Antonio
Nunes de Souza*
Se
existe um cara alegre, simpático, curtidor, brincalhão e bom amigo, tem que ser
igual a Pedro Henrique, que pouca gente sabe o seu nome, pois é conhecido e
tratado por todos como Pepeu!
Morador
de barra, frequentador assíduo da praia do porto, sempre estando bronzeado de
janeiro a dezembro. Professor de educação física, trabalhando numa das melhores
academias da capital e, mesmo com seus 26 anos, era considerado um exímio em
acompanhamentos de musculações, como também “personal trainer” dos mais
gabaritados, trabalhando com altos executivos e madames da fina flor da
sociedade. Com essas qualificações, logicamente era bem remunerado, sua vida
era tranquila, morava eu seu próprio apartamento de dois quartos, seu carrinho
novo, mesmo ainda terminando de pagar, enfim, um cara sem problemas, já com sua
vida definida, mesmo ainda sendo solteiro, curtindo suas eventuais aventuras,
mas, nada de compromissos maiores!
Então,
dentro do seu próprio trabalho, conheceu Thayse, uma mulher bonita, sensual e
muito bem cuidada, jovem e segunda esposa de um executivo da indústria já
beirando seus sessenta anos, trabalhando em Camaçari. E, para evitar o
transtorno da viagem diária de ida/volta, preferiu comprar uma quitinete e somente
voltar para Salvador nas sextas feiras. Para Thayse, ir morar em Camaçari seria
incômodo, pois estava fazendo faculdade e seria desagradável o deslocamento.
Assim, de comum acordo e sem aborrecimentos, ambos viviam numa boa sem
problemas ou ciúmes sem razões!
Estando
tudo perfeito para todos, mas, como dizem os mais velhos, o Capeta entrou no
meu e, como uma coisa repentina, Thayse foi se apaixonando por Pepeu e,
logicamente, como é comum nesses e outros casos, começou a dar “mole” com
insinuações, toda hora pedindo orientações e, nessas horas, não perdia tempo
para, como se fosse acidentalmente, encostar a sua arrebitada e bem torneada
bunda na virilha de Pepeu. Ele que não era de ferro, começou a gostar
percebendo as “boas” intenções da mulher, As coisas foram crescendo e, aos
poucos já se esfregavam propositadamente, demonstrando o tesão que cada um
estava sentindo pelo outro. Aí, como logicamente acontece nesses casos, Thayse
passou a frequentar o AP de Pepeu e ele, ao AP dela. Numa boa, transavam durante
a semana gostosamente, somente ficando sem se ver de sexta a domingo, em função
da presença do marido!
Mas,
como o diabo não quer ver nada dando certo, um dia de quarta-feira, Dr. Roberto
Farias (o marido), sentiu um mal-estar, chamou o motorista e resolveu voltar
para casa. E, quando chegou, meteu a chave na porta, entrou e indo direto para
o quarto, deparou com a cena de Pepeu encima de Thayse, ambos gozando,
exatamente, naquele momentos, com gemidos, beijos e movimentos sexuais dos mais
gostosos possíveis!
Dr.
Roberto, mediante o que estava vendo, foi cometido de um AVC ou infarto
fulminante, caindo no chão já nos estertores da morte! Eles levantaram
assustados, viram que Roberto estava morto, Pepeu se vestiu rápido deu
instruções a mulher e foi embora. Thayse arrumou o quarto às pressas e ligou
para o médico e amigo que dava assistência a ele, além de chamar o SAMU antes.
Ela,
os amigos e parentes providenciaram o enterro, ninguém nem desconfiou o que
realmente aconteceu. Então, já que ele nunca teve filhos, ela herdou todos os
seus bens, uma boa pensão vitalícia e, tranquilamente, continuou vivendo na
surdina com Pepeu durante uns meses, passando a oficializar uma união quando
tudo já estava caindo no esquecimento.
Hoje
Pepeu e Thayse tem dois filhos, sendo que um deles se chama Roberto em
homenagem ao saudoso marido que, com sua morte, lhe deu uma boa vida!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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