Antonio Nunes de Souza*
Tudo
começou no dia que conheci Adriana. Era fim de tarde, eu estava de férias e,
sem nada para fazer, resolvi fazer uma visita a Igreja de São Francisco no Terreiro
de Jesus, que é uma obra prima, já que admiro muito as antigas arquiteturas,
principalmente as ligadas aos templos religiosos dos séculos passados. Vale
dizer que minha formação é arquitetura!
Ao
entra na igreja, caminhei até ao altar, benzi-me como é hábito e, ao voltar,
notei uma mulher usando véu, orando com a cabeça baixa, muito constrita! Poucas
pessoas estava na nave religiosa, porém, não sei a razão, resolvi acomodar-me
no mesmo banco que essa senhora. Como sempre, fiquei fascinado olhando em redor
todas riquezas esculpidas, inclusive muitas pintadas a ouro, e quando estava
embevecido, olho para o lado e vejo que não se tratava de uma senhora como
imaginei. Era uma jovem com uma doçura no rosto, olhos azuis que, sinceramente,
poderia ser confundida com uma das lindas imagens do templo!
Nos
olhamos e eu a cumprimentei com a cabeça, que fui correspondido da mesma forma.
Demorei em torno de meia hora e, coincidentemente, quando levantei para sair, a
moça fez o mesmo, tranquilamente saímos os dos lado a lado em direção a saída.
Como havia me impressionado com sua beleza, fiquei mais ainda quando notei o
seu corpo, que, queiram ou não, é a parte mais chamativa de atenção e desejo de
todos os seres normais. E, ousadamente,
perguntei-lhe: veio fazer orações, ou um pedido a S. Francisco? Uma pergunta
tola, apenas para puxar conversa!
Olhando-me
de cima a baixo, respondeu: Eu sou devota fervorosa desse, e venho sempre visita-lo
e oferecer as minhas benditas preces!
-Não
digo que faço o mesmo, mas, pela beleza da igreja, faço visitas periódicas para
vislumbra-la!
Chegando
a saída, eu gentilmente falei: Se você aceitar
uma carona, darei com todo prazer?
Imediatamente
ela respondeu: Como posso aceitar uma carona de alguém que não conheço? Muito
obrigado!
Prontamente
eu retruquei: Eis aqui o meu cartão, meu nome é Adalmir Pacheco de Farias, sou
arquiteto, moro no bairro da Barra, sou solteiro e muito religioso!
Ela
deu um sorriso, se prendendo para não gargalhar e, olhando para mim, disse: Eu
me chamo Adriana Almeida, sou assistente social, trabalho no Hospital de Irmã
Dulce, na área de registro e catalogação de enfermos, e estou indo pra lá,
pois, vou dar plantão. Se você se dispor a sair do seu roteiro, e fizer essa
gentileza, eu agradeço em nome de Santa Dulce, a milagrosa da Bahia e Brasil. E
sorrindo disse: Ela me protegerá!
-Claro
que farei com prazer, ainda mais por você trabalhar numa obra beneficente tão
maravilhosa!
Ainda
um pouco desconfiada, pois dava para notar, já que canalhas estão espalhadas em
todos lugares, nos dirigimos para o carro e seguimos para o destino!
No
caminho fomos conversando, ela percebeu que eu era confiável e, ao saltar,
antes que eu falasse a mesma coisa, ela disse com um sorriso lindo: Eu gostaria
de encontra-lo outra vez, com tanto que não seja somente quando você for
visitar a igreja!
-Dei
um sorriso, pela coincidência dos desejos e disse: Amanhã é sexta-feira e quero
ter a honra de convidá-la para um jantar, para agradecer a São Francisco por
ter provocado esse nosso encontro. Assim combinamos, ela me passou seu telefone
e endereço, para que eu fosse busca-la às 20:40 horas!
Com
esse inesperado encontro, hoje, estamos os dois, eu e Adriana com nosso casal
de filhos e nossos três netos, comemorando a nossa Bodas de Prata, entre
sorrisos de alegrias e felicidades, graças um encontro eventual no final da
tarde e, estranhamente, na belíssima e maravilhosa Igreja de São Francisco!
*Escritor,
Historiador, Cronista e Poeta!
Um comentário:
Boa tarde amigo!
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