domingo, 2 de outubro de 2016

Desastre fatal!

Antonio Nunes de Souza*

Sou, talvez, um exemplo de jovem com os méritos mais admirados e respeitados por todos. Não bebo, não fumo, trato-me bem nos exercícios, aparência acima do normal, visto-me dentro da moda, enfim, um cara que toda mulher que não gosta de cafajestes, deseja!

Então, com essas características, chovia mulheres e ainda chove na minha “horta”, não faltando verduras para eu comer e me lambuzar! Isso me fazia feliz, sem ter queixa da vida em nenhuma hipótese, pois, além de tudo, já com 33 anos, tinha dois como funcionário federal concursado, ganhando uma grana respeitável. Se não me engano, sou o exemplo digno para servir de parâmetro com a rapaziada atual, que só querem “sacanagens” e programas que não levam a porra nenhuma!
Como acontece com todo mundo, sempre tem uma mulher que desejamos e, infelizmente, ela não nos dá bola, nem percebendo, ou fazendo que não percebe, passando apenas, dando um modesto cumprimento quando nos batemos no elevador!
Como Deus é o dom da bondade, um dia Stefanny me deu um “mole” e conversamos sobre uma pizzaria nova que tinha aberto uma franquia na Pituba e, se eu desejasse, poderíamos ir conhecer. Porra cara, foi como se eu tivesse acertado na mega sena sexual, sem nem ter comprado o bilhete. Aceitei na hora e combinamos para a noite seguinte eu pegá-la no terceiro andar, já que eu morava no sexto.

No dia seguinte, dia de Cosme e Damião, comi um caruru muito do gostoso no almoço, rezando para que já chegasse a noite, pois, desta feita, traçaria bonitinho a gostosa da Stefanny. Rapaz, não é que minha barriga começou a dar aqueles roncos no fim da tarde, comecei a dar uns puns fedidos e, indo ao sanitário, me veio uma daquelas caganeiras desastradas e fedorentas. Parecia um esguicho de merda salpicando todo o vaso sanitário! Tudo isso fora a dor aguda no intestino. Eu suava pra cacête, ao tempo em que pensava na minha programação noturna com a mulher que sempre desejei.

Tomei um bom banho, peguei no criado mudo um remédio recomendado para esses casos e fui me vestir. Aí mermão, já pronto, voltou a vontade de ir ao vaso. Rapidamente tirei a roupa e, automaticamente, o esguicho de fezes amareladas voou outra vez, que a latrina ficou parecendo uma árvore de natal de cocô!
Tomei um novo banho, perder a chance que Stefanny havia me dado, nem pensar. Imaginei que depois dessa terceira cagada, as coisas estivessem amenas e eu poderia, com cautela, enfrentar minha sonhada aventura. Foi o que fiz!

Na hora marcada, estava eu na porta do AP de minha desejada gata. Com o maior sorriso aberto na cara e o cu fechadíssimo na bunda!
Comemos a pizza, tomamos um vinho de boa safra, recomendado pelo maitre, paguei a conta e nos dirigimos pra o carro. E foi aí que começou o “desastre fatal”. Fui dar um peidinho daqueles silenciosos e com cautela e, imediatamente, senti escorrer uma calda quente em minha bunda e nas pernas. Literalmente, me caguei todo! Fedia tanto que imaginei estar vendo uma revoada de urubus voando em volta de mim, procurando a carniça! Eu, abobalhado e envergonhado, somente via Stefanne dando gargalhadas, com as mãos tapando o nariz e, logicamente, se afastando pra não se sujar.

Não tive outra alternativa a não ser de pedir que ela tomasse um taxi para voltar, pedindo-lhe mil desculpas pelo acidente ocorrido inesperadamente. Ela afastou-se sem dar uma palavra, também sem controlar as gargalhadas!
Fui para casa puto da vida e acreditem vocês, nunca mais Stefanne me dirigiu a palavra e, quando nos encontramos no elevador, eu fico suando e nervoso e ela vira a cara morrendo de sorrir!

Aconselho a vocês que, na véspera de um bom encontro, tenham cuidado com o que comem, pois, seus programas podem dar em merda!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com

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