Antonio
Nunes de Souza*
Nas
minhas remotas lembranças, desde minha infância, quando chegava um circo na
cidade, por mais mambembe que fosse, as figuras dos palhaços eram super
acentuadas, marcantes e, logicamente, o grande chamariz das plateias, não só
infantis, mas, de todas as idades, já que suas brincadeiras, muitas já vistas e
repetidas em outras ocasiões, nos fazia dar gargalhadas! Isso porque, cada
palhaço tinha sua característica de contar suas “estórias”, suas mímicas e
roupas, sempre até parecidas, mas, nunca iguais. Assim como, as pinturas de
suas caras eram verdadeiros retratos da alegria! Quem jamais esquecerá aqueles
sapatões enormes e colarinhos grandes e divertidos?
Não
sei se nesse preâmbulo, minhas palavras foram suficientes para que vocês vejam
em suas mentes, as doces e deliciosas tardes e noites circenses, em volta de
picadeiros redondos, normalmente, forrados de pó de serra nos circos mais
pobres, ou com compensados nos mais sofisticados, ainda com tapetes coloridos,
principalmente vermelhos!
Atualmente,
com o comportamento desastroso dentro da política brasileira, não só sumiram os
antigos e maravilhosos circos, como também, todos nós nos transformamos em
palhaços, em função das atitudes desses canalhas, só que, infelizmente, em vez
fazer as crianças sorrirem, somos, grosseiramente, obrigados a fazer com que
elas chorem de fome, e nós os verdadeiros e atuais palhaços, viverem tristes,
angustiados e sofridos!
Os
circos que nos oferecem são as festas carnavalescas e juninas, com suas bandas
e trios gigantescos, pois eles sabem que, mesmo na triste dor da miséria e
abandono, o brasileiro, não deixa de sair sambando, requebrando e, depois das
festas, chorando! E os políticos “mamando” e sorrindo!
Infelizmente,
para uma tristeza geral, somente no passado “os palhaços eram engraçados!”
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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