Antonio
Nunes de Souza*
Estamos
acostumados a ver coisas do arco da velha e também do arco da nova que,
curiosamente, nos deixam estarrecidos e sem saber se estamos mesmo vendo os
fatos, são ilusões que aparecem em nossas cansadas mentes, pelas agonias dos
intranquilos dias atuais, ou são verdades “verdadeiras” que, eventualmente
acontecem!
No
caso estou referindo-me a Paulo Aragão Oliveira que, nas suas atividades de “traveco”,
era denominado de Paulette Bizoni. Cabelereiro de profissão, um mágico na
tesoura. E, para suas paradas nas ruas, era também um exímio no jogo de navalha
amarrada com elástico, indo diretamente nos pescoços dos seus contendores que,
ousadamente o provocasse, sem saber o perigo que estavam passando, ou correndo.
Além das habilidades com seus instrumentos de trabalho, era faixa preta de judô
e karatê.
Com
esses atributos, percebe-se claramente tratar-se de um homem(?) preparado para
qualquer eventualidade, pincipalmente os vergonhosos ataques de “monstrinhos
machistas” que condenam e batem, as vezes levando a óbito, homossexuais
inocentes, sem nenhuma razão aparente. Atitude que já foi comprovada como um
ato de prazer e diversão, literalmente, criminoso!
Pois,
não é que Paulette, vindo numa noite de um evento, quando parou o carro na
frente da garagem do edifício onde morava, apareceram três bandidos, ou vândalos
especialistas nessa podre façanha, de além de roubar, surrar os pobres e inofensivos
homossexuais.
Mas,
desta feita, quando mandaram Paulette saltar, entregar a carteira, celular e
deixar as chaves na ignição do carro, ele, lentamente, saltou e, sem nem se
preocupar com a arma apontada para sua cabeça, golpeou o que estava armado,
deixando-o quase desmaiado na calçada, pegou os outros e deu uma surra
deixando-os completamente desacordados. Pegou a arma do bandido, guardou no
carro e, tranquilamente, ligou para a polícia, que com minutos estava presente
para levar os idiotas que não esperavam esse tipo de reação.
Os
policiais gargalharam, foi todo mundo para a delegacia e, com um largo sorriso
no rosto, o delegado parabenizou a façanha do nosso travesti diferente.
Ao
se despedir, Paulette disse que ouviu um policial dizer para o outro: “Muitas
vezes mermão, para ser gay precisa ser muito homem!’
*Escritor-Membro
da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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