Antonio
Nunes de Souza*
Essas
perguntas vêm sendo feitas pelos jornais, rádios, televisões, blogs e nos
botequins das esquinas da vida, mas, infelizmente, nunca passam de comentários
e condenações, pobres de ações para combater essas ricas ganâncias comerciais e
financeiras de destruir os casarões representativos do início do
desenvolvimento e estruturação da nossa cidade, que, como em todos os lugares
civilizados, passam a representar o passado, lembrar os homens que ajudaram
nessas empreitadas, dando a cidade algumas construções arrojadas para a época,
quer sejam como palacetes para moradas, como também para instituições
bancárias, colégios educacionais e culturais!
Ontem,
30/12/2012, no apagar das luzes desse ano que encerra um sofrimento em diversos
aspectos, fui acordado às sete horas com uma movimentação de trator e algumas
pancadas que sacudiam a minha pobre casa (sou vizinho de parece) e, indo
verificar, estava sendo destruído, literalmente, o palacete que foi construído
pelo Cel. Ramiro Nunes de Aquino há aproximadamente 100 anos, simbolizando na
Praça Manoel Leal uma bela lembrança do início do desenvolvimento do nosso
município. Poucos meses atrás, presenciamos na mesma praça a demolição do
prédio onde funcionou a primeira agencia do Banco do Brasil, sendo usada a
mesma filosofia: Sai o prédio velho para entrar dinheiro novo!
Obviamente,
como essas atitudes não sofrem nenhuma condenação oficial, estando todas dentro
da lei em termos de consentimentos e liberações, nossas lamentações só podem
ser direcionadas as cantadas em versos e prosas “sociedades organizadas”
(Rotary, Lions, Maçonaria, CDL, Associação Comercial, Entidades Religiosas,
Academias de Letras, GAC e outras de iguais ou maiores importâncias) que, minha
sofrida e fraca memória falha no momento, mas não falha para reprimir essa
atitude nada elogiosa de omissão de providências!
Suponho
que depois do Colégio Divina Providência, o Castelinho, o desmoronamento do
casarão de Tertuliano de Pinho pelo abandono e os casos citados acima, só nos
resta aguardar outras investidas em arquiteturas representativas, provando mais
uma vez que continua a sanha de dinheiro na região, tanto pelos que aqui
chegam, como pelos filhos (?) da terra.
Inegavelmente,
está faltando cidadania, atitude, coragem e solidariedade, para que se tomem
melhores cuidados com o nosso município, não deixando como lembrança para os
nossos filhos e netos, apenas que nos orgulhamos de ser campeões em assassinatos,
dengue, corrupção, unidades hospitalares abandonadas, esgotos a céu aberto e
outros escalábros que somente nos envergonham.
Imagine
num futuro próximo que seus netos ou filhos perguntem: Por que vocês não
fizeram alguma coisa para evitar tais fatos?
Eu,
sinceramente, morreria de vergonha e, para que possa ficar tranqüilo, é que,
com orgulho, escrevo esse artigo!
*Escritor
(Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)
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