quarta-feira, 19 de março de 2025

A BARRAQUEIRA DE AMARALINA! (Clique e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Claro e evidente, que com esse título, parece que estou me referindo a uma dona de barraca no lindo bairro de Amaralina, com suas praias enfeitadas de pedras, porém, convidativas para uns banhos, se bronzear e comer uns acarajés e abarás deliciosos, além de outras curtições!

Mas, não é nada disso que Beatriz Carmona era. Não tinha barraca, não vendia acarajé e nem outras iguarias. Era, simplesmente, uma mulher relativamente bonita, branca, cabelos lisos e alourados, olhos claros e estatura mediana, que no geral podia-se dizer que era uma mulher “desejável!”

Mas, seu apelido de “barraqueira”, deu-se em função dos grandes barracos que ela sempre aprontava no pedaço, inclusive com brigas corporais, puxões de cabelos e até com intervenções policiais!

A zorra da mulher, ao mesmo tempo que tinha uma aparência quase angelical, por qualquer razão, sempre ia aos gritos e agarrações se não fosse apartada a tempo. Nada se podia dizer para ela, qualquer coisa que não lhe agradasse que, imediatamente, ouvia ou sentia, uma carga de agressões. Era um verdadeiro barril de pólvora!

Namoradeira contumaz, sempre se apegava e se armava com homens de outros bairros, que desconheciam a sua fama, porém, seus casos eram rápidos, pois, seu comportamento explosivo, provocava uma finalização quase que imediata, e nunca teve algum de duração duradoura!

Mesmo com seus 27 anos, já era bastante rodada, tendo passado pelas mãos de muitos homens que perderam tempo, mas, não conseguiram domá-la ou amestrá-la!

Um dia, apareceu um bicheiro, cheio correntes e pulseiras de ouro, carrão bonito e roupas extravagantes, que logo conquistou Beatriz (Bia para os íntimos). Os dois eram um chamego só, com beijos, abraços, jantares, festinhas, motéis, fins de semanas em Porto Seguro, Morro de São Paulo, e tudo mais que os casais enamorados que tem grana, fazem quando se dizem apaixonados!

Entretanto, nosso querido príncipe dos “bichos”, era um namorador e conquistador cafajeste, como são os homens dessa categoria e classe. E um dia arranjou uma nova namorada e, sem a menor preocupação, levou-a para um pagode no Nordeste de Amaralina (lugar boca de 09 e perigoso), e, para azar de todos, Bia soube através da ligação de uma amiga, que ele estava acompanhado de outra aos beijos e abraços. Já sapateando e louca de ódio, pegou um táxi e, imediatamente, chegando lá, fez o maior “barraco”, além de xingamentos e rasgar o vestido da mulher, pegou uma garrafa, quebrou na ponta da mesa, e avançou com o gargalo em riste contra o namorado traidor. Esse foi o seu grande erro, pois, infelizmente, foi seu último escândalo público. O Bicheiro Fernandão sacou rapidamente sua arma, e deu um certeiro tiro na testa de Bia que, com os olhos arregalados, foi caindo para trás, já completamente sem vida!

O cara fugiu para livrar o fragrante, apresentou-se no dia seguinte com dois advogados dos melhores, pagou sua fiança e ficou de responder o processo em liberdade, pois, todas as testemunhas presentes, declararam que foi em legítima defesa física, além dos antecedentes de Beatriz, que já tinha vários BOs (boletins de ocorrências) nas delegacias!

Hoje Beatriz não passa de uma triste lembrança, que serve de lição para as pessoas que adoram fazer escândalos e confusões por motivos fúteis, destruindo seus relacionamentos.

Com esse fato, mais uma vez fica patenteado, com toda certeza, que em algumas ocasiões, nem todo mundo respeita a famosa e eficiente “Lei Maria da Penha!”

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

 

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