Antonio
Nunes de Souza*
Ninguém
pode negar que em toda família não tenha um personagem estranha e com
comportamentos fora do comum. Na minha eu tenho meu primo/irmão Andrezinho que,
bastante inteligente, um mago em informática, mas, infelizmente, gosta de se
meter em grandes aventuras e invenções. Para tanto, associou-se ao também
competente Teodoro, criaram a empresa ANDRENET, cujo o diretor geral é o
valoroso Gilberto!
Como
ele sempre fica na espreita a espera de oportunidade onde possa ganhar
fortunas, desta feita, com essa chegada de ataques da febre amarela, na sua
mente surgiu uma ideia fenomenal e inovadora, de além de curar a febre ainda
mudar características de uma etnia, colocando-os fazendo frente a outras raças
humanas!
Compraram
um grande container e começaram a construir uma grande impressora, com dois
grades motores da Consul e da Brastemp com temperaturas graduadas através de
chips especiais, cartuchos gigantes de tintas, condicionados para uma coloração
desejada na experiência, duas entradas de um metro por dois de altura. E, como
a possibilidade de ficarem milionário na China era bem maiores que no Brasil,
colocaram a sua máquina diabólica em um navio e seguiram para a terra do
oriente.
Lá
chegando, procurou o embaixador brasileiro, deu algumas explicações sobre o
invento, mostrou os testes que foram feitos com Nilsinho, Luiz Franco,
Alexandre e Paulinho e, gentilmente, o embaixador os levou a presença do
Imperador, deu boas referências, sendo tudo acatado pelo chefão chinês,
marcando para no dia seguinte fosse colocada a poderosa máquina na praça, ele
reuniria a pequena quantidade para teste de 500 mil chineses, e caso os
resultados fossem bons, logicamente, rolariam milhões de dólares.
Para
que vocês tenham uma ideia, o resultado seria o seguinte: Formadas duas filas
indianas, os chineses iam entrando e, na passagem central seriam pintados de
morenos claros e os motores de refrigeração, completamente regulados iam dando
resfriamento corporal na temperatura normal do corpo humano, saindo todos do
outro lado morenos e sem a febre. Quando Andrezinho falou isso, traduzido por
chinesinho de 12 anos que falava português fluentemente, uma salva de pasmas
estrondou na praça e todos com as mãos levantadas gritavam: “Lig lig lé!
(tradução: viva André) e, para não haver ciumada eles também gritavam: Lig lig
lóro! (viva Teodoro)!
Com
um sinal da sacada Andrezinho ordenou a Gilberto, que estava ao lado máquina
operando-a e, sem delongas os chineses começaram a atravessa o container
impressora gigante. Como era uma operação rápida, começaram a sair do outro
lado chineses bonitos e morenos, até nas palmas das mãos, como na sola dos pés.
Os gritos de vivas, aplausos, danças do dragão, tambores, etc., faziam um
barulheira infernal na praça, até que caiu um chuva e, imediatamente os
chineses pintados começaram a desbotar, pois Gilberto, erroneamente, comprou os
cartuxos de tinta que não eram a prova d’água por ser mais baratos. Com a
decepção, saiu aquela tormenta de chineses atrás dos impostores Andrezinho e
sua equipe. Ele montou na garupa da moto de Teodoro, que saiu feito um louco só
parando em Shangai. Já o pobre do Gilberto, que só apareceu na manhã seguinte,
cheio de hematomas, cabeças raspada e ainda arrancaram três dentes da frente
deixando ele banguelo!
Voltaram
frustrados para o Brasil, mas, prometendo que comprariam toners laser de
qualidade e, com certeza, voltariam a apresentar o projeto, inclusive com tinta
branca, para conquistar, deixando todos branquinhos, o mercado negro da África!
Tenho
certeza que meu querido primo/irmão Andrezinho, ainda vai acertar em um dos
seus fantásticos inventos. Será um orgulho para o povo brasileiro!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras –AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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