Antonio
Nunes de Souza*
Por
mais que queiramos ser pudicos, moralistas, religiosos radicais, ou
conservadores de hábitos e costumes, temos que reconhecer todas as fases e
mudanças com relação aos comportamentos sexuais nesses últimos cinquenta anos!
Infelizmente,
em algumas ocasiões, algumas radicais mudanças foram dadas graças aos
comportamentos sociais, necessidades financeiras, entre outras menos culpadas,
logicamente, merecem uma atenção especial, mesmo que não seja um compêndio
sobre o importante assunto, mas, simplesmente, em rápidas palavras, fale-se
sobre suas mudanças, benéficas e maléficas no decorrer desse período!
Primeiramente
devemos lembrar que o uso do sexo como transação comercial vem de longas datas,
através dos prostíbulos, criados para atender aos ricos solteiros e casados,
com a finalidade de desafogar suas necessidades e desejos. As mulheres,
normalmente, dirigidas por uma velha cafetina que, descaradamente, conseguia
fazer um bom cartel feminino, com mocinhas pobres que aliciava, ou mulheres
abandonadas pelos maridos que não tinham condições de se manterem, em função de
não terem profissões definidas. Essa fase foi dominadora por uma quase eternidade
e, ainda hoje, funciona em uma escala bem inferior e não luxuosa como outrora.
Antes o nome era suntuoso: castelo! Hoje, com menos requinte: puteiro ou
mangue!
Nos
anos sessenta, com o movimento de contracultura dos “hippies”, foi declarada a
busca do espaço feminino, liberação de hábitos e comportamentos e,
significativamente, a liberdade sexual em larga escala, mais como uma rebeldia
que uma necessidade. Muita gente curtiu e se aproveitou dessa fase que, sem dó
nem piedade, aumentou a população mundial com a chegada de milhares de
“produções independentes”!
Já
nos anos setenta, essa fase foi amainada e repensada, sentindo as mulheres que
sair “dando” somente para provar liberdade e igualdade de gênero, era uma
tolice e que, para ocupar seus verdadeiros espaços tinham que lutar, estudar e
se preparar para enfrentar as dificuldades existentes. E foi o que começaram a
fazer: Abrindo os braços e as mentes para as lutas e fechando as pernas para os
homens! O sexo sofreu a sua primeira repressão pós hippie, graças as cautelas
femininas. Não deixando de ter aquelas que transavam porque gostavam, pois
tinham os provimentos familiares!
No
início dos anos oitenta até o meado dos anos noventa, os medos, receios e
hábitos comportamentais foram abrandando e, sorrateiramente e maravilhosamente,
as mulheres começaram a despontar com suas formações acadêmicas, técnicas e
profissionais e, pelas suas independências, voltaram a ser mais bondosas,
facilitando umas carinhosas noites aos seus namorados e amantes. Sempre era um
privilégio encontrar uma namorada ou caso que fosse liberal. Também não era tão
difícil, pois o essencial era ter condições, locais e, principalmente, carro ou
lambreta, vespa ou moto, que eram as curtições de transporte da época!
No
fim dos anos noventa, com as necessidades financeiras mais acentuadas,
faculdades cobrando os olhos da cara, universidades públicas com poucas vagas e
vestibulares difíceis e competitivos, as mulheres foram começando, lentamente, a
procurar homens independentes, principalmente mais velhos, para que, em troca
de sexo e carícias, pagassem suas escolas e, na maioria das vezes, muitas
outras despesas básicas, já que os salários em seus modestos empregos, não eram
suficientes para suas manutenções! Essa parceria “sexo X comércio” prolonga-se
até os dias de hoje com a maior tranquilidade, já existindo centenas de moças
que, já formadas, casaram-se, constituíram suas famílias e apagaram
completamente o passado nada brilhante, porém, muito essencial nas épocas!
Atualmente,
já sendo o sexo encarado, praticamente, como apenas uma necessidade
fisiológica, existindo uma grande possibilidade de se viver usando-o como fonte
de renda, as mulheres passaram a ser “garotas de programa”, sem vínculos de
afetos ou moradia, cobrando cachês dos mais simples até os mais caros e
caríssimos (dependendo de corpo, beleza e charme), vivendo suas vidas luxuosas,
com apartamentos e até carros! Ainda mandam dinheiro para os pobres familiares
nas pequenas cidade, alegando que são altas secretárias executivas de empresas
multinacionais!
Essas
desinibidas, valentes e desprovidas das tolices de pecados, que não se submetem
as hipocrisias sociais, dizem e repetem o seguinte: “Lavou está novinha outra
vez. Preciso é ter cuidado com DST!”
Essa
é uma simples crônica, com uma síntese minúscula do processo e comportamento
sexual através do tempo, pois, se formos fazer um relato minucioso, num só
livro não caberia!
Continuamos
tendo o baixo meretrício, alguns altos, catálogos para escolher o tipo
desejado, telefones e internet para encontros através das redes, fora as
possibilidades nas ruas, festas, praias e eventos!
Imagino
que o tabu do sexo foi, literalmente, quebrado! Tolas são as que vivem
oprimidas e não aproveitam as oportunidades surgidas!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com