Antonio Nunes de Souza*
Em
muitas ocasiões, sem que estejamos imaginando, ouvimos respostas completamente
estranhas ao que esperamos do interlocutor. E essa situação ocorre,
principalmente quando a pessoa não tem conhecimentos suficientes e,
idiotamente, acha de utilizar palavras que não sabem os significados!
Lembro-me
que com meus dez anos de idade, ouvi dois homens conversando e um deles falou:
Maria da Penha é bonita e vulgar. E o outro confirmou. Eu segui para casa com
essa palavra nova na mente (vulgar), que para mim, se a mulher era bonita e
vulgar, esse “vulgar” era como se fosse maravilhosa!
Passados
uns dias eu estava na Av. J.J. Seabra (hoje Cinquentenário) com o meu pai,
quando chegou com lindo carro Pontiac importado, último modelo, pertencendo ao
médico José Pinto da Silva, que encostou seu carrão e veio conversar conosco,
já que ele havia me operado de uma hérnia e era amigo do meu pai. Depois dos
cumprimentos, ele olhou pra mim e perguntou; Gostou do meu carro? E eu,
aproveitei para usar minha nova palavra e sorrindo disse de boca cheia: Muito
vulgar!
O
médico ficou espantado, meu pai me deu um cascudo e me chamou de mal educado,
mandando que eu fosse imediatamente para casa. Eu saí chorando sem saber o que
foi que aconteceu, pois, apenas fiz um elogio. Cheguando em casa fui direto ao
dicionário, e pude ver a merda que fiz. A partir dessa data, nunca mais usei
palavras novas, que eu não saiba os significados!
Já
adulto, tomando conta das fazendas do meu sogro, fui ao curral ver o gado. Não
sei se sabem, mas, os vaqueiros sempre colocam nomes nos bezerros que nascem, e
eu vi uma vaca que tinha parido uma bezerrinha, então perguntei se já tinha
posto nome e ele me respondei: Já sim, o nome dela é Galcinha!
Eu
estranhei o nome esquisito e perguntei: Por que esse nome? E ele respondeu: A
mãe dela é Galça (garça), então eu botei ela como Galcinha. Eu deu uma grande
risada, e o vaqueiro nada entendeu, apenas deu um sorriso sem graça!
Curioso
é que no mês seguinte, a esposa desse vaqueiro estava sentindo umas dores nas
laterais do corpo, e ele me pediu que a levasse ao médico. Marcado o dia fui
apanha-los na fazenda, chegando no médico, nós entramos os três na sala, ela
apontou onde estava sentindo as dores, que eram exatamente nos rins. Então o
médico depois de apalpar os locais, perguntou para ela: -A senhora urina com
abundância?
E
ela ficou meio escabreada, baixou a cabeça, ficando calada. Aí o médico tornou
a perguntar, dizendo que somente com a resposta dela poderia receitar os
remédios. Por favor, diga-me se a senhora urina com abundância?
Ela
morrendo de vergonha, disse: Dotô eu não urino com a bundância, eu urino com a
bocetância!
Eu
e o médico morremos de rir, e o casal ficou assustado com nossa reação. Aí nós
saímos da sala, para que o médico pudesse fazer um exame mais meticuloso!
Esses
fatos acontecem cotidianamente, graças aos corruptos governos, que deixam a
educação em último plano, quando deveriam dar total prioridade!
*Escritor,
Historiador Cronista e Poeta!
Um comentário:
Bom dia Antônio vice é ótimo. Estou rindo até agora. Beijos
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