terça-feira, 11 de janeiro de 2022

OS PUDICOS DESATUALIZADOS!

 

Antonio Nunes de Souza*

Normalmente, para evitar polêmicas, nunca ligo ou alimento, algumas opiniões recebidas através de e-mails, Facebook, celular, Zap, etc., quer sejam elogiosas, quer sejam condenatórias. Mas, não tendo vindo nada criativo na minha mente, vou aproveitar para despertar a atenção de alguns leitores, que acham abusivos meus termos utilizados com liberdade, para ilustrar os fatos e ocorrências nas crônicas e artigos, justificando que escrevo na linguagem corriqueira do dia a dia, tão comum nas comunicações da internet, mesas de bares, banquetes, ruas, televisões, rádios, livros, teatros, etc., sem que as intenções sejam pejorativas e chulas! Simplesmente, tudo é usado para dar ênfase ao assunto, qualificando-o como algo especial ou depreciativo, conforme o emprego  do termo na sentença!

Com apenas treze anos, eu às escondidas, na biblioteca pública de Santo Amaro da Purificação, li os livros de Jorge Amado, Cacau, Suor, Carnaval, Capitães de areia, e outros autores liberais da época, onde você poderia encontrar as maiores sacanagens, descrições de atos sexuais com detalhes, muitos nomes considerados “feios”, mas, como era algo inovador e tratava-se de um mestres da literatura que surgiam, a admiração era grande e ninguém ousava dizer que eram condenatórios. E hoje, sessenta e sete anos depois, gostaria que vocês lessem de João Ubaldo Ribeiro, nosso querido e saudoso imortal da Academia Brasileira de Letras, que faleceu recentemente, o livro “A casa dos Budas ditosos” que, seguramente, vão ver que minhas crônicas e artigos, parecem versículos bíblicos, comparados as barbaridades que ele escreveu, apresentando com a maior clareza possível, todas as sacanagens mundanas e mais algumas que, mesmo com essa idade, eu desconhecia a existência.  Minha comparação não é, em nenhuma hipótese, uma brutal heresia, é apenas para dar ênfase a citação e, ao mesmo tempo, estimulando para que leiam os livros citados, no sentido de ampliar seus conhecimentos literários, aceitando com naturalidade a linguagem literária livre espelhando as verdades!

Portanto, compreendam minhas intenções de escrever para o povo, de fácil assimilação sem dar muitos valores às diretrizes da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que aprendi na faculdade. Pois, se começar a ser um escritor casto e puro, usuário do português de Camões, tenho certeza que passarei a ser um chato, que quer dificultar as compreensões, ou esnobar, demonstrando ilustres conhecimentos. Não quero isso de jeito nenhum, e nem desejo que alguém no futuro diga: “Como disse o escritor Antonio Nunes de Souza, no seu livro X, pag. 34, etc.”. Basta que se lembrem vagamente de mim, e digam: “Aqui na Bahia tinha um cara, que nem me lembro o nome, mas, escrevia cada crônicas do caralho!”

*Escritor – Historiador - Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com

 

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