quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Saudosismo eventual!

Antonio Nunes de Souza*

Eu, na minha maneira de criação de textos, dificilmente apelo para coisas nostálgicas, lembranças comerciais, afetivas, experiências em vários assuntos, ou práticas profissionais. Prefiro sempre inventar minhas loucas e benditas aventuras, por mais que pareçam exageradas, mas, com o passar de um pequeno espaço de tempo, ou o leitor colocar sua memória para funcionar, vai ver que, se não for igual por coincidência, combinam em muitos pontos!

No caso de hoje, atacado por uma saudade descomunal das deliciosas iguarias do meu recôncavo baiano, deu-me uma vontade enorme de saborear, acompanhado de uma cerveja geladinha, tipo “cu de foca”, um farto prato de “maniçoba”. Não nego que estou escrevendo com água na boca, visto que, essa deliciosa comida, deveríamos comer ajoelhados rezando para Nossa Senhora da Purificação! Sem sombra de dúvidas é uma verdadeira dádiva que herdamos dos nossos queridos e valentes negros que construíram esse maravilhoso país!

Se a nossa sociedade fosse mais humana e menos egoísta, teria um respeito maior a etnia negra, trazida com ferros e chicotes, provando que são inteligentes, guerreiros, inventivos e trabalhadores. E, com suas astúcias e criatividades, nos deixaram uma cozinha baiana, que hoje é admirada em todo mundo. Somos privilegiados, mas, não temos a humildade dos reconhecimentos!

Infelizmente, não poderei saciar a minha vontade e desejo, já que aqui na região que moro, essa delícia de prato é totalmente desconhecida. Porém, no início do ano, estarei em Santo Amaro, me sentarei no Bar/restaurante de meu amigo Djalma de Rosendo (Chapéu de Palha) e, com orgulho e compenetração, pedirei bem alto ao garçom: “me mande aí uma maniçoba e uma cervejinha bem gelada”!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com

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