Antonio
Nunes de Souza*
Eu,
na minha maneira de criação de textos, dificilmente apelo para coisas
nostálgicas, lembranças comerciais, afetivas, experiências em vários assuntos,
ou práticas profissionais. Prefiro sempre inventar minhas loucas e benditas
aventuras, por mais que pareçam exageradas, mas, com o passar de um pequeno
espaço de tempo, ou o leitor colocar sua memória para funcionar, vai ver que,
se não for igual por coincidência, combinam em muitos pontos!
No
caso de hoje, atacado por uma saudade descomunal das deliciosas iguarias do meu
recôncavo baiano, deu-me uma vontade enorme de saborear, acompanhado de uma
cerveja geladinha, tipo “cu de foca”, um farto prato de “maniçoba”. Não nego
que estou escrevendo com água na boca, visto que, essa deliciosa comida,
deveríamos comer ajoelhados rezando para Nossa Senhora da Purificação! Sem sombra
de dúvidas é uma verdadeira dádiva que herdamos dos nossos queridos e valentes
negros que construíram esse maravilhoso país!
Se
a nossa sociedade fosse mais humana e menos egoísta, teria um respeito maior a
etnia negra, trazida com ferros e chicotes, provando que são inteligentes,
guerreiros, inventivos e trabalhadores. E, com suas astúcias e criatividades,
nos deixaram uma cozinha baiana, que hoje é admirada em todo mundo. Somos
privilegiados, mas, não temos a humildade dos reconhecimentos!
Infelizmente,
não poderei saciar a minha vontade e desejo, já que aqui na região que moro,
essa delícia de prato é totalmente desconhecida. Porém, no início do ano,
estarei em Santo Amaro, me sentarei no Bar/restaurante de meu amigo Djalma de
Rosendo (Chapéu de Palha) e, com orgulho e compenetração, pedirei bem alto ao
garçom: “me mande aí uma maniçoba e uma cervejinha bem gelada”!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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