Reflita
para não chorar quatro anos!
Antonio Nunes de Souza*
Imagino que o homem visto e analisado pelos outros animais, seja conceituado como o único ser realmente irracional, devido seu comportamento estranho perante os problemas que lhe atinge durante o desenrolar de sua vida, ocasiões onde ele procura sempre as soluções mais simplistas e, principalmente, egoísticas, sem levar em conta a coletividade que vive.
Pode parecer uma loucura ou uma conceituação radical
demais com essa obra divina, criada sua semelhança e, por milhares de anos,
titulada ou rotulada como as mais sábias das criaturas vivas na face da terra.
Porém, se formos buscar fatos desde o paraíso, não teremos dificuldades para
encontrar indícios de uma verdade diferente ou pelo menos suscitar uma série de
dúvidas sobre a racionalidade humana.
Até na hipotética ou sacra história de Adão e Eva,
estes primeiros seres desobedeceram ao Senhor, somente para atender seus apelos
eróticos de conveniências individuais em busca do prazer, ouvindo estórias de
uma demoníaca cobra da oposição, que desejava nada mais, nada menos
desestabilizar o paraíso de um mundo novo cheio de esperanças, onde todos
teriam os mesmo direitos e deveres, além das mesmas possibilidades de serem
felizes. Resultado: Foram expulsos do paraíso que havia ganhado por uma
caridade divina, passando a serem abandonados as suas sortes pelo mundo a fora.
Logo em seguida eles tiveram dois filhos (Caim e
Abel) que, por inveja, um matou outro sem dó nem piedade, sem levar em conta
nem os laços familiares. E, se não bastasse, outros filhos foram surgindo como
conseqüências de incestos das mais diversas linhas, o mundo foi sendo povoado
(não vou me ater muito nessa passagem, para que não me taxem de herege).
Com esse crescimento populacional, o homem que desde
a primeira família já não conseguiu se entender piorou mais ainda na sua
maneira de pensar, pois, como as leis eram determinadas pelos mais fortes,
brigas e crimes ocorriam freqüentemente e os grupos iam se subdividindo,
formando novas pequenas comunidades, porém, sempre dirigidas e comandadas pelos
mais poderosos.
Para sintetizar, podemos dizer que foi assim que
foram criadas as cidades, estados e países, sempre comandados pelos mais
poderosos que, aproveitando-se dessa regra que vem sendo ditada e seguida por
milênios, passou usufruir a melhor parte e dando migalhas enganosas ao povo
que, na sua falta de esclarecimento, continuava aceitando com constrangimento
esse comportamento egoísta e deplorável, mas sem a coragem de dar um basta
definitivo nessa divisão de valores.
Mas, como tudo tem um limite, numa atitude de fé e
esperança, através do voto de escolha, conseguido as duras penas e séculos de
sobrevivências de massacres e desprezos, o povo escolheu alguém emanado de suas
próprias origens, conhecedor das suas necessidades, para governa-lo de uma
maneira mais igualitária, derrubando centenas de ídolos de barro que comandavam
o país com mãos de ferro, disfarçadas por luvas de pelica. Esse fato eles
jamais acreditaram que pudesse ocorrer!
Porém, quando aconteceu inesperadamente, criou-se
uma celeuma dos diabos nos bastidores dos derrotados, e esses partiram para uma
verdadeira guerra usando das armas mais infames e absurdas, servindo apenas
para mostrar como eram e são podres os ambientes das câmaras e do senado. A
polícia federal, o ministério público e outras organizações governamentais
jamais denunciaram e prenderam tantos ladrões e corruptos que há dezenas de
anos saqueavam os cofres públicos. Ou prendeu e cassou também uma série de
homens ligados ao governo, provando que hoje não temos mais paciência para
lidar com canalhas, sejam de que linha política for. Se o governo pretendesse
protecionismo, jamais viriam à tona casos que envolvessem pessoas ligadas a
ele. O importante é uma caça as bruxas para sanear a política brasileira,
derrotando mais uma vez os podres poderes. Obviamente, fiscalizando e cobrando
dos remanescentes um procedimento compatível com o cargo que exerce.
Portanto, vamos provar aos animais que somos realmente
racionais, votando com patriotismo e o pensamento voltado para um futuro
melhor. Não dando o nosso sagrado voto em troca de favores, e sim pela
competência administrativa. Não se deixar enganar com a mesmice da conversa dos
caciques do passado que, nos seus desesperos de voltarem ao poder dando ao povo
pão e circo, inventam, criam e fantasiam as mais absurdas das denúncias,
utilizam a mídia (praticamente pertencente aos seus grupos) para confundir a
mente dos incautos.
Por favor, reflitam essa semana, não se deixando
emprenhar pelos olhos e ouvidos, para não dar de bandeja o que foi conseguido a
duras penas em dezenas de anos de luta.
*Escritor – Membro
da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário