sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

ESTÁ NO SANGUE COM CERTEZA!

 

Antonio Nunes de Souza*

Sem estar baseando-me em estudos minuciosos e criteriosos das ciências de comportamentos, lastreando-me apenas em minhas observações e vivências, além de algumas informações adquiridas na faculdade quando estudava licenciatura de história, cheguei à conclusão, que a nossa condição de dançantes em todas as circunstâncias, foi e é graças à influência e a mistura sanguínea das etnias negra e indígena!

Qualquer observador, por mais distraído que seja, já deve ter percebido que em todas as circunstâncias de suas vidas, os índios e os negros resolvem, ou tentam resolver tudo, através de danças. Dançam para chover, porque choveu, para se dar bem na caça, porque vão fazer guerras contra seus inimigos, quando retornam (se ganharam ou perderam), quando estão doentes, quando se curam, nos eventos significativos importantes, como nos considerados maior idade para os novos guerreiros, casamentos, mortes e nos enterros! Logicamente, as danças são diferenciadas, porém, com similaridades no conjunto. O importante é que ninguém fica sem dançar, para comemorar qualquer que seja o que está ocorrendo nas suas tribos, no decorrer de cada dia. São, comprovadamente, povos que trazem no sangue esse espírito vibrante e inquieto, que usa a expressão corporal como uma prova e testemunho da sua alma com relação a sua vida!

Lógico que para o homem dedicado ao brutal capitalismo, onde o importante é ganhar dinheiro, esses hábitos são provas de irresponsabilidades, preguiças e falta de profissionalismo! Mas, aí é que mora o ledo engano! O nordestino, principalmente o baiano, dança, canta e requebra o ano todo e, com esse comportamental, traz uma lucratividade excelente para os seus estados, aumentando cada vez mais o número de turistas, favorecendo muito o comércio informal, fazendo que os turistas tenham uma visão mais ampla do nosso país, e deixe muitos dólares e euros para que o nosso Brasil passe a ser cada vez mais conhecido, e respeitado na comunidade européia e em todos continentes!

Portanto meu amigo, podemos dizer que somos privilegiados, por resolver nossos problemas e acidentes de percursos dançando, nos baseando num pensamento oriental que diz na maravilhosa sabedoria tibetana: “Se o problema não tem solução, não se preocupe porque ele não tem solução. Mas, se ele tem solução, para que se preocupar se ele tem solução?”

Assim sendo, já começou o festival do verão, a lavagem “maneira” do Senhor do Bonfim e, daqui para frente, nossas festas e danças com controles vacinais, não vão parar jamais, pois, está no sangue mermão!

*Escritor – Historiador – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com

 

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