abraço na calada da noite!
Chegamos, fomos direto para um hotel cinco estrelas, já reservado com antecedência, porém, por um erro do funcionário, todos os dez apartamentos eram para casal, não atinando que haviam dois solteiros que era eu e Aloysa e, como Deus é meu grade amigo, o hotel estava lotado e não tinha condições de contornar o problema. E sem que ninguém esperasse, Aloysa, tranquilamente, falou que que não tinha problema, bastaria que o hotel colocasse duas camas de solteiro, que éramos adultos, responsáveis e que já estava acostumada a dormir no quarto de descanso do hospital, tendo ao lado um ou dois médicos. Todos riram e eu comecei a adorar mais ainda o nosso passeio, já que desde o caminho, tudo estava indo muito bem!
Nos acomodamos, fomos tomar café, descansar um pouco, e ao meio dia iríamos para a Cabana Tô Atôa que é uma das mais agitadas do pedaço, para tomar banho de mar, almoçar, dançar lambada, assistir show, comprar lembranças, ver turistas e nativos, sacar dinheiro, etc., pois, essa cabana é um shopping em plena praia!
Nossa turma era composta de pessoas de trinta a quarenta e cinco anos, portanto, todos com boa disposição para qualquer programação!
O fato é que nos divertimos muito, curtimos tudo que tínhamos direito e, lá pelas 22 horas, todos exaustos e cansados, voltamos para o hotel, ainda caímos na piscina rapidamente e fomos para os apartamentos, nos refazer. Já no quarto, cedi para Aloysa ir primeiro ao banho e fiquei vendo TV. Nisso ouvi um baque e um grito surdo vindo do banheiro. Aí, rapidamente, fui até a porta e perguntei se estava tudo bem. Aloysa respondeu que tinha caído no box. Logicamente, pelo espírito de médico e também de colega de trabalho, entrei no banheiro, fui direto ao box e, meio nervoso, me abaixei para levanta-la completamente nua, e ainda ensaboada. Não havia nenhum ferimento aparente, ela equilibrou-se em mim, coloquei-a embaixo do chuveiro, comecei a passar a mão por todo seu corpo para tirar o sabão, e depois leva-la para o quarto, fazer uma verificação mais minuciosa constatando algum problema. Coloquei-a deitada na cama e, mesmo totalmente pelada, ela nada esboçava de estar com vergonha, apenas fazia uma carinha de sofredora, como se algo estivesse doendo. Perguntei se estava sentido dor em algum lugar específico, e ela disse que não, que parecia ser mais um susto pelo tombo!
Então, fui tomar banho e quando voltei Aloysa estava dormindo lindamente nua, de bruços, mostrando uma belíssima e apetitosa bunda digna de uma rainha!
Ainda nu, apenas enrolado na toalha, encostei na cama e quase sussurrando perguntei se ela estava bem e se desejava alguma coisa. E ela abriu os olhos e dizendo que estava bem, mandou que eu me deitasse, pois, estava assustada e não queria dormir sozinha. Juro que pensei que estava sonhando. Mas, como Deus é meu amigo de fé, sempre me favorece. Não fiz nenhum “docinho”, apenas soltei a toalha e, mesmo na cama de solteiro, me aconcheguei a ela que virando-se carinhosamente ficou de “conchinha”, me fazendo ver uma nuvem de passarinhos rodando em volta da minha cabeça. Aí, como Deus me deu esse presente, eu fiz a maior “festa no céu”. Aloysa nem parecia aquela mulher acidentada, rolava por cima, por baixo, pelas pontas, numa habilidade impecável, pegando meus instrumentos e colocando em todos os lugares possíveis, numa cirurgia sexual abundante, oratória e vaginante! Aloysa tinha orgasmos múltiplos e, ao mesmo tempo, fazia que eu tremesse convulsivamente, de tanto gozar até o amanhecer do dia!
Daí pra frente todo passou a ser natural o nosso namoro, já que éramos solteiros, adultos, independentes e colegas de trabalho, e todos encararam numa boa. Fizemos todos os passeios turísticos, bombamos ao máximo, fomos a Coroa Vermelha, visitamos os índios, vimos um show de Yvete Sangalo, e voltamos no quarto dia da nossa folga, bastante alegres e satisfeitos, pois, tudo correu bem, apenas, o acidente com Aloysa que para mim, tinha sido uma dádiva de Deus. Mas, com o passar do tempo de nosso relacionamento, a sapeca Aloysa me falou, que a muito me olhava com tesão, mas, infelizmente, eu não percebia. Aí ela aproveitou esse passeio surgido, viu que eu iria sozinho, e se inscreveu. E já na viagem, propositadamente, colocou a perna em cima de mim fingindo dormir e, quietinha, viu eu ajeitar a cadeira e abraça-la. E o mais interessante é que, sua queda no banheiro foi uma armação, pois, ela notou que eu era tímido e estava dando bobeira, resolveu dar um basta com a dramatização. Ri bastante com a confissão de sua astúcia, e pensei: “Quando acabar ficam dizendo que somente os homens é que são sacanas!”
*Escritor – Historiador - Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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