quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Travesti diferente!

Antonio Nunes de Souza*

Estamos acostumados a ver coisas do arco da velha e também do arco da nova que, curiosamente, nos deixam estarrecidos e sem saber se estamos mesmo vendo os fatos, são ilusões que aparecem em nossas cansadas mentes, pelas agonias dos intranquilos dias atuais, ou são verdades “verdadeiras” que, eventualmente acontecem!

No caso estou referindo-me a Paulo Aragão Oliveira que, nas suas atividades de “traveco”, era denominado de Paulette Bizoni. Cabelereiro de profissão, um mágico na tesoura. E, para suas paradas nas ruas, era também um exímio no jogo de navalha amarrada com elástico, indo diretamente nos pescoços dos seus contendores que, ousadamente o provocasse, sem saber o perigo que estavam passando, ou correndo. Além das habilidades com seus instrumentos de trabalho, era faixa preta de judô e karatê.
Com esses atributos, percebe-se claramente tratar-se de um homem(?) preparado para qualquer eventualidade, pincipalmente os vergonhosos ataques de “monstrinhos machistas” que condenam e batem, as vezes levando a óbito, homossexuais inocentes, sem nenhuma razão aparente. Atitude que já foi comprovada como um ato de prazer e diversão, literalmente, criminoso!
Pois, não é que Paulette, vindo numa noite de um evento, quando parou o carro na frente da garagem do edifício onde morava, apareceram três bandidos, ou vândalos especialistas nessa podre façanha, de além de roubar, surrar os pobres e inofensivos homossexuais.
Mas, desta feita, quando mandaram Paulette saltar, entregar a carteira, celular e deixar as chaves na ignição do carro, ele, lentamente, saltou e, sem nem se preocupar com a arma apontada para sua cabeça, golpeou o que estava armado, deixando-o quase desmaiado na calçada, pegou os outros e deu uma surra deixando-os completamente desacordados. Pegou a arma do bandido, guardou no carro e, tranquilamente, ligou para a polícia, que com minutos estava presente para levar os idiotas que não esperavam esse tipo de reação.

Os policiais gargalharam, foi todo mundo para a delegacia e, com um largo sorriso no rosto, o delegado parabenizou a façanha do nosso travesti diferente.

Ao se despedir, Paulette disse que ouviu um policial dizer para o outro: “Muitas vezes mermão, para ser gay precisa ser muito homem!’

*Escritor-Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com


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