Antonio Nunes
d Souza*
Começo
minha crônica esclarecendo que não estou falando com bases científicas, não
pretendo ser visto como dono de verdades, nem tão pouco mais um dos criadores
de pânicos e apavoramentos, apontando e fazendo colocações para justificar uma
série de atitudes, reconhecidas e rotuladas como doença e debilitação!
Estou
referindo-me a tão temida e discutida em todos os ambientes, oficializada como “depressão
psíquica”. Que, normalmente, é oficializada não só pelos parentes, como também
os médicos consultados que, baseando-se nas declarações dos comportamentos dos
indivíduos, chegam à conclusão nada agradável, que seus clientes estão sofrendo
de uma “deprê” aguda.
Dezenas
de anos atrás, provavelmente esse comportamental poderia ser visto e encarado
como realmente fatos estranhos, pois, tínhamos uma vida tranquila um crime
mesmo em uma grande cidade era assunto para semanas de comentários, assaltos a
bancos era impossível acontecer a não ser nos filmes americanos, quando se
sabia que havia uma pessoa na cidade que fumava maconha era o maior reboliço e
cochicho em todos os lares. Troca de tiros entre a polícia e marginais nas
principais ruas das cidades e, em pleno dia, isso era completamente
inconcebível e quem falasse tal coisa era considerado louco exagerado. Então,
com essa tranqüilidade e normalidade de vida, aqueles que se retraiam em suas
residências, cercando-se de medos e pânicos, trancando-se em suas redomas
invisíveis, fugindo do convívio social e, em alguns casos, procurando o
suicídio como uma maneira de livrar-se dessas ocorrências, demonstrando
incapacidade psíquica para enfrentar situações complicadas e inerentes do
progresso (?) e ampliação dos novos hábitos e costumes nada enriquecedores para
as comunidades, poderiam até serem tratados como, realmente, depressivos ou
personalidades fracas para enfrentar fatos novos e complicados.
Entretanto,
como já esclareci em outras ocasiões, com as barbaridades que acontecem diariamente
e durante todo o dia, não podemos em nenhuma hipótese, classificar alguém que
se retrai e afasta-se do convívio social, procura refúgio em seus lares,
diversão em seus computadores, restringe as amizades e apega-se a alguma
religiosidade, como depressivos dignos de pena e tratamentos. Pois, se formos
analisar aqueles que circulam livremente, enfrentando todos esses perigos e
riscos com naturalidade, como verdadeiros loucos, varridos que não amam suas
vidas e acham lindo viverem perigosamente.
Eu
faço parte do grupo dos coerentes, bom senso, previdentes e cautelosos, mas,
não admito que seja cadastrado como depressivo. Vivo baseando-me num adágio que
meu sábio avô sempre repetia para me alertar: “Meu netinho, nunca se esqueça que, quem tem c... tem medo!” Como
eu tenho, procuro me resguardar!
*Escritor
(Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)
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