Antonio Nunes de Souza*
Esse sentimento vazio, que deixa milhões de pessoas completamente desnorteadas, infelizmente, faz parte ativa da vida moderna e atual, devido uma série de motivos e, algumas vezes, ou até muitas vezes, provocada exclusivamente pelo próprio indivíduo!
Uma das mais atingidas e a solidão familiar, quando a pessoa por se achar auto suficiente, não permite que os que lhe cercam penetrem em sua vida, se trancam de tal forma que, inevitavelmente, termina se isolando, mesmo dentro do ambiente e, quando percebe, está vivendo em plena solidão!
Existem, principalmente entre os menos favorecidos, os que migram para cidades grandes em busca de trabalho ou estudo, para melhorar a vida financeiramente, que por estarem distantes de seus queridos familiares, sofrem penosamente uma brutal solidão, afetando profundamente nos seus comportamentos. Esses se sentem mais felizes quando estão no trabalho, em função das companhias dos colegas. Mas, chegando em casa, a solidão bate forte e ele se aconchega na companhia da televisão!
Essa sensação também é comum na classe média, média alta e rica, pois, curiosamente, os da média se voltam furiosamente no trabalho para alcançar a média alta, a média alta luta bravamente para chegar a rica, e a rica batalha fortemente para alcançar a milionária. E assim sendo, com essas suas preocupações e ambições, deixam as famílias em segundo ou terceiro plano, terminando solitários dentro do lar, já que ninguém conta com eles para desfrutar de lazeres!
Existe a solidão que atua fortemente nas pessoas que não são alegres, divertidas, inteligentes, ou caretas demais que, acintosamente, todos as desprezam, não convidam para nada, tendo como consequência desse desprezo, uma tristonha solidão!
A minha experiência com esse sentimento, praticamente foi zero, pois, desde menino que sou divertido, bonachão, alegre, gozador, inteligente, boa cultura (sempre adorei ler) e ainda era um rapaz bonito, forte e elegante e, com esses predicados, era convidado para tudo, quando chegava era logo cercado por amigos e amigas, sempre tido como um dos focos de atenções nos eventos festivos e culturais. Com essa carinhosa afetividade em minha volta, tive muitos momentos deliciosos de prazer às escondidas, numa solidão a dois!
Na verdade, a existência da solidão é de uma abrangência muito grande, sendo muitas vezes psíquica, quando você se sente sozinho estando no meio da multidão. Nas grandes cidades esse tipo é bastante comum. Torna-se difícil você enumerar com segurança todas vertentes. Citei apenas as mais comuns!
Deixei por último a solidão sentida pelas pessoas idosas, que normalmente seus filhos se casam, constituem suas famílias, vão morar em outras cidades ou estados, enviúvam ou se divorciam e, lamentavelmente, convivem com uma bruta solidão! Raros são aqueles que tiram de letra essa situação. Eu por exemplo, moro sozinho, sou divorciado, um filho mora com minha ex mulher, o outro em Nova Yorque há 17 anos. Mas, mesmo estando sozinho, nunca sinto solidão e tiro de “letra” literalmente, escrevendo muito e lendo bastante. Me divirto muito com meus amigos virtuais, alguns presenciais as vezes pintam no pedaço, tenho uma senhora que é uma cozinheira de mão cheia e que me trata com a maior dignidade e cuida do meu apartamento. E na parte sexual, eu pratico exclusivamente a transa de mágico: Acabou, jogo o pano por cima e a mulher desaparece!
Posso dizer com segurança que administro muito bem morar sozinho, sem sentir a odiosa solidão. E digo com convicção: Se você souber administrar sua vida, jamais se sentirá sozinho!
*Escritor – Historiador – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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