Antonio Nunes de Souza*
Não
é uma novidade você já ter lido várias de minhas crônicas e artigos,
ressaltando, com veemência, a profissão de professor, elogiando ao máximo suas
dedicações, coragens, força de vontade para seus desempenhos e, infelizmente,
sendo remunerados menos que o merecido, com as alegações governamentais
absurdas de que não tem condições de pagar melhor. Desculpa super descabida,
pois, uma das profissões mais importante no nosso país e do mundo, é sem a menor
dúvida, a de mestre! Portando, deve ser orçada com fatia gorda e benéfica de
recursos, para que funcione a contento!
Porém,
desta feita, volto ao assunto para fazer algumas ressalvas, que podem ser
consideradas absurdas e imperdoáveis, com relação aos comportamentos de uma
fatia grande de professores, que, até desrespeitando as leis e abusando das
facilidades encontradas, procedem de maneiras erradas e condenáveis!
Para
que não me alongue muito, vou me ater apenas a alguns fatos tristes e
vergonhosos que tive oportunidade de presenciar e comprovar. Não se trata de ”me
disseram ou ouvir dizer”, pois, quando trabalhava na Secretaria da Educação do
Estado, tinha acesso a essas pesquisas e informações, detalhadamente. Portanto,
o que vou citar tem procedência e respeitabilidade!
Encontrei
centenas de professores que, com atestados médicos graciosos, não frequentavam
as aulas nos colégios públicos e, vergonhosamente, recebiam seus salários
normais, contudo estavam sadias e ensinando em colégios particulares, ganhando
duplamente!
Na
mesma época, foi feito, a meu pedido, um levantamento do auxílio transporte e,
novamente, comprovamos que, várias centenas de professores, para dobrar ou
triplicar seus auxílios transportes, providenciavam uma mudança de endereço fictícia
e bem distante dos colégios (casas de parentes ou amigos). Consequentemente,
ludibriando o governo!
Como
também, professores que se cadastraram para ensinar no curso “TOPA”, com a
benevolência de diretores de colégios e Ongs, colocavam pessoas para dar as
aulas, as vezes até sem qualificações, com o compromisso de dividir os salários
nos finais dos meses!
Esses
procedimentos, infelizmente, não sei se ainda ocorrem, mas, até quando me
desliguei, eles continuavam sendo procedidos, acobertados por políticos
inescrupulosos que tinham interesse de ganhar votos nas eleições. Muitas vezes,
o próprio secretário ou o governo, não tinha forças para acabar com esses maus
hábitos de surrupiar e peculato, pois, as parcerias partidárias não eram
favoráveis!
Continuo
louvando a classe, gritando e reivindicando melhoras, mais respeito, mais
solidariedades, porém, vale a pena dizer que, entre os Santos, existem muitos
diabinhos!
Existem
outros atos e fatos, com as mesmas gravidades ou maiores e menores, mas, não
quero me alongar, falando de algo que muito me entristece, principalmente,
quando vejo nas passeatas das eventuais greves, muitos desses mestres que,
sorrateiramente, enganam subtraindo o dinheiro do povo!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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