terça-feira, 20 de junho de 2023

A EXPERIÊNCIA DE SÃO BENEDITO! (Três) (Clique e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Bené acordou as 10 horas, meio ressaqueado, tomou um banho de ducha fria para acabar de despertar, pediu o café no apartamento, tomou e ligou a tv no canal que cuida exclusivamente das programações turísticas da cidade e região do recôncavo, afim de se entrosar com os eventos!

Ficou logo sabendo que as onze horas e trinta começaria a lavagem de Itapuã, contando com vários blocos e trios, além de parte dos Afoxés famosos. Deu um largo sorriso, pegou o celular e, prontamente, ligou para Diva, que já pronta e arisca, estava louca para ir curtir essa “parada”, nas praias do velho Dorival Caymi!

Bené vestiu uma das suas roupas bem coloridas e espalhafatosas, tinha comprado uma pulseira e um cordão de prata com crucifixo, colocaram nele (a lojista) duas fitas do Senhor do Bonfim, deixando ele, bonito, enfeitado e pronto para enfrentar essa famosa lavagem!

Ficou meio parecido com turista, mas, pela cor, o gingado, tom de voz e a malandragem pegada na véspera, passaria, tranquilamente, como um baiano, apenas de bom gosto e com grana. E, sem máquina fotográfica, filmadora e sotaque, deixava transparecer que era um nativo curtidor da terra!

Pegou um taxi, disse o endereço de Diva, que ficava em Amaralina, indo pela orla como ele pediu ao motorista, para ir apreciando as praias. Ficou estupefato de ver tantas mulheres, praticamente nuas tomando banho, ou sol para se bronzear, pensou logo: “Puta que pariu! No meu tempo de vida na terra ninguém nem pensava numa porra dessa. (Essas expressões baianas ele tinha aprendido bem antes da viagem). A praia era somente dos pescadores e Pedro comandava uma turma grande!”

A sorte é que vesti minha sunga, que a moça da loja me recomendou, mas, nem sabia para que era tal peça do vestuário!

Pegou Diva, trocaram beijinhos e seguiram para a Praça da Sereia, onde fica a concentração popular. Diva, periguete experiente nessas festanças, encostou numa barraca, e pediu logo duas caipiroscas bem caprichadas para começar a animação. Começaram a beber, sacodindo os corpos com o som distribuído pela praça, enquanto não chegavam os torpedos sonoros dos trios e bandas baianas. Passou um menino vendendo queijo coalho assado, ele curioso em conhecer, pediu logo quatro e começaram a comer com melaço, que dá um gosto especial. Tudo isso para ele era uma grande novidade e pensou: “Todo mundo fica doido para ir para o céu, e lá não tem nada disso”!

De repente, o povo saiu na carreira e gritavam; VEM AÍ UM ARRASTÃO! Ele disse: Oba, que legal! Pensando que era um bloco, mas, Diva que era “puta velha” em conhecimento dessas merdas (tinha só trinta anos), puxou ele pelo braço e correu para o sanitário de uma barraca e, quando passou a quadrilha de maiores e menores, saíram tranquilos sem terem sidos roubados. Ela explicou para ele o que se tratava e ele ficou besta, sem querer acreditar que, numa festa tão alegre, bonita e religiosa, um grupo de sacanas se aproveitassem para fazer saques e roubos. Pensou: “Colocarei isso no relatório como coisa grave, absurda e abusiva!”

Passado o susto, começaram a chegar os trios e bandas arrastando a multidão, e eles entraram no bolo dançando agarrados aos beijos e esfregações. Bené, assustado com essa nova situação, sentiu algo diferente acontecer e, como sempre fazia, pensou: “Meu Deus, não é minha maldade, mas, não me contive e estou de pau duro novamente, me esfregando na bunda de Diva e, para ser sincero, com vontade de transar! Sei que Santo não transa, mas, aqui eu sou um simples mortal, e tenho o alvará da Chefia, além do tal “livre arbítrio” que me dá cobertura total!

Dançamos, pulamos, fomos abençoados pelas baianas, comemos churrasquinhos, ostras, camarão no espeto e todas as comidas que, normalmente, são vendidas e servidas nessas festas de largo. Deixaram as roupas na barraca que estavam, e caíram na água refrescante do mar!

Já cansados e meio tontos, pegaram um táxi e foram para o Hotel onde Bené estava hospedado. A essa altura da festa Diva estava ”solta na buraqueira” para o que desse e viesse!

Claro que não iam dispensar um bom banho de piscina, uma cervejinha bem gelada para rebater e, completamente satisfeitos, foram para o quarto, tomaram uma chuveirada. E, como não poderia deixar de acontecer, já completamente nus, deitaram na gostosa cama de casal, e começou a rolar uma putaria “franciscana”, como dizem os baianos. Benedito foi ao banheiro, se benzeu, pediu perdão a Deus, e voltou mais armado que soldado russo, com o cacete que parecia um pé de sofá!

Dizem que os negros tem as picas grandes e grossas, e Bené, com certeza, não nega a raça. Transaram em todas as posições que Diva conhecia, deixando Bené feliz, bobo, emocionado, e mais mole que pudim. Terminando os dois dormindo, só acordando no dia seguinte, que era domingo!

Bené deixou Diva se espreguiçando na cama, foi para o banheiro e, olhando-se no espelho, sorrindo novamente pensou: “Quando eu contar para a turma lá em cima minha missão, vão ficar todos putos de inveja!” Banhou-se, fez a higiene normal e voltou, para ceder o local para Diva que, na maior naturalidade, levantou-se totalmente nua com seu corpo tesudo, e com um sorriso nos lábios, vendo Bené nu com um lindo pau exposto, sagazmente, baixou a boca e fez um gostoso boquete, deixando ele tremendo de gozo. Logo após foi para o WC, dizendo que sairia já de biquíni para irem ao Farol, ou Porto da Barra! Enquanto isso, ele pediu um café para dois, para saírem abastecidos para uma nova aventura, e novamente pensou: “Puta merda que missão maravilhosa está sendo essa. Duvido que umas férias em Dubai seja melhor que isso!”

Logico que novas coisas interessantes acontecerão, mas, vamos deixar para as partes seguintes. Tenho certeza que vocês estão, como eu também, curiosos com essa inusitada experiência de um emissário Divino, a nossa querida e maravilhosa terra baiana!

*Escritor – Historiador - Membro da Academia Grapiúna de Letras–AGRAL

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