Antonio
Nunes de Souza*
Olhei
para ele fixamente, dei-lhe um beijo e um forte abraço, enquanto dos meus
olhos, jorravam lágrimas quentes e continuas. Seu abraço, também cheio de amor
e carinho, completado por muitos beijos em minha vasta e grisalha cabeça, que
todos que estavam em nossa volta, se emocionaram molhando suas pálpebras entre
sorrisos!
Esse
meu emocionante encontro com esse homem, ainda abraçados, veio em minha mente
uma história jamais esquecida, mas, a distância e o tempo, haviam me deixado
por fora de certos resultados e um desfecho completamente inesperado:
Morador
e filho de Curitiba, pais italianos, com dezessete anos entrei para faculdade
de engenharia para fazer o curso que me agradava e seria o bom trabalhar com algo
que me daria prazer. E, já no último ano, conheci uma moça que acabara de
passar no vestibular, cabendo ao nosso grupo de veteranos, dar o tradicional
trote nos calouros! Fizemos as brincadeiras, os pequenos castigos, pagamentos
de prendas, etc., e, nessa confusão bati os olhos em Sheila, mesmo não sendo
uma mulher de aparência maravilhosa ou deslumbrante, fez bater meu coração mais
acelerado, me encheu de tentações, desejos e vontades, pele e química como
dizem os jovens hoje em dia! Curiosamente, ela através dos seus óculos, deixou
transparecer a mesma sensação sentida por mim. Aquela coisa que até hoje se
diz: “amor a primeira vista”.
Pois
é, aconteceu exatamente assim, começamos a namorar, um namoro sério para a
época, mas, com uns dois meses, já não tínhamos as repressões do início e
passamos a curtir uma liberdade mais avançadas, até que numa oportunidade não
programada, nós estávamos em sua casa no fim da tarde e, seus pais,
inesperadamente, tiveram de fazer uma viagem em uma cidade do interior e só
voltariam dois dias depois. Foi a gota d’agua que faltava. Sentados no sofá
começamos a trocar nossos gostosos beijos habituais, as excitações foram
aumentando, começamos a nos desnudar em princípio um tanto tímidos, porém o
desejo sexual já era tanto e sempre contido que, naquele momento passou a
desabrochar com toda volúpia possível. Nós, naquele momento, éramos uma
montanha de tesão, loucos para chegar aos finalmentes! Nesse momento, Sheila já
completamente nua, rolou para o tapete da sala, colocou-se de quatro e, mais
com os olhos que com a boca me disse: venha e faça de mim o que você quiser,
pois, tenha certeza que será o que mais desejo.” Juro que quase gozei naquele
momento, mesmo sem nenhuma penetração.
Desci
para o tapete obedecendo os meus e os desejos dela e, sem nenhuma cerimônia e
também pouco carinho, peguei-a pela cintura, mirei aquela xoxota linda,
parecendo dois pãezinhos de queijo bem molhadinhos no meio e, freneticamente,
comecei a enfiar o meu membro, rompendo seu hímen e unindo nossos corpos como
se fôssemos irmãos siameses! Beijando seu pescoço, com as mãos acariciando seus
seios, ela tremia de prazer e orgasmos múltiplos e dizia, sem nenhum pudor: não
deixe sair não meu amor! Ela falava com um voz tão sutil e poderosa, que minha
tesão somente aumentava e nossa transa parecia que jamais acabaria, pois, mesmo
depois dessa posição incontrolável, realizamos tudo que nos era permitido
naquela hora, naquele momento. Sexo oral, vaginal, anal e outras variações
loucas que, somente nas nossas especiais oportunidades, temos a alegria de
fazer!
Descansamos,
tomamos um banho reparador, comemos alguma coisa e nos despedimos com um beijo
gostoso e uma troca de olhares cheios de felicidades e cumplicidades!
Por
ironia do destino o pai de Sheila por ser um conceituado Pastor Evangélico, foi
designado para ir se apresentar em uma cidade da África, ocupando-se da
responsabilidade de uma grande paróquia. Como é habitual, o Conselho Evangélico
já estava enviando as passagens e marcando o dia exato da sua apresentação, que
seria cinco dias após, como também chegaria seu substituto com a família pra
ocupar a casa que ele residia, pertencente a instituição religiosa! Com o
sufoco das arrumações da viagem, não tivemos nem oportunidade de repetir nossa
relação sexual que, de tão maravilhosa, nos pareceu ter sido uma dádiva divina!
Fui
leva-la no aeroporto, fizemos mil promessas e senti uma dor no coração quando
ela, já dentro da sala de embarque jogou-me um beijo cheio de meiguice e
paixão. Como não existia ainda a facilidade da internet, celular e outras
modernidades, nossos contatos não foram mais realizados, mesmo eu tendo mandado
algumas cartas, sem obter nenhuma resposta. O tempo foi passando, as atividades
profissionais tomando conta da minha mente, aos pouco fui esquecendo de Sheila,
imaginando que ela, com a mudança radical de sua vida, havia encontrado alguém
mais interessante que a minha modesta pessoa, no desenrolar da sua idade!
Normal acontecer isso.
Porém,
essa semana, recebi uma longa carta do Pastor Paulo Vansolline, contando-me que
sua mãe, Sheila, sofrendo as maiores represálias dos seus pais, jamais
confessou quem era o pai da criança que ela esperava, inclusive me isentando,
ficando caracterizado que ela havia engravidado no território africano. Seu
filho estudou, fez todos os cursos inerentes a profissão pastoral, que era seu
desejo, talvez influenciado pelo avô e, somente na sua morte ainda jovem,
causada por contágio de viroses comumente encontradas na África, chamou ao
quarto e já balbuciando suas últimas palavras, confessor a sua real história e
disse, quem era o seu pai e fornecendo detalhes para ele encontrar. Paulo, por
sua vez, não titubeou e logo tomou as providências necessárias para vir ao
Brasil, conhecer a pessoa que ele, mesmo sem saber quem era, tinha no coração a
vontade e desejo de encontrar frente a frente!
E,
naquele momento, estava se realizando minha grande surpresa e alegria que,
certamente, tinha a mesma intensidade na mente e coração do meu querido Paulo,
Pastor Paulo Vansolline!
Pra
mim que casei e não tive filhos, já viúvo, recebo de Deus esse grande “presente
do passado!”
Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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