Antonio
Nunes de Souza*
Se
formos enumerar os comportamentos que temos que mudar, provavelmente, seria uma
infindável lista que, com as novas estruturações sociais e econômicas, nos
tornaram mutantes de tal forma, transformando o mundo de belo e lindo num circo
dos horrores.
Parece
um exagero absurdo essa nossa colocação, talvez porque já estamos tão
habituados aos absurdos e descalabros, que não encaramos mais determinadas
coisas como anomalias. Já fazem parte do cotidiano e dos acontecimentos normais
da vida humana, sendo aceitos e colocados em prática por todos, uma vez que
passamos a ser uma grande massa de manobra da mídia, que nos impingem hábitos,
modismos e conceitos, simplesmente, para aumentar a fome de consumo latente no
homem dito moderno e atual.
Com o
aparecimento dos criadores de modas, cada um procurou impingir modelos dos mais
sofisticados e estranhos, que muitos deles, praticamente, não correspondem às
utilidades indicadas, confortos esperados e de belezas das mais duvidosas pelas
aparências exageradamente extravagantes. Mas, mesmo com toda essa adjetivação
nada elogiosa, as pessoas caem em cima de peito aberto, somente para
demonstrarem que estão acompanhando a moda a risca! Torna-se uma loucura
inexplicável que, fatalmente, temos que atribuir à falta de cultura, educação e
orientação familiar. É cômodo para os pais deixarem as coisas correrem soltas,
conservarem a fama de liberais, somente abrindo os olhos quando já é tarde em
função de acontecimentos inesperados. Por mais que não queiramos,
cotidianamente, estamos vendo casos de muitas liberdades, terminarem em
libertinagens. Obviamente, andar com roupas minúsculas e seminuas, não só é uma
insinuação como uma grande provocação para acontecer o que todos nós gostamos
e, na maioria das situações, são esquecidos os perigos das conseqüências.
Estou
apenas focando as micro roupas que, aliados aos requebrados das atuais danças,
se você tapar os ouvidos e observar um casal dançando, vai ter a impressão que
trata-se de uma relação sexual com ainda algumas pecinhas de roupas. Não só pelas
agarrações como as caras e bocas do casal em verdadeiro transe de uma transa!
Você
certamente, se pertence ao time dos evoluídos e deslumbrantes comportamentos,
deve estar achando que sou um velho careta e obsoleto que, sem nenhuma razão,
não concorda com certas atitudes normalíssimas, mas, juro de pés juntos que não
é nada disso, apenas creio que fazer tudo isso sem que seja uma exibição
pública do “Cirque du Soleil” é muito mais gostoso, agradável e salutar!
*Escritor (Blog Vida Louca –
antoniomanteiga.blogspot.com – antonioda agral26@hotmail.com)
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