domingo, 21 de fevereiro de 2016

As máximas de vovô!

Antonio Nunes de Souza*

Homem inteligente, divertido e gozador, mas, para a época, era muitas vezes imoral e usava palavras chulas e condenáveis, quando tinha de se referir a determinados comportamentos humanos, principalmente com pessoas que eram caracterizadas como boçais e cheias de poses. Que, naquele tempo, a denominação era de: metida a besta. Essa expressão por exemplo, para mim não havia nenhum sentido, pois, “besta” era e é uma pessoa idiota e, como alguém pernóstico, poderia ser metido a besta?

Havia também uma outra tônica que ele falava sempre, era com relação a quem andava com o nariz empinado. Ele dizia: Fulano tem o nariz de cheirar bosta! Também, na minha infância, chegando a juventude, com minha ignorância da idade, ficava pasmo ao ver o tal fulano todo compenetrado, com suas narinas apontadas para cima, fossem para cheirar merda!

Com as mocinhas mais danadinhas e espertas, que, assanhadamente, já tinham relações sexuais com namorados por amor, e professores e patrões por interesses, ele já pegava pesado no linguajar, utilizando nomes até hoje nada simpáticos. Assim dizia ele: “Meu netinho, na hora de escolher uma mulher tenha cuidado, pois, mulher que já conheceu mais de uma pica, em duas não fica!”! Mesmo ainda rapazinho, achava que ele estava exagerando, levando sua opinião aos extremos. Porém, sempre retrucava e se defendia dizendo que eram “ditos” populares, com comprovações ao longo da história!

E assim, meu querido e saudoso avô, nunca deixou de dar suas opiniões, citar seus jargões populares dando ênfases, com seu jeitão boêmio, sendo que, o último que ele me disse foi com relação as mulheres, também. Hoje, acho até que ele era muito machista, pois, quando via uma mulher sisuda e séria demais, sem nem dar um sorriso, imediatamente falava: “Mulher da cara fechada, tem o cu aberto!”. Uma observação nada gentil e chula, entretanto, nessa eu tive a oportunidade de comprovar, que por trás daqueles biombos de austeridades, tem sempre uma mulher ardente e cheia de desejos e malícias!
Desculpem a linguagem um tanto obscena do meu velhinho, pois ele gostava de ser bem claro, para ser bem entendido. E dizia também que era um filósofo popular, apenas, repetindo o que circulava no meio do povo!
Meu querido vovô, com essas suas filosofias de botequim, nem sei se está no céu!!!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagrl26@hotmail.com

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