domingo, 3 de janeiro de 2016

Uma francesa em Salvador!

Antonio Nunes de Souza*

Tenho orgulho de ser criador das minhas crônicas, usando de imaginação, humor e facilidade para inventar “estórias”, viáveis e não viáveis, mas, que tenham duas vertentes: Um pouco de diversão e uma mensagem embutida nas entrelinhas. Graças a Deus, algumas vezes consigo!
Porém, em algumas ocasiões (como esta), vem uma lembranças de fatos inusitados e esquisitos que participamos e testemunhamos com hilaridade que, vale a pena contar para os leitores como, inadvertidamente, alguém se mete em uma aventura perigosa e, com a proteção divina, escapa ilesa e relativamente, contente!
Tive a felicidade e o privilégio de passar 35 anos da minha vida, indo para Salvador uma semana antes do carnaval e retornar uma semana após, pois, na semana seguinte aos festejos, sempre alugava uma boa escuna, enchia de amigos e íamos passear nas paradisíacas ilhas da costa baiana, indo sempre comer uma moqueca de peixe com molho de camarão na maravilhosa ilha de Maré!
Sempre acompanhado da minha mulher e mais alguns amigos e casais qualificados, inteligentes e de bom gosto. Nesse particular, sempre fui exigente em escolher companhias agradáveis. E, num desses carnavais, tive a oportunidade de conhecer uma mulher francesa, bonita, sorridente, simpática, tipo mignon, porém, super alegre, sendo a sua primeira vez que estava vindo ao Brasil, vindo de Paris direto para Salvador, ficando hospedada com um dos meus amigos que, amigo do seu ex marido, o cantor Ray Charles, a tinha apresentado em Nova Yorque. Ela tinha até um filho com o cantor que hoje deve ser um adulto, mas, não veio nessa viagem.
Não precisa dizer que ela ficou enlouquecida com a cidade, a festa, as intimidades imediatas dos baianos (com beijos e braços, etc.), convites para sair, danças, conhecer as famílias, enfim um tratamento bastante longe dos padrões europeus e americanos do norte. Nunca tinha visto tantas liberdades e libertinagens pelos lugares que havia passado no mundo! Repetia sempre em francês: “Aqui é o paraíso!”
Aconteceu que uma das noite, estamos todos na Praça Castro Alves, que era nosso reduto, e ela desejou voltar para casa as três da madrugada e, como ninguém queria voltar, ela foi a procura de um taxi. No caminho, passou um carro com três homens que parou e lhe ofereceu carona. E ela pensando na bondade e solidariedade dos brasileiros e baianos, entrou e seguiu a vigam com eles. A casa que ela estava hospedada era no Rio Vermelho, mas os caras levaram ela para a Pituba, foram para praia e fizeram as maiores sacanagens, transando em várias posições os três ou dois ao mesmo tempo, sexo oral, anal e todas as maneiras possíveis e, curiosamente, ela amando tudo isso achando que fazia parte dos festejos, ter também relações com liberdades totais. Somente depois que eles lhe largaram na praia é que ela foi perceber que tinha sido sequestrada e usada sexualmente. Foi para a pista, esperou passar um taxi, foi para casa e na manhã seguinte nos contou essa aventura rindo bastante pelo perigo que passou, mas, disse com alegria: “Apesar de tudo, foi uma delícia. Gozei várias vezes!”
Nunca mais vi essa francesa, porém, jamais esqueci essa louca aventura! Observo que ela não falava uma palavra em português!
*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com

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