Antonio Nunes de Souza*
Ela
era uma mulher que podia-se considerar maravilhosa! Jovem, bonita, corpo
escultural com as curvas nos lugares exatos, uma sensualidade invejável, e meus
amigos, uma senhora bunda que era, inacreditavelmente, deslumbrante! Estou
fazendo essa observação bastante enfática, com relação a sua proeminente
retaguarda, em função de ser a parte mais apreciada, cobiçada, desejada e
provocante perante rodos os homens atualmente!
Porém,
com todo esse charme e um perfil de uma estrela de cinema, tinha um defeito na
personalidade, que somente depois que conheci de perto, mesmo estando cheio de
paixões, me fez sofrer as maiores agruras do inferno: Ela, literalmente, era uma
tremenda barraqueira!
Mesmo
tendo feito faculdade, Gabriela não esqueceu o ranço conseguido e entranhado na
periferia suburbana, onde viveu durante muitos anos de sua vida!
Eu,
advogado engrenando minha carreira, com trinta anos, bem apessoado, sou
bastante educado e detesto vexames ou confusões. E, infelizmente, quando
conheci Gabriela numa balada noturna, ficamos tão fascinados um pelo outro, que
já fomos para casa como dois namorados. Inclusive estranhei, uma mulher linda
como ela, estar com duas amigas e sem um namorado numa danceteria.
E
assim continuamos por alguns meses, na maior das maravilha, desfrutando dias
inesquecíveis e noites luxuriantes de prazeres desmedidos e delirantes momentos
sexuais!
Às
vezes eu nem acreditava ter conseguido uma mulher tão especial e deslumbrante,
me perguntando sempre, por que ela não tinha namorados anteriormente?
Aí,
quando o diabo quer as respostam vem rápidas, e as coisas demoram, mas
acontecem, fiquei sabendo a razão da sua solidão, mesmo sendo uma lindíssima
gata. Uma noite estávamos numa famosa casa de pagode, o samba correndo solto, e
ela animada e alegre sambava e rebolava no salão, que mesmo sem ter intenções,
provocava todos os olhares de desejo dos homens presentes. E, no aconchego do
salão, um cara se esfregou na sua linda e generosa bunda (com intenção ou não),
e ela não fez por menos, xingou o homem dando uma baixa tremenda, cuspiu na
cara e, olhando seriamente para mim, exigiu que eu imediatamente desse um murro
no cara! Como eu tinha tomado alguns drinques, e o cara era mais baixo que eu,
avancei logo para atender o seu pedido. Aí meu amigo, recebi uma tremenda porrada
pela cara, fui jogado no chão, tomei uns pontapés na barriga, que antes de
desmaiar, percebi que havia, literalmente, me cagado todo. E olhe que eu estava
com uma bruta prisão de ventre, tendo uma semana que eu não conseguia evacuar.
Mas, jamais desejei esse tipo de laxante, pois, o cara era lutador de artes
marciais e fez a festa comigo. Mesmo no chão, ainda ouvia ao longe, a voz dela
gritando pra mim: Levanta seu covarde, e quebra esse cara de porrada!
Desmaiei
completamente e quando acordei, o carro do SAMU havia me levado para um
hospital, eu estava lavado e usando uma bata branca, e muitos pontos e
curativos na face!
Numa
cadeira em minha frente, estava ela sentada e com a cara revoltada, foi logo
dizendo aos gritos: Quando você sair daqui, exijo que você vá procurar aquele
cachorro, e dar uma grande surra nele!
Naquele
momento a única reação que tive foi dizer para ela, mesmo sendo linda e
maravilhosa: Vá a porra sua barraqueira encrenqueira desgraçada e nunca mais me
procure!
E
ela, sem pestanejar, na hora respondeu na tampa: Vou mesmo seu cagão, que eu
não gosto de homem frouxo. Se levantou e antes de bater a porta, virou-se para
trás e gritou: Sempre desconfiei que você era gay!
*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um
dos membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!
Um comentário:
Bom dia amigo!
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