Antonio Nunes de Souza*
Nada é tão tudo como o desespero,
Nada é tão tudo como o medo,
De morrer, de perder, de não ser, do
nada.
Precisa-se não ser nada para se ter
medo de tudo.
Eu sou. Eu tenho.
Retrato fiel da desesperança estampada,
De nada adianta fazer nada quando nada
se tem,
Nos bolsos, na cabeça, no coração ou
nas mãos.
Se é que a vida em si nada vale,
Só estar vivo vale tudo, tudo, tudo.
Só a mediocridade viva acha que a vida
nada vale.
Eu sou. Eu acho.
Desânimo, tristeza, solidão, cansaço,
Itens formadores da doença e falta de
crença.
Precisava que alguém tivesse todos eles
dentro de si,
Para sentir-se totalmente derrotado.
Eu tenho. Eu sou.
*Escritor – Membro da Academia Grapiúna
de Letras de Itabuna – antoniodagral26@hotmail.com
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