Antonio Nunes de Souza*
Seu
corpo era lindo, rosto com todos os traços perfeitos, cabelos pareciam fios de
ouro, e um sorriso de uma sedução incrível, que só perdia para seus lindos
olhos azuis, que pareciam e demonstravam, que o céu estava olhando pra mim. Não
posso deixar de citar os seus protuberantes seios, firmes e apontando para
cima, como se fossem duas deliciosas peras, solicitando carícias linguais. Essa
era minha querida e monumental namorada Luciana, que eu, carinhosamente, a
chamava de Lú!
Nosso
amor não tinha limites em termos de prazeres. Passeávamos, viajávamos, teatro,
cinema, praias e, principalmente, em meu apartamento, que quase que
diariamente, nos amávamos de todas maneiras possíveis, já que Lú com seu corpo
cheio de tatuagens coloridas e lindas, parecia uma cobra coral, se retorcendo
por cima, por baixo, por trás ou pela frentes, provocando os prazeres mais
deliciosos que seres humanos são capazes de sentir. Nós não gozávamos que é uma
coisa comum e simplória. Nós sentíamos sensações estranhas, que parecia na hora
dos orgasmos, que estávamos levitando e desafiando a lei da gravidade. Uma
coisa tão indescritível, que estou tendo dificuldades para relatar!
Esse
maravilhoso relacionamento era algo tão singular, que para nós, apenas nós dois
existíamos no mundo, pois, nada nos faltava para sermos felizes ao máximo dos
máximos. Nunca nos preocupamos com a duração ou separação, pois, literalmente, éramos
como se fôssemos uma pessoa só, ou melhor dizendo, dois seres siameses, impossível
de uma separação, mesmo com as destrezas dos mais competentes cirurgiões
plásticos!
Mas,
como tudo é possível acontecer nessa vida louca que vivenciamos, um dia de
sexta feira, resolvemos ir passar o fim de semana em Porto Seguro, onde tenho
bons amigos e parentes. E a noite fomos um grupo para uma enorme cabana, que
parece um shopping Center de tão grande. E, quando estávamos todos dançando,
acompanhando o grupo do palco ensinando os passos, aconteceu, inesperadamente,
uma briga e confusão, todos se espalharam, e alguém sacou uma arma e ouvimos
vários tiros. Na correria, me perdi de Luciana, voltando em seguida para procura-la.
Foi quando vi uma roda de pessoas, e alguém deitado ao solo. Quando me aproximei,
enlouqueci, pois, tratava-se de minha querida Lú. Eu fiquei completamente
petrificado e sem ação, chamaram o SAMU, mas, infelizmente, ela já estava completamente
morta quando chegaram!
Naquele
momento eu morri também, senti todas as dores que ela devia ter sentido, o
vazio não era só no coração, era em todo corpo, senti-me amputado,
tetraplégico, ou um verdadeiro nada no mundo, em ter que viver sem minha doce e
maravilhosa amada!
Esse triste e lamentável acontecimento, fez de mim um homem
introspectivo, sisudo, ante social, e nunca mais me relacionei com ninguém,
passando a ser um eterno fiel a minha adorada Luciana
Ainda sou jovem, tenho atualmente apenas quarenta e três anos,
mas, não sei se revogarei algum dia minha decisão de celibatário. Por enquanto
sinto-me feliz, eventualmente sonhando com minha paixão, que creio, será
eterna!
*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros
fundadores da Academia Grapiúna de Letras!
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