Antonio Nunes de Souza*
Pelo
título, parece que estou fazendo uma pergunta que todo mundo sabe. Porém, tenho
convicção que muita gente, tem um concepção diferente, qualificando-os como coitadinhos
e pobres selvagens, desprezados nas selvas pelos governantes!
Como
sou um ignorante ousado (quanto mais aprendemos, notamos que nada sabemos),
sempre meto-me a falar de coisas que, seguramente, causam polêmicas, críticas,
dúvidas, estudos e reflexões, e nesse caso não é diferente, pois, vou cutucar
com uma vara curta, um assunto que, pelo tempo e a cultura imposta, já está tão
sedimentado (como os dogmas religiosos), que torna-se difícil tentar esclarecer
alguns detalhes, que precisariam ser reparados, modificando completamente o
raciocínio aplicado nas atitudes, com relação a esse maravilhoso povo!
Em
princípio, para quem não sabe, a denominação de índios aos nativos do Brasil e da
América Latina, foi dada pelos portugueses e espanhóis, em função deles quando
aportaram aqui, imaginaram que estavam na Índia (que era o caminho que
procuravam por mar) e, obviamente, trataram todos como se fossem índios (que o
certo seria indianos). Viram posteriormente, que erraram de caminho, mas,
continuaram com o uso do nome dado, que até os nossos dias, assim são chamados e
tratados como um povo especial!
Até
aí, acho lógico e compreensível que assim fosse feito com a maior dedicação
possível, coisa que no passado não foi feito, e no presente também acontece o
mesmo, apenas em menor escala. Sabemos todos, que a civilização indígena está a
séculos de distância da civilização urbana, pelo menos grande parte das
diversas tribos e comunidades. Porém, temos que estranhar a razão de não se investir
fortemente na agricultura e educação para que esse glorioso povo, passe a ser
totalmente civilizado, da mesma forma que os negros que tinham os mesmos
hábitos selvagens, viviam nus e da caça e pesca em seus países, e hoje são
homes e mulheres completamente civilizados, com os mesmos direitos e deveres
(excetuando o sofrimento de uma intolerável discriminação). Seguramente,
libertos, cidadãos brasileiros, capazes de exercer qualquer função que seja. E,
com relação aos hábitos, costumes, religiosidades e outros detalhes mais, eles
professam tranquilamente, inclusive, passando para os outros habitantes do país
suas receitas de deliciosas iguarias, danças, cânticos e até modas!
Já
com os índios, fui incutido nas cabeças do povo, que são uns coitadinhos,
analfabetos e que devem continuar sempre vivendo nus, em plena selva, sem os
cuidados básicos para uma sobrevivência sadia, morando em cabanas e choças,
dormindo em redes, comendo em gamelas coletivas, tendo filhos em profusão, além
das doenças regionais como a terrível malária!
Por
que não civiliza-los normalmente como é feito com outros povos de origens
similares? O negro é um excelente exemplo, com ótimos resultados!
Por
que achar lindo eles cheios de penas nas cabeças, nus ou com micro tangas? Para
mostrar que é índio não precisam essas coisas, pois, tem as características e
poderão continuar suas crenças e hábitos adaptando-os ao meio social em que
vivem (os pretos fazem isso muito bem, apenas, para mostrar que são negros
assanham os cabelos das maneiras mais exagerados, achando que estão lindos. E
são, mas, não precisam tais coisas)!
Tenho
certeza absoluta, que se houvesse uma dedicação nesse sentido, esse honrado
povo (como os africanos aqui chegados), já estariam bem mais qualificados,
muito mais eficientes para o país, como respeitados pelas suas inteligências e
habilidades que tem, e as que fossem adquirindo!
É
provável que muitos me chamem de desumano, pois, preferem que eles vivam no
mato, com uma vida terrível e mortandade grande em função de doenças, assim
como devem achar uma maravilhas os cocares de penas, arcos, flechas e tacapes.
Porém, ao mesmo tempo, imagino que muitos verão que seria mais justo,
civiliza-los o mais depressa possível, não só como um reconhecimento da etnia
nativa de nosso país, como teríamos mais uma força de trabalho para fazer
crescer o nosso glorioso Brasil!
Acho
que não custa nada pensar e refletir sobre esse importante assunto, que dura
séculos, e as mentalidades e comportamentos são retrógados e os mesmos!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros Fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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