Antonio Nunes de Souza*
Existe
uma série de jargões que foram criados pelo povo, que com decorrer do tempo,
terminaram se perpetuando de tal forma, que, incrivelmente, o motivo da sua
criação foi totalmente esquecido, deixando completamente os sentidos do “porquê”
que foram criados, apenas passando a ser umas afirmações qualificativas de algumas
situações!
Dentro
do linguajar popular, no passado criaram um que, de tanto ser usado nas
situações que ele se enquadrava, terminou permanecendo há umas centenas de anos,
que é: “A COISA ESTÁ PRETA!”
Estupidamente
e grosseiramente, esse jargão ou expressão idiomática, foi criada por algum
fidalgo da época, que pelos negros importados do Continente africano não tinham
nenhum valor, viviam aos montes em senzalas e alojamentos imundos, então eram
considerados a escória social. E, consequentemente, quando algo ou uma situação
estava ruim, perigosa e difícil, dizia-se que “a coisa estava preta”!
E,
infelizmente, mesmo com o decorrer do tempo, a escravidão oficial acabar (em
parte, pois ainda existe), o uso dessa sentença continuou de tal forma, que
hoje é bastante comum, usada por brancos, louros, negros, mulatos e sararás, como
uma simples citação quando algo não vai bem. Porém, muitíssimo longe é lembrada
com a referência da sua podre criação!
Mas,
por uma questão de querer resgatar a vida dos bravos guerreiros, que foram
trazidos pelos colonizadores, e vale dizer que, muitos chefes de tribos,
cinicamente, escolhiam seus homens mais fortes e vendiam aos portugueses, vindo
eles a contragosto. As compras de escravos eram feitas em diversas tribos, como
uma negociação comum. Raros devem ter vindo como capturados, como muitos pensam
ou imaginam, algumas instituições condenam veementemente o uso desse jargão,
como se fosse traumaticamente ofensivo. Mas, tenho certeza absoluta, que muitos
além de não saberem sua origem, nem de longe a usa como se estivesse se
referindo a quem quer que seja!
São
coisas, adágios, frases e palavras, que suas criações perderam os reais motivos
criados, passando a fazer parte do linguajar normal e corriqueiro, como por
exemplo: “DENEGRIR”, que também foi criada com conotação a negritude. Pois,
quando você está denegrindo alguém ou algo, está dando a mesma conotação do
jargão citado. Mas, ambos os casos, há muitos anos que já passaram a ser
completamente esquecidos, os motivos das aplicações no passado, Mas, muitos
defensores da etnia negra, desejam que eles não sejam mais usados, ou até
eliminados da língua portuguesa. Coisa que acho absurdo e difícil, pelo uso já ser
uma coisa super natural e com pensamento nada pejorativa!
Na
religiosidade também existe, frases e jargões, que todos usam, inclusive ateus
radicais, simplesmente como uma expressão comum e habitual, como por exemplo: “Vá
com Deus, Deus me livre, Deus é mais, Graças a Deus e muitas outras, que utilizamos
apenas como gentileza e educação, mas, nem estamos pensando na hora que
aplicamos em religiosidade, pois, elas saem da boca automaticamente!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
Um comentário:
É bem isso. Bom dia meu amigo!
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