Antonio
Nunes de Souza*
Era
quase impossível ter uma visão da rua, pois, o torrencial aguaceiro caía com
turbulência que, com a ventania existente, mais parecia uma tempestade que um
dia de chuva!
Essa
era a imagem e situação que todos, ou os poucos corajosos, estavam enfrentando
naquele momento, onde a inesperada chuva sentia-se rainha, comandando e
mandando milhões de litros de água, que em função dos bueiros sempre entupidos
de poeiras e lixos, faziam com que o acúmulo de poças fossem se avolumando,
fazendo o desgastado asfalto se transformar em uma bela corrente de água
enlameada!
Infelizmente,
vindo do trabalho, caminhando para o ponto de ónibus, tive que enfrentar e
sofrer, sem muita alternativa, se voltava, ou continuava. Mas, com a água na
altura da canela, acima do meio fio, que poderia eu fazer?
A
rua começou a ficar deserta, pessoas correndo para todos os lados e, quando dei
por mim, estava encostada em uma porta de uma loja já fechada, completamente
molhada e, logicamente, com medo e assombrada por sentir-me completamente
solitária! Juro que comecei a rezar, pedindo a Deus uma salvação e, como se ele
estivesse ouvindo minha solicitação, pára um carro em minha frente, e o
motorista abre a porta me chama com certa insistência: Venha minha filha!
Depressa saía daí!
Claro
que não precisou falar duas vezes. E eu também nem me preocupei se a pessoa era
ou não digna de se confiar. Apenas, em segundos pensei: Perigo por perigo, que
seja pelo menos com proteção de não me afogar, sendo arrastada para um grande
bueiro!
Totalmente
encharcada, somente senti ele me tirar a blusa, colocar seu paletó por cima de
mim que de tão quentinha, nem me incomodei de ter me desnudado bruscamente. Vi
em seus olhos a maneira gentil que estava procedendo, pensando apenas em me
proteger!
-Vou
encostar o carro num lugar mais alto e seguro e vamos aguardar que melhore para
seguirmos!
-Tudo
bem, e muito obrigado por ter me tirado daquela situação vexatória e perigosa!
Começamos
a conversar sobre nós, ele era advogado e eu secretária executiva na diretoria
de uma grande empresa. O fato é que, conversa vai, conversa vem, terminamos
transando dentro do carro, pois senti que ele era uma pessoa confiável e bonita
((vi no seu dedo uma aliança de casamento) e eu tinha a minha de noivado. Mas,
a circunstância não dava para eu deixar de pagar aquele bendito socorro com
afagos e carícias. Não posso negar que suas penetrações, na frente e atrás não
foram boas. Me fez gozar várias vezes. Mas em compensação, fiz-lhe um boquete
com tanta volúpia, deixando ele completamente louco nos estertores orgásmicos.
Senti-me competente e uma grande agradecida.
Terminamos
tudo sem falar ou fazer comentários, a chuva amenizou, os ónibus voltaram a
aparecer e eu, apenas abri a porta, agradeci mais uma vez, dei boa noite,
fechei a porta do carro e fui seguir o meu destino.
O
fato é que, depois da tempestade... veio a bonança. Foi um momento
inesquecível, porém nem fiquei sabendo o seu nome e nunca mais nos encontramos.
Mas, todas as vezes que chove bastante, nunca deixo de me lembrar daquele
momento inesperado e maravilhoso!
*Escritor-Membro
da Academia Grapiúna de
Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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