segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Como você encara isso?


                                         Antonio Nunes de Souza*

Embora nada desses relacionamentos sejam novidades para mim, já que tive o prazer de viver e conviver a fantástica revolução social na era dos “hippies”, que quebrou dezenas de tabus sociais, econômicos, sexuais e em todas outras linhas comportamentais que uma sociedade falsa e hipócrita fazia seus ditames, freando o progresso em nome de um falso pudor, agregado a interesses militares e políticos outros. Porém, mesmo para quem vem acompanhando a evolução da liberdade sexual por dezenas de anos, ainda não é fácil, para muita gente, encarar com naturalidade alguns fatos que, por uma questão de criação e religiosidade, foram sempre considerados estranhos e inconcebíveis!
O assunto que vou me ater é o casamento entre homossexuais ou simples uniões oficializadas que, nessa última década, tomou um impulso muitíssimo grande, recebendo apoios em praticamente todos os países do mundo, não só perante a sociedade, como também nos ditames das leis, oficializando um comportamento que cada dia amplia a quantidade de adesões, tornando-se impossível de ser combatido ou condenado de alguma forma. Trata-se de dar liberdade de comportamento para todas as pessoas, com igualdade de direitos, que cada um responda pelas suas escolhas e seus atos, desde que respeite os direitos alheios, para que também sejam respeitados. Jamais encararei tais pessoas como seres diferentes ou doentes. São pessoas normalíssimas que, sem nenhuma cerimônia ou medo, escolhe seu parceiro ou parceira, independente de sexo, cor, credo e classe social. O importante é a identificação, reação de pele, clima e desejo. O resto é apenas a complementação de uma união sadia que deve ser respeitada dignamente.
Resolvi escrever sobre esse assunto, que já ressaltei em outras ocasiões, em função dos noventa casamentos que foram realizados esse fim de semana no Rio de Janeiro, com grandes festividades, alegrias e esperanças de uniões duradouras. Por mais que encare o acontecimento com seriedade, não posso deixar de imaginar as grandes e melosas lutas de “espadas”, como também as divertidas, amorosas e dengosas brigas de aranhas na noite nupcial!
Parabéns para todos os nubentes, que sejam felizes por tempos indeterminados e que suas conquistas não parem por aí. Estejam sempre avançando até que todos possam encarar com a maior naturalidade!
Espero que Deus me dê mais algum tempo para que, com a evolução do tempo cientificamente, eu possa ver nos consultórios dos ginecologistas, homens grávidos e orgulhosos das suas barriguinhas, como também, mulheres sorrindo e felizes nos berçários, distribuindo charutos para as visitas!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com  -  antoniodaagra26@hotmail.com)

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