Antonio
Nunes de Souza*
Atualmente,
com todas as modernidades do mundo, tecnologias avançadíssimas, ainda acontecem
casos hilários e inusitados nos mais retirados sertões das regiões brasileiras,
onde as pequenas e pobres propriedades, contam com poucos moradores, suas
pequenas roças são dadas de meias pelos modestos proprietários, numa ajuda
peculiar e costumeira de ter a oportunidade de plantar e colher determinadas
coisas para suas alimentações e, se sobrar algo, ser negociado ou trocado,
atendendo a necessidade de todos. São verdadeiras comunidades que trabalham com
um sistema de cooperativismo, sem que seja usada essa palavra, talvez por
desconhecimento. Mas, com resultados benéficos para todos!
Luizinho
de Zé Vermelho, como era chamado e conhecido, pois nessas roças e pequenas
comunidades, todos são agraciados com seu nome e o do pai ou da mãe como
complemento: Maria de Joaquina, Luzia de dona Zefa, Regina de dona Maroca,
etc., era um rapaz de seus 20 anos, forte, bom lavrador de mandioca e milho, já
tinha sua área de plantio fornecida, temporariamente, pelo seu Artur de
Laurentino, dono dos 40 hectares que consistia na grande propriedade rural!
Moravam
cinco famílias que, de meia, tinham feitos seus acordos de parcerias com Artur
de Laurentino. Somente Luizinho era o solteiro, pois Zé vermelho, viúvo, havia
morrido alguns anos atrás. A diversificação de criatório era invejável, mesmo
sendo em pequena escala, podia-se ver, cavalos, vacas, burros, jegues, cabras,
carneiros, porcos, galinhas perus, patos e outras raças menos expressivas ou
mais. Com isso, tinha-se de tudo, mesmo em quantidades pequenas, mas,
satisfatórias para suas subsistências e ótima harmonia comunitária, muito
embora sem sobras expressivas nas partes financeiras.
Então
aconteceu o inesperado! Luizinho com as oportunidades que surgem nesse pequeno
mundo agrícola, terminou comendo a neta de 16 anos de Artur de Laurentino,
velho bom, mas já meio decadente, inclusive portador de cataratas avançadas em
ambos os olhos, fazendo com que sua visão fosse apenas nublada durante o dia e,
quase nada, durante a noite. Prontamente, chamou Luizinho e desejava que ele
casasse imediatamente com a menina, pagando seu pecado e sendo honesto com seu
compromisso de homem. Luizinho reconheceu o seu erro, porém não estando com
desejos de se amarrar ainda, alegou que não tinha dinheiro para casar e, logo
que pudesse faria o que todos desejavam.
Foi
contornada a situação, Artur deu um prazo e tudo voltou a normalidade! Passados
alguns dias, Luizinho que nas roças é algo natural, levou uma bonita e gorda
cabra para o fundo do curral, perto da casa da sede e, sem a menor vergonha,
começou a transar com cabra que já era viciada em satisfazer a rapaziada do
lugarejo.
Aí aconteceu o inesperado, pois ele segurando
nos chifres da cabra, enfiado na xota da bicha e, no vai e vem do ato, a cabra
se assusto exatamente na hora que ele estava gosando e saiu andando depressa em
direção a varanda da casa, isso sendo sete horas da noite. Então, Luizinho sem
largar os chifre e gozando maravilhosamente, foi visto por Seu Artur com sua
visão neblinada e fraca que, revoltado gritou: “Descarado mentiroso! Pra casar
com minha neta não tem dinheiro, mas tem dinheiro para comprar uma bicicleta!”
Luizinho
tomou o maior susto, correu para casa, deu graças a Deus não ter ninguém
assistindo na hora, e, na manhã seguinte, foi acertar os papeis na cidade e o
padre para a consagração!
Parece
um absurdo, mas, ainda acontece nas roças!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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