Antonio Nunes de Souza*
Esse
título tem bastante sentido e, se analisado com critério, chega-se à conclusão,
que os negros estão meio cegos com relação a claríssima realidade!
Comprovadamente,
sem sombras de dúvidas, que a etnia negra é tão inteligente e capaz como
qualquer outra, tendo ainda o privilégio de em algumas vertentes, se projetar
com mais habilidades, desenvolturas e destrezas. E talvez, essa melhor
qualificação não seja aceita pelos que se julgam brancos, inclusive os mestiços
que nasceram mais esbranquiçados, que idiotamente se julgam superiores.
Podemos,
sem margem de erros, destacar as áreas esportivas onde os negros são exímios e
bastante qualificados. Na música e instrumentação musical, atualmente nos
teatros, cinemas, televisão, literatura e muitas e muitas profissões liberais
na saúde e nas pesquisas científicas. Enfim, em todas vertentes da sociedade,
temos a honra de ver a participação forte e importante e efetiva dos negros!
Talvez
por esse crescimento vertiginoso dos negros, possa estar havendo um despeito
que torna-se acentuado, parecendo um ranço forte de preconceito, por acharem
que seus espaços estão sendo tomados por uma sub-raça. Está na hora, ou até já
passou a hora há muito tempo, dos negros vencedores em suas carreiras e
trajetórias, caírem na realidade e, sem parcimônia e grandeza de espírito,
ajudar as suas comunidades, demonstrando amor e solidariedade aos seus irmãos
de cor que, absurdamente, não são abençoados como merecem pelas ajudas
governamentais!
Bastam
aqueles mais idiotizados que, quando alcançam os sucessos financeiros, escolhem
logo uma loura para namorar e se casar, dando uma prova, que eles mesmos, não
gostam e desprezam a etnia negra. Esse fato que é bastante comum, geralmente
serve de deboche e chacota nas rodas sociais.
Os
negros são bonitos, guerreiros, competentes, qualificados, mas, infelizmente,
são poucos solidários e oportunizados pelos governantes e, curiosamente, existe
uma desunião nem tanto sutil dentro das próprias comunidades. Na Bahia por
exemplo, onde a população é de maioria negra, você vê poucos administradores e
legisladores negros, não trabalharam para eleger um governador afrodescendente
que, certamente, ajudaria muito mais nas suas necessidades básicas. Isso já é
um preconceito interno, como repetem nas esquinas e papos de botequins: “Preto
não vota em preto e mulher não vota em mulher”. É curiosa, porém, uma
observação verdadeira, dado aos normais resultados eletivos!
Portanto,
é preciso que essa honrada etnia seja mais unida, bastante solidária, aproveite
toda oportunidade e crie novas, vencendo assim os obstáculos naturais de
crescimento, impondo por direito, uma grande margem de respeito e dignidade!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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