terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A doença da moda!


                                 Antonio Nunes d Souza*

Começo minha crônica esclarecendo que não estou falando com bases científicas, não pretendo ser visto como dono de verdades, nem tão pouco mais um dos criadores de pânicos e apavoramentos, apontando e fazendo colocações para justificar uma série de atitudes, reconhecidas e rotuladas como doença e debilitação!
Estou referindo-me a tão temida e discutida em todos os ambientes, oficializada como “depressão psíquica”. Que, normalmente, é oficializada não só pelos parentes, como também os médicos consultados que, baseando-se nas declarações dos comportamentos dos indivíduos, chegam à conclusão nada agradável, que seus clientes estão sofrendo de uma “deprê” aguda.
Dezenas de anos atrás, provavelmente esse comportamental poderia ser visto e encarado como realmente fatos estranhos, pois, tínhamos uma vida tranquila  um crime mesmo em uma grande cidade era assunto para semanas de comentários, assaltos a bancos era impossível acontecer a não ser nos filmes americanos, quando se sabia que havia uma pessoa na cidade que fumava maconha era o maior reboliço e cochicho em todos os lares. Troca de tiros entre a polícia e marginais nas principais ruas das cidades e, em pleno dia, isso era completamente inconcebível e quem falasse tal coisa era considerado louco exagerado. Então, com essa tranqüilidade e normalidade de vida, aqueles que se retraiam em suas residências, cercando-se de medos e pânicos, trancando-se em suas redomas invisíveis, fugindo do convívio social e, em alguns casos, procurando o suicídio como uma maneira de livrar-se dessas ocorrências, demonstrando incapacidade psíquica para enfrentar situações complicadas e inerentes do progresso (?) e ampliação dos novos hábitos e costumes nada enriquecedores para as comunidades, poderiam até serem tratados como, realmente, depressivos ou personalidades fracas para enfrentar fatos novos e complicados.
Entretanto, como já esclareci em outras ocasiões, com as barbaridades que acontecem diariamente e durante todo o dia, não podemos em nenhuma hipótese, classificar alguém que se retrai e afasta-se do convívio social, procura refúgio em seus lares, diversão em seus computadores, restringe as amizades e apega-se a alguma religiosidade, como depressivos dignos de pena e tratamentos. Pois, se formos analisar aqueles que circulam livremente, enfrentando todos esses perigos e riscos com naturalidade, como verdadeiros loucos, varridos que não amam suas vidas e acham lindo viverem perigosamente.
Eu faço parte do grupo dos coerentes, bom senso, previdentes e cautelosos, mas, não admito que seja cadastrado como depressivo. Vivo baseando-me num adágio que meu sábio avô sempre repetia para me alertar: “Meu netinho, nunca se esqueça que, quem tem c... tem medo!” Como eu tenho, procuro me resguardar!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)

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