quinta-feira, 30 de março de 2017

Dia inesquecível!

Antonio Nunes de Souza*

Poderia ser um dia normal para mim dentro da rotina hospitalar, mas, inesperadamente fui chamado para socorrer uma moça que, por querer provocar um aborto com um instrumento pontudo, estava tendo uma bruta hemorragia, com sérios perigos de leva-la a óbito!
Saí na ambulância, que corria desbragadamente, conforme a necessidade do caso em pauta, já que, pelo telefone, a solicitação tinha sido feita por um médico que, infelizmente, não era ginecologista, e sim otorrino.
Ao chegarmos, com o barulho da sirene, logicamente chamou a atenção do pobre e modesto bairro, juntando logo um grupo de curiosos na frente da humilde casa. Os enfermeiros desceram, pegaram suas ferramentas de trabalho, ou seja, a maca, enquanto eu, fui entrando e dirigindo-me ao quarto, quando assustado-me deparei com um quadro deplorável de uma menina, que vim a saber depois ter treze anos e, escondida dos pais, fazia vida na região, para poder ter celular sofisticado e roupinhas de periguete. Se os país sabiam eu não consegui saber, mas, deveriam desconfiar!
Comecei a fazer os atendimentos de praxe cabíveis já dentro da ambulância, que retornava para o hospital na mesma disparada com que veio. Quem quiser que diga diferente, mas, essa trajetória na ambulância em alta velocidade, sirene ligada, guardas apitando pedindo passagem urgente, você atendendo uma pessoa ensanguenta e gemendo é, sinceramente, desesperadora!

Fomos diretos para a sala de cirurgia, as enfermeiras com as medicações recomendadas por mim através do rádio e, com a ajuda de dois colegas, passamos a trabalhar incessantemente durante quatro horas, tentando salvar a pobre e desesperada menina!
Infelizmente, depois de usarmos de todos recursos possíveis e cabíveis, a garota veio a falecer, nos deixando cansados e tristes por não ter alcançado nossos objetivos.
Já passava das vinte horas, quando peguei meu carro e segui para casa, sem conseguir esquecer o rosto de Dulce, assim se chamava ela.
Ao chegar em casa, super cansado e acabrunhado, louco para tomar um banho reparador. Na sala, pego um copo vou a cozinha abro o refrigerador, retiro umas pedras de gelo, volto, coloco um grande dose de Whisky para acertar a cabeça. Aí entra minha filha única, de quatorze anos, estudante secundarista, meia cabisbaixa e me diz: Papai, eu estou grávida!
Desculpem-me, mas, esse dia, foi o mais filho da puta da minha vida!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL –antoniodaagral26@hotmail.com

Opinião comprovada!

Antonio Nunes de Souza*

Lógico que você está passivo de erros, já que o chavão popular diz, claramente, que “todas as regras tem exceções!” Mas, sempre nos baseamos na regra geral, aquela que é a geral, para determinar algo nas exemplificações!
Mais uma vez, ousadamente, vou explanar uma opinião, que não é científica, nem baseada em estudos ou laboratórios. Simplesmente, tomando como exemplificação, as experiências de vida, vivências de situações, sofrer com ocorrências durante alguns períodos da vida. Ou seja: aprendi vendo, participando e apanhando!
O personagem que vou abordar é do indivíduo mau caráter, explorador, egoísta ao extremo que, nas negociações que participam ou são intermediários, procuram sempre levar as maiores vantagens, mesmo sem ter os direitos, nem se preocupando com amizades ou parentescos. O primordial em seus pensamentos é o de tirar vantagens acima de tudo e de todos! Esse ganancioso e aproveitador sem compostura, normalmente, é caracterizado pelas pessoa educadas de “sabido e perigoso”, mas, na roda de pessoas mais abertas e sem papas nas línguasn, é denominado sem nenhuma pena ou benevolência, de “ladrão”!

Dito isso, cheguei a uma conclusão que ele, por não ter caráter algum, considera seu procedimento normalíssimo, sem nenhum erro moral, apenas está sendo uma pessoa de bem que sabe fazer negócios. Jamais, em nenhuma circunstância, admite que errara em alguma regra de comportamento. Erraria sim, se não aproveitasse a oportunidade!
Assim sendo, cheguei a conclusão que essas pessoas não são ruins por desejarem simplesmente, são vítimas de criações, exemplos familiares e dos ambientes frequentados, ganancias de individualidades e, tendo como fator de maior importância, a satisfação de ter “derrubado ou roubado o outro”, dando uma demonstração de competência e qualificação de ser expert na vida!
É um pena eu chegar a essa conclusão (apenas minha opinião, nada de verdade absoluta) que, o mau caráter, não é um culpado. Trata-se de mais uma vítima dessa sociedade infame, que só aprendeu a somar e multiplicar, e nem sabem, nem procedem a divisão, sempre com medo de diminuir!

