sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

O que dizemos maquinalmente!

Antonio Nunes de Souza*

Pela divisão de tempo através de datas e períodos (segundos, minutos, horas, dias, meses, anos e séculos), nós, modestos e obedientes humanos, já nos acostumamos a seguir essa regra estipulada que, fugir desse óbvio, nos tornam até pessoas erradas e esquisitas por nos deixar levar por novos ditames mais pertinentes e menos floreados!
Nas mudanças ou passagens de anos, tendemos sempre para os desejos comuns de melhoras, mais brilhos, êxitos, vitórias e as outras coisas básicas, necessárias, ou até de ampliação de riquezas e status! Tudo isso faz parte efetiva e bondosa no linguajar corriqueiro do fim e princípio dos anos! Tornou-se normalíssimo e comum, recebermos e passarmos tais palavreados, com naturalidade, sem atinar que estamos, simplesmente, repetitivos e que, se nós todos não nos modificarmos nos nossos comportamentos, nada de novo acontecerá e, possivelmente, baseando-se na lógica e exemplos passados, cada ano sempre terá características adversas e cheias de frustrações em todas as vertentes, quer sejam privadas, públicas e, principalmente, política!
Enquanto a conscientização estiver calcada somente em seu bem estar, não considerando que vivemos em comunidade e os direitos devem ser iguais, assim como as oportunidades, teremos uma desigualdade grotesca que, fatalmente, serão criados tumultos por insatisfações e desgostos pelas indiferenças e descriminações, que descambará para uma guerra social, onde todos sempre serão prejudicados, todos apontando culpados, quando na verdade os culpados são todos!
Pra mim, que olho com frieza essas coisas, tanto faz ser dia de ano novo, como 2 de novembro dia de finados, simplesmente digo que vamos vivenciar mais um dia de enfrentamentos problemáticos, aborrecimentos pelos atendimentos e assistências públicas e privadas insatisfatórias e, como se tornou obvio, reclamar dos mesmos e novos culpados, sem ter a preocupação de olhar para dentro de mim e, corajosamente, dizer: “Toda essa merda eu ajudei a causar!” E, mais corajosamente, modificar e aconselhar nossos parentes e amigos, para que façam o mesmo pelo bem de todos! Modestamente, aproveito minhas crônicas, para levar um pouco dessa minha inquietude e sentimento de alguma culpa que cometi por ser também humano, e me ensinaram de uma forma que jamais funcionou!
Não consigo entender essa “cultuação” tão fantástica a figura de Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, o esquecimento completo das suas palavras e conselhos filosóficos! Talvez essa grave falta seja o maior pecado dos homens perante Deus!
Não repitam maquinalmente as expressões: Deus me livre! – Graças a Deus! – Deus é mais! – O Senhor é meu pastor nada me faltará – E muitas outras que são chavões corriqueiros entre os religiosos ou não. Procurem, acima de tudo, serem mais solidários que Deus está lhe vendo e acompanhando seus passos!
*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com

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