domingo, 22 de janeiro de 2017

Andrezinho ataca outra vez!

Antonio Nunes de Souza*

Ninguém pode negar que em toda família não tenha um personagem estranha e com comportamentos fora do comum. Na minha eu tenho meu primo/irmão Andrezinho que, bastante inteligente, um mago em informática, mas, infelizmente, gosta de se meter em grandes aventuras e invenções. Para tanto, associou-se ao também competente Teodoro, criaram a empresa ANDRENET, cujo o diretor geral é o valoroso Gilberto!

Como ele sempre fica na espreita a espera de oportunidade onde possa ganhar fortunas, desta feita, com essa chegada de ataques da febre amarela, na sua mente surgiu uma ideia fenomenal e inovadora, de além de curar a febre ainda mudar características de uma etnia, colocando-os fazendo frente a outras raças humanas!

Compraram um grande container e começaram a construir uma grande impressora, com dois grades motores da Consul e da Brastemp com temperaturas graduadas através de chips especiais, cartuchos gigantes de tintas, condicionados para uma coloração desejada na experiência, duas entradas de um metro por dois de altura. E, como a possibilidade de ficarem milionário na China era bem maiores que no Brasil, colocaram a sua máquina diabólica em um navio e seguiram para a terra do oriente.
Lá chegando, procurou o embaixador brasileiro, deu algumas explicações sobre o invento, mostrou os testes que foram feitos com Nilsinho, Luiz Franco, Alexandre e Paulinho e, gentilmente, o embaixador os levou a presença do Imperador, deu boas referências, sendo tudo acatado pelo chefão chinês, marcando para no dia seguinte fosse colocada a poderosa máquina na praça, ele reuniria a pequena quantidade para teste de 500 mil chineses, e caso os resultados fossem bons, logicamente, rolariam milhões de dólares.

Para que vocês tenham uma ideia, o resultado seria o seguinte: Formadas duas filas indianas, os chineses iam entrando e, na passagem central seriam pintados de morenos claros e os motores de refrigeração, completamente regulados iam dando resfriamento corporal na temperatura normal do corpo humano, saindo todos do outro lado morenos e sem a febre. Quando Andrezinho falou isso, traduzido por chinesinho de 12 anos que falava português fluentemente, uma salva de pasmas estrondou na praça e todos com as mãos levantadas gritavam: “Lig lig lé! (tradução: viva André) e, para não haver ciumada eles também gritavam: Lig lig lóro! (viva Teodoro)!

Com um sinal da sacada Andrezinho ordenou a Gilberto, que estava ao lado máquina operando-a e, sem delongas os chineses começaram a atravessa o container impressora gigante. Como era uma operação rápida, começaram a sair do outro lado chineses bonitos e morenos, até nas palmas das mãos, como na sola dos pés. Os gritos de vivas, aplausos, danças do dragão, tambores, etc., faziam um barulheira infernal na praça, até que caiu um chuva e, imediatamente os chineses pintados começaram a desbotar, pois Gilberto, erroneamente, comprou os cartuxos de tinta que não eram a prova d’água por ser mais baratos. Com a decepção, saiu aquela tormenta de chineses atrás dos impostores Andrezinho e sua equipe. Ele montou na garupa da moto de Teodoro, que saiu feito um louco só parando em Shangai. Já o pobre do Gilberto, que só apareceu na manhã seguinte, cheio de hematomas, cabeças raspada e ainda arrancaram três dentes da frente deixando ele banguelo!

Voltaram frustrados para o Brasil, mas, prometendo que comprariam toners laser de qualidade e, com certeza, voltariam a apresentar o projeto, inclusive com tinta branca, para conquistar, deixando todos branquinhos, o mercado negro da África!

Tenho certeza que meu querido primo/irmão Andrezinho, ainda vai acertar em um dos seus fantásticos inventos. Será um orgulho para o povo brasileiro!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras –AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com




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