*Escritor _ Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral262hotmail.com

quarta-feira, 29 de março de 2017

Fatalidades e felicidades!

Antonio Nunes de Souza*

Perambulei pelas ruas a noite toda, pulando de bar em bar, sempre tomando mais uma cerveja que é minha bebida predileta, porém, pelas minhas razões, estava exagerando na quantidade, sem a preocupação de me embebedar, mesmo estando dirigindo!

Estava, literalmente, puto da vida, pois, as 18 horas, fui chamado na administração e, sem nem um aviso de consideração, fui despedido de um emprego de sete anos, sem faltar e ser considerado muito bom na função. A alegação poderia até ser justa, pois minha empresa estava passando por uma crise braba, em virtude da situação podre do Brasil depois desse brutal e ridículo golpe, dado pelos maiores e desonestos políticos do país! Porém, devo reconhecer que me pagaram todos meus direitos, inclusive aviso prévio e ainda uma boa gratificação pelos meus bons serviços durante o período. Mas, o foda mesmo era eu saber que acordaria desempregado e teria que ficar mendigando pelas empresas, com a pasta cheia de currículos!
Chegando as 3:30 hs da madruga, já meio grogue, passei pela Pituba e vendo uma garota de programa parada na esquina, encostei o carro e a convidei pra ir para o meu apartamento. Ela, com a desenvoltura peculiar das putas, falou logo: Para passar a noite é mais caro e quero adiantado!
Eu, a essa altura não estava ligando merda nenhuma, o que queria mesmo era tentar transar para selar a noite, fodendo, já que estava fodido profissionalmente! Estava tão liberal para qualquer coisa, que peguei minha carteira e dei para ela tirar a remuneração do seu trabalho. Estava cagando com o que pudesse acontecer, pior do que o que tinha acontecido. Ela, profissionalmente, tirou trezentos reais em minha vista, disse que era o sem michê normal e que não se aproveitaria da minha situação, já que estava reconhecendo em mim um homem do bem! Mesmo estando meio bêbado, pensei: uma puta decente e de qualidade!

Chegando ao apartamento, ela sugeriu que eu tomasse um bom banho quente para despertar e, como ela se molhou ao ajudar-me, terminou tirando seu vestido e entrando no box para me ensaboar e também se refrescar da noite quente que fazia lá fora. Quando reparei ela nua, vi que era uma mulher bonita e que fazia jus muito bem aos 250 reais que ela cobrara. Recobrando meus sentidos, senti uma tesão até exagerada e, sem pestanejar, começamos a transar em pé, depois de quatro pés e, em seguida trançados no chão do box, chegando até fazer um 69 meio complicado, mas, todo mundo gozando com o chuveiro aberto e esperdiçando a valorosa água. Nesse momento, sinceramente, esqueci completamente toda merda que tinha acontecido, voltando minha mente apenas para uma boa noite de putaria sem limites!

Foi uma noite tão gostosa e louca que, minha parceira (Larissa é o seu nome), ficou comigo até meio dia, levantou, preparou um café com as coisas que eu tinha em casa e, pelo visto, estava também satisfeita como eu. Ficamos conversando, passei a narrar a razão do meu comportamento na noite anterior e ela, sorrindo bastante, começou a contar as coincidências nossas, pois, ela era formada em Recursos Humanos e fora despedida da mesma forma. E ela saiu puta da vida e fez a mesma coisa que eu. O primeiro bar que entrou, escolheu um bofe de boa aparência confiável e foi transar para esquecer a merda ocorrida. Aí, como nada conseguiu depois, começou sua vida de GP, inclusive faturando mais que no seu trabalho. Rimos bastante, depois de algum tempo fui leva-la em casa e, por incrível que pareça, já combinamos nos encontrar em sua casa a noite, terminando começando a namorar. Ela com 28 anos e eu com 36. Já adultos, experientes, boas formações (sou adm. de empresas), e aí resolvemos alugar uma sala e criar uma empresa especializada em empregos. E foi o que fizemos, com minha polpuda remuneração de indenização e gratificação, FGTS e algumas outras economias, compramos móveis e, sem medo de não ser feliz, partimos para nossa aventura por conta própria!

Agora, sete anos depois, estamos os dois num cruzeiro marítimo, curtindo show de Roberto Carlos, juntamente com nosso filhinho Luiz Felipe, singrando os mares bastante felizes, graças a uma desgraça acontecida!

É aí que os religiosos dizem: “Deus escreve certo por linhas tortas!”

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com