Antonio Nunes de Souza*
Tem
coisas que acontecem em nossas vidas, que, por mais que procuremos explicações,
nunca chegamos a uma que seja plausível e justificável. E, infelizmente, uma
dessas grandes ironias aconteceu comigo!
Eu
tenho trinta e cinco anos, tenho formação de dentista, solteira por convicção e
opção, moro sozinha, e meu nome vou omitir, mas, como apenas ilustração, vou me
batizar no caso, com o nome de Maria Santa da novela Renascer, já que como ela,
sou bastante religiosa, e por incrível que possa parecer, tive vários
namorados, mas, sempre evitei relações sexuais, apenas praticando algumas
atitudes que davam e recebia prazer, sem chegar aos finalmente!
Então...desejando
aproveitar minhas férias anual de 16 de janeiro até 15 de fevereiro, resolvi
fazer uma reflexão em minha vida que é ótima e saudável, como não gosto de
carnaval, contratei esse período num Convento Franciscano, que, com todo
conforto, orações, missas e excelentes pregações, nos deixa leves e purificados
no término. E como previsto, comprei dois bons livros, seguindo para meu ninho
celestial, na esperança de alcançar meus objetivos!
Me
acomodaram numa bela cabana, que formava um enorme círculo de umas 100, tendo
no centro uma linda praça com um belíssimo jardim cheio de bancos sombreados
por enormes e frondosas árvores. Senti-me alegre e feliz de ver a beleza, e
ouvir o enorme barulho do silêncio, que, até o voo de uma borboleta, causava
grande zumbido!
Na
primeira noite, já que chegamos no fim da tarde, tomamos um bom banho, nos
arrumamos todos em seus cômodos, fomos jantar e, logo em seguida, recebemos
através do serviço de som, o convite para nos dirigirmos para o teatro, pois,
haveria uma audição de Cânticos Gregorianos como sinal de receptividade aos
fiéis ali reunidos. Fiquei super eufórica, pois, nunca tinha ouvido uma
apresentação ao vivo desse fascinante canto e sempre fui uma admiradora!
Pela
minha curiosidade, sabidamente, fui as pressas para a primeira fila, já que
assim, me sentiria como se também estivesse participando ativamente.
Recebemos boas vindas do Frei Chefe e
administrador e em seguida entraram uns 20 Frades Capuchinhos, se perfilharam,
e quando o Maestro suspendei a batuta, os vozeirões estrondaram no ambiente, que
com a reverberação, fazia com que nos sentíssemos em pleno céu. Uma
apresentação belíssima de se ver e ouvir. Aí, inesperadamente, o maestro pegou
algumas das pessoas que estavam na frente, inclusive eu, nos subiu no palco, e,
como se fosse uma brincadeira para descontração, nos deu uma pauta com uma
letra, que nós deveríamos cantar junto com o Coral. Todos riram e, logo
iniciou a apresentação. Todos completamente fora dos tons, as vezes eles se
calavam e nos deixava esganiçando, fazendo a plateia se divertir e nós também.
Terminada a improvisação, os cantores nos abraçaram, e foi nessa hora que
começou minha desdita, pois, um frade lindíssimo me abraçou de tal forma e
força, que cheguei a sentir seu membro nas minhas coxas, mesmo mole, porém, com
um volume que buliu com meu libido, principalmente, quando nos separamos e ele
me olhou fortemente com seus lindos olhos verdes!
Já
22 horas, fomos a Capela, rezamos um terço e, curiosamente, o puxador das
orações, coincidentemente, era o tal do Frade que me abraço. Desta feita, eu já
encarei ele e, propositadamente ou não, senti que ele não deixava de me olhar
insistentemente. Cheguei até a pensar que era loucura minha. Seguimos para
nossa cabanas, para dormir, com o aviso que teríamos a primeira missa as 6 seis
horas e que todos deveriam estar lá!
Tomei
um banho refrescante, liguei o ar condicionado, peguei um dos livro, comecei a ler
e, sem sentir, cai no sono. Foi quando algum tempo depois, não sei quanto, me
vejo acordada com um a fago em meu corpo e, quando assustada olhei, sentado em
minha cama, estava o tal frade, provando que, assim como eu, sentiu-se atraído.
Fiquei sem ação e, ao mesmo tempo, desejando que ele continuasse. E como se
estivesse lendo meus pensamentos, ele se curvou e me deu um gostoso beijo na
boca, acabou de acender meus desejos, lavando a mão em seu membro que, aquela
altura ou antes, já estava duríssimo e cheio de desejos em mim. Para nos
desnudar foi apenas questão de segundos, já que as avidezes de ambos eram mais
que visíveis. Continuando nós transamos de todas maneiras, oral, vaginal, anal,
sem nenhum preconceito, ele mais jovem que eu, mostrava ter uma tesão incrível,
fazendo eu gozar várias vezes, controlando-se para que não gozasse antes de
mim. Veio logo em minha mente, porque o povo diz que foi uma “Sacanagem
Franciscana”. Devem sabem que lá a putaria corre solta com as freiras, beatas e
hóspedes dos retiros!
Quando
paramos exaustos e satisfeitos, nem dei conta da perda de minha virgindade,
olhei para o relógio do celular, e vi que eram 4 da manhã. Ele se vestiu
rápido, me falou que seu nome era Frei Mendonça, e que nos veríamos na missa!
Como
tudo que começa errado, a tendência é piorar, no meu caso foi o que aconteceu,
pois, transamos todas as noites, creio que fodi mais do que rezei, só li o
prefácio de um dos livros, perdi meu cabaço e meu carnaval foi em cima de um
cacete gregoriano, as vezes colocando em minha boca como um microfone, ou na
bunda como um supositório. Para quem foi fazer meditação, descanso e reflexão,
tudo ocorreu ao contrário, em função das ironias do destino. Ou será que foi
Deus que escreveu certo com linhas tortas? Porque foi tão gostoso e inesquecível,
que parece ter sido uma dádiva celestial!
Pelo
sim, pelo não, já reservei minha cabana para o retiro de uma semana no São João,
pois, Frei Mendonça não me sai da cabeça um instante!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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