Antonio
Nunes de Souza*
Cidade
pequena do interior, todos sabiam que Sheila, mulher do dono da loja Sheila
Modas, a melhor do local, era amante do advogado Jorge Silveira, homem
inteligente, qualificado na sua profissão, considerado o mais astuto e
competente nas suas defesas ou acusações, dependendo de qual lado o contratasse!
Logicamente,
todos sabiam dessa aventura amorosa de Sheila com Jorge, somente sendo o
desconhecedor o pobre do Luiz Alberto que, cuidando do seu magazine, cotidianamente,
nunca percebera essa astuta malandragem da sua mulher e do seu amigo o adv.
Jorge. Como os fuxiqueiros de plantão não queriam se envolver na história, a
coisa ia passando que, curiosamente, já era considerado um comportamento
normal.
Como
tudo de errado que fazemos tem os dias contados, para comemorar os dez anos de
casados Luiz Alberto resolveu fazer uma festa em sua residência, com muitas
bebidas e comidas, completando com um conjunto ao vivo para que houvesse danças
e alegrias. A noite, os convidados começaram a chegar, além de toda sociedade,
ainda tinha alguns convidados funcionários da loja e seus familiares.
Um
buffet vasto a disposição, além de garçons para acompanhar toda movimentação e
servir as mesas das autoridades. Todos comendo, bebendo e, logo em seguida, o
conjunto começou a tocar, o casal dançou uma valsa e, assim que terminou, a
música popular tomou conta do salão. Os casais se movimentaram e Andrezinho,
dono da loja de computação, que já tinha tomado uns bons goles, na animação do
álcool, foi tirar Sheila para dançar. Ela sorridente e feliz, aceitou e foram
os dois para o salão. Porém, chegando no meio, aproveitando-se da multidão, ele
começou a beijar o pescoço de Sheila e meter a língua em seus ouvidos. Ela fez
força para se soltar, mas, bêbado como ele estava, ficou agarrando-a pela
cintura e, na maior loucura, querendo beijar-lhe a boca. Nesse vexame incrível
foi aberta uma roda no salão e Luiz Alberto vendo a movimentação, apenas falou
para André: O que é isso meu amigo, você está tonto vá se sentar. Mas,
Andrezinho no furor do desejo já excitado, continuou segurando Sheila cada vez
mais.
Então
foi aí que aconteceu a desgraça! Jorge, ferozmente, levantou-se e, abotoando
Andrezinho pelo colarinho do paletó, gritou bem alto: Respeite minha mulher,
seu filho da puta! E, ao mesmo tempo, meteu a mão na cara do pobre tarado, que
soltou imediatamente a sua presa. Jorge chamou os empregados e amigos e
colocaram o Andrezinho para fora aos tapas e ponta pés.
Curioso
é que a festa continuou, Luiz Alberto nada falou sobre a atitude de Jorge e,
com isso, todos perceberam que já era de conhecimento a traição da sua mulher e
que ele segurava a barra em função do amor que sentia por ela.
Jorge
foi bastante cumprimentado, por ter defendido a honra da sua amante e, sem
nenhuma cerimônia passou o resto da festa dançando com sua querida e bonita
Sheila!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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