sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

TEM JARGÕES QUE SE PERPETUAM! (Clique no título e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*        

Existe uma série de jargões que foram criados pelo povo, que com decorrer do tempo, terminaram se perpetuando de tal forma, que, incrivelmente, o motivo da sua criação foi totalmente esquecido, deixando completamente os sentidos do “porquê” que foram criados, apenas passando a ser umas afirmações qualificativas de algumas situações!

Dentro do linguajar popular, no passado criaram um que, de tanto ser usado nas situações que ele se enquadrava, terminou permanecendo há umas centenas de anos, que é: “A COISA ESTÁ PRETA!”

Estupidamente e grosseiramente, esse jargão ou expressão idiomática, foi criada por algum fidalgo da época, que pelos negros importados do Continente africano não tinham nenhum valor, viviam aos montes em senzalas e alojamentos imundos, então eram considerados a escória social. E, consequentemente, quando algo ou uma situação estava ruim, perigosa e difícil, dizia-se que “a coisa estava preta”!

E, infelizmente, mesmo com o decorrer do tempo, a escravidão oficial acabar (em parte, pois ainda existe), o uso dessa sentença continuou de tal forma, que hoje é bastante comum, usada por brancos, louros, negros, mulatos e sararás, como uma simples citação quando algo não vai bem. Porém, muitíssimo longe é lembrada com a referência da sua podre criação!

Mas, por uma questão de querer resgatar a vida dos bravos guerreiros, que foram trazidos pelos colonizadores, e vale dizer que, muitos chefes de tribos, cinicamente, escolhiam seus homens mais fortes e vendiam aos portugueses, vindo eles a contragosto. As compras de escravos eram feitas em diversas tribos, como uma negociação comum. Raros devem ter vindo como capturados, como muitos pensam ou imaginam, algumas instituições condenam veementemente o uso desse jargão, como se fosse traumaticamente ofensivo. Mas, tenho certeza absoluta, que muitos além de não saberem sua origem, nem de longe a usa como se estivesse se referindo a quem quer que seja!

São coisas, adágios, frases e palavras, que suas criações perderam os reais motivos criados, passando a fazer parte do linguajar normal e corriqueiro, como por exemplo: “DENEGRIR”, que também foi criada com conotação a negritude. Pois, quando você está denegrindo alguém ou algo, está dando a mesma conotação do jargão citado. Mas, ambos os casos, há muitos anos que já passaram a ser completamente esquecidos, os motivos das aplicações no passado, Mas, muitos defensores da etnia negra, desejam que eles não sejam mais usados, ou até eliminados da língua portuguesa. Coisa que acho absurdo e difícil, pelo uso já ser uma coisa super natural e com pensamento nada pejorativa!

Na religiosidade também existe, frases e jargões, que todos usam, inclusive ateus radicais, simplesmente como uma expressão comum e habitual, como por exemplo: “Vá com Deus, Deus me livre, Deus é mais, Graças a Deus e muitas outras, que utilizamos apenas como gentileza e educação, mas, nem estamos pensando na hora que aplicamos em religiosidade, pois, elas saem da boca automaticamente!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

Um comentário:

Anônimo disse...

É bem isso. Bom dia meu amigo!