quarta-feira, 1 de março de 2017

Caindo na realidade!

Antonio Nunes de Souza!

Depois de explorar o povo por dezenas de anos, expondo uma discriminação sem precedente, uma enorme quantidade de blocos se viram apertados esse carnaval, em virtude das administrações municipais e estaduais, de comum acordo, resolverem colocar vários trios famosos sem as malditas cordas e seus caros abadás. E, com essa atitude, que já deveria ser tomada há bastante tempo, deu uma oportunidade das pessoas modestas e pobres de também ter direito a se divertir, sem os pesados ônus que jamais suportaram, ou em muitos casos, para saciar seus desejos, se endividavam o ano todo em prestações para terem o direito as tais mordomias de estar dançando atrás dos trios dos seus artistas prediletos!

Essa separação e distinção das classes média e alta, complementada com uma gama enorme de turistas que, através de suas agências de viagens, eram informados que somente teriam segurança se fossem participantes de blocos. Obviamente, esse direcionamento rendiam e rendem comissões dos grandes monopolizadores desse classe de comércio separatista!

Vamos, claro e evidentemente, aguardar para que essa determinação seja ampliada e mantida, dando direitos iguais, já que nosso carnaval é chamado de “carnaval de Rua”. E, assim sendo, as ruas, praças e avenidas pertencem ao povo!

Não sei se vocês já pararam para pensar, mas, essas organizações de blocos carnavalescos, ganham milhões, antes, durante e depois dos festejos, pois, na quarta feira de cinza já estão mercando seus abadás para o próximo ano. Porém, com essa nova e importante interferência política, que tomara que não seja passageira, os “pipocas” serão privilegiados, tenho certeza que se sentirão mais valorizados, não ficando ao lado das cordas recebendo pisadas, empurrões e cotoveladas dos “cordeiros”, que são ousados e não tem nada de cordeiros, são verdadeiros animais no tratamento!

Curiosamente, tivemos um carnaval com menos brigas, acidentes, roubos, etc., que talvez deva-se a isso a valorização dada ao povão, tratando-o com seus direitos respeitados, liberdade para se distrair, sem que se sintam desprezados pela sociedade! Com certeza absoluta, essa atitude separatista, pela restrição da não participação nos blocos, cria uma revolta, que estimula comportamentos arbitrários nos eventos!
Parabéns para os mentores da ideia e vamos pedir a Deus que tudo seja conservado, não tratando-se de mais uma politicagem eventual!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com

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