Antonio Nunes de Souza*
Homem
inteligente, divertido e gozador, mas, para a época, era muitas vezes imoral e
usava palavras chulas e condenáveis, quando tinha de se referir a determinados
comportamentos humanos, principalmente com pessoas que eram caracterizadas como
boçais e cheias de poses. Que, naquele tempo, a denominação era de: metida a
besta. Essa expressão por exemplo, para mim não havia nenhum sentido, pois,
“besta” era e é uma pessoa idiota e, como alguém pernóstico, poderia ser metido
a besta?
Havia
também uma outra tônica que ele falava sempre, era com relação a quem andava
com o nariz empinado. Ele dizia: Fulano tem o nariz de cheirar bosta! Também,
na minha infância, chegando a juventude, com minha ignorância da idade, ficava
pasmo ao ver o tal fulano todo compenetrado, com suas narinas apontadas para
cima, fossem para cheirar merda!
Com
as mocinhas mais danadinhas e espertas, que, assanhadamente, já tinham relações
sexuais com namorados por amor, e professores e patrões por interesses, ele já
pegava pesado no linguajar, utilizando nomes até hoje nada simpáticos. Assim
dizia ele: “Meu netinho, na hora de escolher uma mulher tenha cuidado, pois,
mulher que já conheceu mais de uma pica, em duas não fica!”! Mesmo ainda rapazinho,
achava que ele estava exagerando, levando sua opinião aos extremos. Porém,
sempre retrucava e se defendia dizendo que eram “ditos” populares, com
comprovações ao longo da história!
E
assim, meu querido e saudoso avô, nunca deixou de dar suas opiniões, citar seus
jargões populares dando ênfases, com seu jeitão boêmio, sendo que, o último que
ele me disse foi com relação as mulheres, também. Hoje, acho até que ele era
muito machista, pois, quando via uma mulher sisuda e séria demais, sem nem dar
um sorriso, imediatamente falava: “Mulher da cara fechada, tem o cu aberto!”.
Uma observação nada gentil e chula, entretanto, nessa eu tive a oportunidade de
comprovar, que por trás daqueles biombos de austeridades, tem sempre uma mulher
ardente e cheia de desejos e malícias!
Desculpem
a linguagem um tanto obscena do meu velhinho, pois ele gostava de ser bem
claro, para ser bem entendido. E dizia também que era um filósofo popular,
apenas, repetindo o que circulava no meio do povo!
Meu
querido vovô, com essas suas filosofias de botequim, nem sei se está no céu!!!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagrl26@hotmail.com
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